
Gazeta Esportiva.com
·12. Mai 2025
Técnicos estrangeiros na Seleção Brasileira: os antecessores de Carlo Ancelotti

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·12. Mai 2025
O italiano Carlo Ancelotti será o quarto estrangeiro a treinar a Seleção Brasileira, embora, ao contrário de seus breves antecessores, ele assumirá o cargo visando reverter a situação e guiar os pentacampeões rumo a uma bem-sucedida Copa do Mundo de 2026.
O primeiro “gringo”, como os estrangeiros são conhecidos no Brasil, a treinar a Seleção foi o uruguaio Ramón Platero, na Copa América de 1925 (então conhecida como Campeonato Sul-Americano).
Embora Joaquim Guimarães tenha sido oficialmente apresentado como técnico para a competição, Platero era o técnico de fato, enquanto o brasileiro assumia as funções de técnico, conforme explicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2015.
O Brasil terminou em segundo lugar no torneio, realizado entre o final de novembro e dezembro em Buenos Aires, com a participação de Argentina e Paraguai.
Seus números naquela copa? Duas vitórias, um empate e uma derrota. Após o campeonato, o uruguaio deixou o cargo, que havia assumido após se destacar no futebol local.
Campeão com a Celeste no Campeonato Sul-Americano de 1917, Platero comandou o Fluminense (1919) e foi o primeiro técnico em tempo integral do Flamengo (1921), o clube mais popular do Brasil, que antes de sua chegada era administrado por uma comissão.
Em 1922, ele teve uma situação curiosa: treinou tanto o Fla, na primeira divisão do torneio carioca (Campeonato Carioca), quanto o Vasco da Gama, na segunda divisão.
Naquela temporada, terminou em segundo lugar com o Rubro-Negro e subiu de divisão com o Vasco, para onde ingressou em 1923. Posteriormente, treinou Botafogo, Santos, Palmeiras e São Paulo.
Por muitos anos, a passagem de Platero pelo banco de reservas “amarelo” foi desconhecida — até mesmo pela CBF.
Alguns acreditam que o primeiro estrangeiro a assumir o comando da seleção foi o português Jorge Gomes de Lima, conhecido como Joreca.
O então técnico do São Paulo formou uma dupla com o brasileiro Flávio Costa em 1944.
A dupla treinou o Brasil em dois amistosos contra o Uruguai: uma vitória por 6 a 1 em 14 de maio no Rio e uma vitória por 4 a 0 quatro dias depois em São Paulo.
Após essa experiência, Joreca continuou a treinar o São Paulo até 1947, dois anos antes de sua morte por infarto, e ainda é considerado um dos melhores técnicos do Tricolor paulista.
Costa, por sua vez, foi o técnico da Seleção no “Maracanazo”, quando o Uruguai venceu o time por 2 a 1 na final da Copa do Mundo de 1950. Faleceu em 22 de novembro de 1999, aos 93 anos.
O último estrangeiro a comandar o Brasil foi o argentino Filpo Núñez, em 7 de setembro de 1965, quando a seleção já havia conquistado a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, e a de 1962, no Chile, com os anfitriões como técnicos.
Na época, o ex-jogador argentino do San Lorenzo e do Independiente comandava um Palmeiras todo-poderoso, famoso por enfrentar o Santos de Pelé.
A Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF, pagou ao Verdão para que sua equipe representasse a seleção em um amistoso contra o Uruguai, em comemoração à inauguração do Mineirão, em Belo Horizonte.
Vestindo a Canarinha (vermelha e branca), o Palmeiras de Núñez derrotou o rival por 3 a 0 e depois retornou a São Paulo, onde o técnico, falecido em 6 de março de 1999, aos 78 anos, consolidou ainda mais a chamada “Primeira Academia” (1961-70), uma das eras mais gloriosas do time paulista.