Zerozero
·14. Januar 2025
Zerozero
·14. Januar 2025
O Farense arrancou bem, assustou e esteve largos minutos na vantagem. O Benfica mostrou novamente ser equipa de reação, mas acabou por conseguir a desejada reviravolta num espaço de apenas cinco minutos, na 2ª parte, acabando por vencer por 1-3, à boleia do génio de Schjelderup. As águias avançam na Taça.
Estava em jogo um lugar nos quartos de final da Taça de Portugal, num duelo entre primodivisionários. Do lado do Benfica, Bruno Lage promovia quatro alterações: Samuel Soares, Bah, Leandro Barreiro e Arthur Cabral para os lugares Trubin, Tomás Araújo, Kökçü e Pavlidis. Já no Farense, o treinador Tozé Marreco promovia duas mexidas no eixo defensivo, incluindo a estreia do reforço Tomás Ribeiro (além de Raul Silva).
A jogar em casa, num São Luís praticamente lotado, o Farense, ao contrário do que se calhar muitos esperariam, não se acanhou e entrou a pressionar altíssimo e com uma intensidade que criou claras dificuldades, apesar de uma boa entrada adversária, ao Benfica - embora, a espaços, os encarnados criassem perigo pelas alas, ao ultrapassar essa 1ª fase de pressão, incluindo um bom trabalhou de pivot de Arthur Cabral. Os Leões de Faro acabaram a ser recompensados e marcaram o 1-0 aos 7', por Tomané, na sequência de um canto, onde a defesa forasteira deixou a desejar ao nível de marcações individuais.
Perante este golo inaugural, vimos uma clara mudança de atitude do Farense, que baixou a sua intensidade na pressão e, simultaneamente, as suas linhas, enfatizando o 5x2x3 e um bloco claramente mais baixo. O Benfica era obrigado a assumir as rédeas e, a espaços, vimos combinações atrativas na esquerda, entre o atrevido Schjelderup e o ativo Carreras, ao qual se juntavam alguns movimentos interiores de Di María, mas tal ia sendo insuficiente.
Notavam-se as dificuldades criativas do Benfica em penetrar no último terço com bola controlada - especialmente com o baixar de linhas adversárias - e problemas de ligação, até porque o meio campo encarnado - composto por Florentino, Barreiro e Aursnes - pecava por essa incapacidade criativa e de ligação. Tal ficou ainda mais patente quando, aos 41', Di María saiu lesionado e a equipa perdeu um dos seus principais focos de aceleração de processos. Havia muito a melhorar.
O Benfica precisava de outra cara, mas o arranque de 2ª parte deixou claramente a desejar. Os encarnados continuavam previsíveis e apáticos com bola, bastante dependentes de iniciativas da sua esquerda e a sentir a ausência de uma presença ativa na direita - Amdouni posicionou-se atrás de Cabral e deixou essa missão para Aursnes. Contudo, o génio de Schjelderup soltou-se e, aos 56', o jovem norueguês confirmou estar num grande momento e num belo movimento na esquerda da área - com algumas semelhanças ao da final da Taça da Liga - empatou o jogo.
O Benfica não se ficou por aqui e menos de dois minutos depois, Carreras, numa transição, isolou, com um grande passe, Arthur Cabral na direita da área e este confirmou a reviravolta. Os adeptos encarnados finalmente acordavam no São Luís, depois de quase uma hora de «domínio» da claque caseira, e ainda mais rebentaram de alegria quando, aos 61', numa jogada de insistência da direita encarnada, Bah atirou para o 3º. Em cinco minutos, o Benfica passava de 1-0 para 1-3 e deitava abaixo animicamente os de Faro.
Estes três golos em tão curto espaço de tempo surgiram como um autêntico «murro no estômago» para o Farense e sentiu-se esse peso anímico. O Farense tinha deixado a sua boa organização defensiva desde o 1-1 e via-se obrigado a voltar a olhar para a frente. Tozé Marreco ainda tentou renascer a equipa com as entradas de Jaime Pinto e Elves Baldé, além de ter adiantado Falcão para o meio campo (e assumido o 4x3x3, mas o Benfica controlava claramente o ímpeto nesta fase.
Perto do fim, numa altura em que o Benfica geria claramente o jogo, Jaime Pinto ainda ficou perto de reduzir, mas Samuel Soares segurou a vitória do Benfica por 1-3. Os encarnados seguem para os «quartos» da Taça, depois de um grande susto, e ficam à espera do vencedor do SC Braga x Lusitano Évora.