
Trétis
·20 March 2025
Athletico 0 x 3 Maringá: Barbieri erra e causa vexame

Trétis
·20 March 2025
Barbieri errou. Defensivamente falando, não na montagem do esquema com linha de cinco jogadores, mas na marcação da bola aérea que gerou o primeiro gol e que fez com que o Athletico avançasse linhas e sofresse segundo e terceiro na transição.
Ofensivamente, ataque pouco aproveitou embates um contra um gerados pela marcação individual do Maringá e criou muito menos do que deveria.
A reportagem da Trétis levanta os principais pontos de discussão sobre o jogo.
A escolha dos três zagueiros é justificada por Barbieri em coletiva, após o jogo da ida, para ter vantagem numérica contra a dupla de ataque maringaense. O adversário é o mesmo, com o mesmo esquema, por que mudar? Manteve a linha com cinco em bloco baixo, mesmo em casa.
O Athletico escolheu de adaptar às valências do Maringá. No jogo da primeira fase, primeiro entre as equipes, time sofreu muito (dois gols, inclusive) com os contra ataques do Dogão e não pretendia sofrer novamente na Baixada, por isso linhas baixas, sem proposição de jogo, sem posse, sem domínio.
O torcedor, justamente, reclama. Quer ver o Athletico propositivo em casa. Mas é possível entender o raciocínio de Barbieri para tentar aproximar seus comandados da classificação. Mas a adaptação funcionou até determinado ponto, o que colocou toda a estratégia em cheque.
Anulou contra ataques, anulou jogadas de um contra um contra o zagueiros, mas não conseguiu anular bola parada, que gerou gol do Maringá no final da primeira etapa. Desvantagem no placar fez com que esquema, adaptado, fosse desmontado para o Athletico propositivo no segundo, dos jogos contra Rio Branco, Cianorte, Operário, Azuriz e Guarany, por exemplo.
Se a adaptação passou do ponto? Talvez, pela abdicação da posse, resultado de uma sequência de eventos que envolveu a marcação pressão individual do Maringá. Mas isso Barbieri pode responder melhor após o jogo, confira no final da página.
Adaptação, porém, pode ser do Athletico, ao Athletico. A falta de um centroavante em condições ideais (técnicas, no caso de Mastriani e Babi e físicas, no caso de Kardec) provoca a “sobra” de vaga no time. A decisão de colocar um zagueiro a mais e inibir a superioridade do Maringá é mais confortável, conservadora, e condizente com o momento de pressão interna e externa. Afinal, se não for campeão, balança, como dita o passado recente do Athletico.
É fácil entender, então, o receio de Barbieri. Mas decisão parece mais no campo da adaptação do que do medo, da covardia.
Barbieri pecou em adaptar demais. Foto: Athletico
A marcação individual tem ônus e bônus. Se por um lado o Maringá inibiu a construção de jogo do Athletico, por outro, deixava em momentos, Velasco, Luiz Fernando, Isaac e Zapelli em embates um contra um.
Nos registros, dá pra notar a marcação individual nos atacantes, que fizeram em mais de uma oportunidade uma movimentação para espaçar os defensores. A reportagem lista:
Luiz Fernando e Velasco venceram por duas vezes no primeiro tempo e geraram as duas chances mais claras do Athletico no jogo. Em uma, passe muito forte para Velasco. Na outra, passe ruim para Luiz. Em uma terceira, centroavante antecipou zagueiro e quase guardou, mas ficou nisso.
O Athletico entendeu o caminho, mas não foi eficiente para chegar ao seu final, à rede.
Não é. Mas não por ser defensivo demais, por ser covarde ou por ter que impor posse de bola contra todo e qualquer adversário, como dizem. Mas por falta de característica no elenco.
O jogo da ida das semifinais deu indicativo na falta da intimidade de Belezi com a marcação quando exposto e em um contra um com um jogador mais rápido. Na volta, da Baixada, esteve mais protegido e cedeu menos espaço, mas ainda precisa de evolução para render como esse zagueiro da caça. Falta explosão e inteligência na movimentação, natural, pelos apenas 21 anos.
Habraão, tão lento quanto, tem mais qualidade para posicionar o corpo e para entender o tempo do bote. Mesmo assim, se exposto mais do que está acostumado a esse tipo de jogada, tende a não manter tanta regularidade. Mais do que Belezi, mas não o suficiente.
Ofensivamente, a maneira de propor jogo não muda, na teoria. Mudou contra o Maringá pela condição imposta pelo adversário, e pela adaptação exagerada, como tratado. Mantem-se a estrutura com três jogadores na base da jogada, um tripé no meio campo e dois jogadores mais à frente, com dois alas abertos.
Defensivamente, é mais exposto do que o bloco baixo em linha de seis da sequência recente, entre jogos contra Cascavel e Azuriz, no jogo da ida. É também, mais sólido que a linha de quatro das primeiras rodadas do campeonato, e do segundo tempo tenebroso contra o Dogão.
Mas linha de cinco não pode significar abdicar da posse, como nesta quarta-feira (19).
O Athletico sofreu com a marcação individual do Maringá. Foto: Athletico
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