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·16. Mai 2025

A ilusão dourada: 90 mil jogadores, apenas 8 mil empregados

Artikelbild:A ilusão dourada: 90 mil jogadores, apenas 8 mil empregados

A luta invisível: jogadores de futebol entre a promessa e a realidade

O sonho de se tornar jogador profissional de futebol no Brasil esconde uma realidade muito mais dura do que a glória vista nos estádios lotados. Esse contraste foi recentemente exposto por Juninho Carpina, ex-promessa do Náutico, que usou suas redes sociais para compartilhar um desabafo sobre os desafios enfrentados pela maioria dos atletas que não conseguem se estabelecer no alto nível do esporte.


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Aos 25 anos, Carpina, que chegou a ser destaque nas categorias de base do Timbu e conquistou a Copa do Nordeste Sub-20 em 2020 (sendo eleito craque da competição), vive hoje a angústia de estar sem clube e enfrenta a difícil perspectiva de continuar sua carreira em um mercado extremamente competitivo.

"Futebol é muito dinâmico e muitas vezes cruel. Quando fiz minha primeira partida como profissional nem nos meus maiores pesadelos imaginei que aos 25 anos hoje estivesse passando pela minha cabeça abandonar tudo", escreveu o jogador, revelando uma realidade raramente discutida.

Os números mencionados por Juninho são alarmantes: dos 90 mil jogadores registrados na CBF, apenas 8 mil estão empregados. A maioria vive com salários baixos e sem calendário regular de jogos, longe da imagem glamourosa associada à profissão.

O meia chegou a ter seu momento de destaque no profissional do Náutico no início de 2022, quando marcou gols e deu assistências durante o Campeonato Pernambucano. Porém, como acontece com muitos jovens promessas, perdeu espaço e acabou sendo dispensado na temporada seguinte.

A trajetória de Carpina ilustra um ciclo comum: após ser dispensado do Náutico, tentou a sorte no futebol europeu, atuando pelo Akritas Chlorakas, do Chipre. No entanto, o rebaixamento do clube encerrou sua experiência internacional. De volta ao Brasil, teve breves passagens pelo CEOV Operário e mais recentemente pelo Capital-DF, onde disputou apenas cinco partidas.

"Enquanto antes se buscava atletas com potencial, qualidade técnica e promissores, hoje só interessa atletas com muitos minutos jogados e números. E não interessa se você se machucou, adoeceu ou não teve oportunidades. Você é esquecido e as portas são fechadas", lamentou o jogador.

Apesar do tom pessimista do desabafo, Juninho esclareceu ao portal NE45 que não pensa em abandonar a carreira: "Não tenho nenhuma ideia de parar. Só expus a dificuldade hoje do futebol pra quem se lesiona ou não tenha minutos. Ainda que pensasse (em parar), foi algo muito passageiro."

O depoimento de Juninho Carpina serve como um lembrete da realidade enfrentada por milhares de jovens que buscam se estabelecer no futebol profissional brasileiro: para cada atleta que alcança o estrelato e os grandes contratos, existem centenas lutando diariamente por uma oportunidade para simplesmente continuar trabalhando no esporte que escolheram como profissão.

Fonte: NE45

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