Leonino
·12 December 2024
Leonino
·12 December 2024
Carlos Barbosa da Cruz, Presidente do Grupo Stromp, e figura importante do universo leonino, assinou o seu texto de opinião no jornal 'Record' com alguns comentários acerca do estado da arbitragem, e das organizações que a tutelam, em Portugal e deixa críticas ao árbitro Nuno Almeida.
"O Record de segunda-feira publica uma extensa entrevista com o ex-árbitro Nuno Almeida. Nessa entrevista, o dito cujo, para além de se desdobrar em rasgados elogios a Fontelas Gomes e Luciano Gonçalves, por acaso, atuais presidentes do Conselho de Arbitragem e da APAF, confessa que "foi abordado para fazer parte de um projeto de arbitragem que lhe agradou". Fica claro para todos, com este enquadramento, que Nuno Almeida será o próximo homem-forte da arbitragem, no caso, mais que provável, de Pedro Proença ganhar as eleições para a FPF. É mais uma oportunidade que se perde, porque seguramente, com Nuno Almeida vai ser mais do mesmo".
"Poucos setores da vida estarão, no post 25 de abril, tão capturados pelo corporativismo sistémico, como a arbitragem. O atual presidente do Conselho de Arbitragem saiu da APAF para este lugar e o seu papel tem sido não o de gerir a arbitragem, mas de defender os árbitros. E quando não o faz, lá está a APAF, a servir de providencial rabejador".
"Com esta mentalidade, não há maus árbitros, apenas dias menos bons. A sobranceria com que o CA se apressou a escalar o Cláudio Pereira, depois de terem surgido notícias que iria estagiar uns tempos na jarra, é disso prova cabal. Este modelo, em circuito fechado, não serve nem à arbitragem, nem ao futebol. Em 2023 surgiu a ideia de entregar a gestão da arbitragem a uma comissão independente e externa, à semelhança do que ocorre noutras ligas".
"Rapidamente me apercebi, pelas declarações de variados setores, que este projeto iria colidir de frente com numerosos interesses instalados e condenado inexoravelmente ao oblívio, o que é o estado atual das coisas. Lamento que assim tivesse sido, porque mesmo que esta solução implicasse alterações no enquadramento legal, tinha o condão de traduzir um esforço de transparência e meritocracia, que a arbitragem bem necessita. Não desejo mal ao Nuno Almeida, mesmo que, como árbitro não tenha dele as melhores recordações. Agora ir para a FPF gerir o sistema tal como até agora, não lhe vai dar, garantidamente, um lugar na história", rematou.