Rui Quinta e a época do FC Porto: “Factos mostram que mudança não produziu efeito nem acrescentou nada” | OneFootball

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·19. Mai 2025

Rui Quinta e a época do FC Porto: “Factos mostram que mudança não produziu efeito nem acrescentou nada”

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O FC Porto precisa de aprender com o seu desempenho dececionante na temporada 2024/25 da Liga Betclic, uma situação que nem a troca de treinador, com Vítor Bruno a ser substituído pelo argentino Martín Anselmi, conseguiu alterar, segundo o ex-adjunto Rui Quinta.

“Os dados evidenciam que a mudança não teve o efeito desejado, nem melhorou o desempenho da equipa a ponto de se considerar a possibilidade de lutar por alguns dos troféus ainda em disputa. Neste momento, a única alternativa é analisar o que foi feito, refletir e aproveitar a oportunidade de crescer, de modo a que, no futuro, o clube possa demonstrar mais competência e alcançar melhores resultados”, destacou o treinador à agência Lusa, que foi assistente de Vítor Pereira durante o último bicampeonato de 2011 a 2013.


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O FC Porto terminou a temporada em terceiro lugar, com 71 pontos, 11 a menos que o bicampeão Sporting e a nove do segundo classificado Benfica, na primeira temporada sob a presidência de André Villas-Boas, que sucedeu o já falecido Pinto da Costa após 42 anos e 15 mandatos.

“Entendo o entusiasmo, a paixão, a dedicação e a ligação que se tem ao clube, mas quem o dirige deve fazê-lo com base em convicções e ideias. Não se pode liderar por modas, por pressão ou pelo que parece ser. A diferença, o caminho e a nossa liderança são mais evidentes em momentos de adversidade, e o primeiro sinal foi a troca de treinador”, recordou.

O ex-adjunto de Sérgio Conceição, que teve uma controversa separação ao fim de 12 anos de ligação e sete temporadas no FC Porto, Vítor Bruno foi promovido a treinador principal, estreando-se ao vencer a Supertaça Cândido de Oliveira frente ao Sporting (4-3 após prolongamento), revertendo uma desvantagem de três golos, que se tornou o único troféu da temporada 2024/25.

Entretanto, a expectativa foi-se desvanecendo, uma vez que o FC Porto foi eliminado pelo Moreirense na terceira ronda da Taça de Portugal, perdeu com os ‘leões’ na meia-final da Taça da Liga e nunca conseguiu liderar o campeonato, trocando em janeiro Vítor Bruno por Martín Anselmi, que saiu em litígio do Cruz Azul do México.

“Pergunto-me frequentemente se se quer ter razão ou ser campeão. Esta é a questão que deve guiar quem lidera. Por mais razão que se possa ter, são os jogadores que jogam, e se não se sentem protegidos ou apoiados, defendem-se, não dão o seu melhor e retraem-se para não se expor a críticas. Normalmente, isso resulta em fracos desempenhos enquanto equipa”, observou Rui Quinta.

Martín Anselmi implementou de imediato uma formação com três defesas centrais, mas a equipa perdeu mais pontos após a mudança de treinador do que nos cinco meses anteriores com Vítor Bruno (15 contra 14), que utilizava uma estrutura de ‘4-2-3-1’ e foi substituído interinamente pelo diretor da formação, José Tavares, após a 18.ª jornada.

“Atualmente, a situação é peculiar, pois o contexto não é favorável. Acredito que, ao fazermos uma mudança, por mais difícil que seja, é necessário criar condições para que as pessoas possam expor as suas ideias. Quem está no clube deve analisar e compreender se o tempo permitirá que as expectativas em relação a esta liderança técnica conduzam a equipa a uma dimensão de clube que respira vitórias e troféus, que só pensa e vive para vencer”, sublinhou, ciente de que “o grande desafio” de Martín Anselmi é “inspirar todos os jogadores com as suas convicções”.

Rui Quinta, de 64 anos, admite que o FC Porto “teve oportunidades para se destacar”, mas falhou frente a adversários “mais competentes” e não conseguiu a qualificação para a Liga dos Campeões pela segunda vez consecutiva, rumando diretamente para a Liga Europa, onde foi eliminado esta temporada pela Roma no play-off de acesso aos ‘oitavos’.

“O único impacto é que não se recebe [tanta] receita, mas é uma oportunidade extraordinária para procurar outras soluções que, muitas vezes, o dinheiro não permite considerar. É necessário encarar a realidade e perceber como aproveitar isso a seu favor. Não se faz com palavras ou histórias, mas com trabalho para que os jogadores possam ser potenciados e alcançar em equipa o que está em jogo”, concluiu, citando o jovem Rodrigo Mora, que marcou 10 golos e fez quatro assistências em 32 jogos.

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