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·29. November 2024

Bastos pode ser o primeiro africano campeão da América

Artikelbild:Bastos pode ser o primeiro africano campeão da América

A Copa Libertadores da América pode ter, sábado, pela primeira vez na história, um campeão africano. Em caso de título do Botafogo, o zagueiro será o primeiro jogador do continente africano a conquistar o principal torneio de clubes da América do Sul.

A atual edição da Libertadores teve a participação, em campo, de quatro jogadores africanos: Christian Ebere e Blessing Edet (Nigéria), David Akologo (Gana) e Bastos (Botafogo). Ano passado, Camarões, Costa do Marfim e Mali tiveram representantes no torneio.


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Uma das maiores aleatoriedades da última edição da Libertadores, inclusive, foi a participação do marfinense , ex-Manchester City, pelo Always Ready, da Bolívia, eliminado pelo Magallanes, do Chile, na pré-Libertadores. Ali, acabou a carreira de Bony.

Tão aleatória quanto foi a presença de na Libertadores de 2020, pelo Olimpia. O togolês ex-Arsenal, City e Tottenham passou em branco, assim como Bony, nos dois jogos que fez.

Os 'gringos' campeões

A Libertadores já foi levantada por jogadores nascidos em 12 países. Dos que disputam o torneio, apenas dois países NUNCA tiveram jogadores campeões: Bolívia e Venezuela. O Peru, terceiro país a não ter clubes campeões da América, tem seis atletas campeões em outros países, ao contrário de bolivianos e venezuelanos...

Além de jogadores de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, Espanha, Estados Unidos, Itália e Panamá também contam com jogadores campeões da América.

Aqui, vale um contexto interessante: na pesquisa feita na nossa base de dados, não contamos jogadores naturalizados que foram campeões. Como o caso do mexicano Christian Giménez, que nasceu na Argentina, mas tem dupla nacionalidade e chegou a jogar pela seleção do México. Seu filho, Santiago Jiménez, também nasceu na Argentina e defende a seleção mexicana. Hoje é o atacante do Feyenoord. Contamos apenas atletas que nasceram no país.

O estadunidense tem caso oposto ao de Giménez: nasceu em Manhattan, Nova York, e se mudou depois para a Argentina, onde passou boa parte da carreira no futebol. Foi campeão pelos Argentinos Juniros em 1985, fez carreira na Argentina e mais tarde encerrou a carreira no Fort Lauderdale Strikers.

No time dos Argentinos Juniors campeão de 1985, havia também o panamenho , atacante reserva na campanha. Valdéz, como Corsi, fez carreira na Argentina até se aposentar pelo Plaza Amador, de seu país natal.

Os outros dois jogadores nascidos fora da América do Sul campeões da Libertadores são da Europa. Um foi campeão mais recentemente, e com protagonismo: o zagueiro canhoto espanhol foi peça importante na equipe do Flamengo, campeã com Jorge Jesus em 2019.

O italiano , natural de Roma, é outro jogador com laços na Argentina. Ex-jogador de Sampdoria e Lecce, Mírcoli foi um dos destaques do título do Independiente de 1973, com quatro gols em dez jogos na campanha.

Bastos pode fazer história no Botafogo

Natural de Luanda, Bastos começou a carreira no Petro Luanda e, depois de se destacar na Copa Africana de Nações em 2013, apesar da eliminação precoce de Angola, foi negociado com o Rostov, da Rússia.

Forte fisicamente, conseguiu se adaptar ao duro futebol russo, não teve problemas para se sentir em casa no país, pelo menos em campo, e usou a Premier League Russa como plataforma para voos mais altos na Europa.

O ápice do zagueiro foi pela Lazio, da Itália. Foram quatro temporadas na Serie A, com 94 jogos e nove gols marcados. Bastos foi campeão da Coppa Italia e da Supercopa, antes de se mudar ao Al Ain, da Arábia Saudita.

Depois de um breve retorno ao Rostov, e de uma passagem pelo Al Ahli, o angolano desembarcou no Brasil em 2023 e sofreu na adaptação. Mesmo sem a barreira da língua teve dificuldade para se impor no elenco e só virou titular em 2024, depois da chegada de Artur Jorge.

Na atual temporada, são 55 jogos e quatro gols. O defensor concilia o clube de General Severiano com a seleção angolana, apesar das longas viagens necessárias. Na última convocação, pediu para não jogar a segunda partida, para estar pronto para a sequência decisiva no Rio.

Com uma lesão na coxa ainda no começo do jogo contra o Palmeiras, na última terça, Bastos é dúvida para a decisão de sábado, contra o Atlético Mineiro. O que não apagará seu protagonismo ao longo da campanha, e não irá tirar a medalha do angolano em caso de título botafoguense. Nem o feito inédito...

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