Corinthians prepara dossiê após exclusão do MCFFB por aliciamento na base | OneFootball

O Corinthians está preparando um dossiê completo após a exclusão do Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro (MCFFB) por alegações de aliciamento na base. Em entrevista exclusiva ao portal Meu Timão, Claudinei Alves, diretor-geral da categoria, explicou os detalhes do ocorrido.

O dirigente do clube alvinegro relembrou o episódio que começou no início de janeiro, envolvendo o jovem Pedro Morelli, atualmente no Sub-15 do Corinthians com vínculo registrado no BID. Claudinei fez um resumo do incidente e criticou a atitude de André Figueiredo, que deixou a gerência geral da base do Corinthians em janeiro do ano passado e teria facilitado, em 2022, a saída do jogador para o Palmeiras.

Gustavo Vasco / Corinthians

“Tudo isso está acontecendo por uma razão: Pedro Morelli. Vamos apresentar para os organizadores do movimento e para a torcida os documentos, porque estão nos boicotando. Nos primeiros meses (pós-exclusão) é difícil de controlar. Ele esteve aqui por sete meses em 2021. Em janeiro de 2022, os pais receberam uma ligação de um ex-funcionário nosso e desligaram o garoto. Uma semana depois, ele apareceu no Palmeiras. Por que isso não foi aliciamento? Quem intermediou foi André Figueiredo junto com Próspero (Paoli, ex-coordenador metodológico). Já sabíamos dessa prática no Corinthians, indo principalmente para o rival”, iniciou Claudinei.

Devido à busca do Timão pelo atleta, que tinha contrato até o final de 2024 com o rival, o time da Barra Funda reclamou ao MCFFB alegando aliciamento, que acatou a queixa e expulsou o Timão do grupo. Na época, Claudinei Alves, diretor-geral das categorias de base, criticou a decisão do MCFFB, considerando-a arbitrária, e “comprou a briga” com o Movimento, ao defender que Pedro estava livre no mercado.

Ele recebeu apoio posterior de Manoel Barboza, empresário de Pedro Morelli, que atacou o Palmeiras, afirmando que faltou ética por parte de João Paulo Sampaio, coordenador de base do rival. A principal preocupação de Claudinei Alves, neste momento, não é reintegrar o Corinthians ao grupo, mas mostrar que o clube não cometeu nenhuma prática ilegal no processo, além de destacar a “denúncia” relacionada ao caso Flora, que ainda não completou dez anos.

“Quando os pais entraram em contato conosco por meio de um procurador do garoto, isso me chamou a atenção. Vi o histórico e pensei que poderia trazer o jogador. A mãe me mostrou, ela tentou falar com o João Paulo por três meses, mas ele enrolou, e ela queria fazer o contrato. Eles não tiveram retorno, então chamaram o procurador para falar com a gente. Com o histórico, já percebi: ‘não estou aliciando ninguém’, o jogador já era nosso, eles é que aliciaram antes. Não divulgamos na época porque havia pessoas coniventes dentro de casa, então desliguei todos os profissionais da base envolvidos. Estamos montando um dossiê”, afirmou Claudinei.

“Quanto ao caso do Flora, ele era nosso atleta. Em dezembro, quando assumimos, ele não apareceu. Descobrimos que ele estava negociando com o Palmeiras, e isso nos estranhou. Como ele ainda não tinha dez anos, não fizemos a denúncia. A ética só conta depois dos dez anos? Desde o primeiro ano de escola, aprendemos sobre ética”, finalizou Claudinei.

O Corinthians já sente os primeiros impactos da exclusão do MCFFB. O Timão conquistou o título da Copa Votorantim, considerada a “Copinha” do Sub-15, mesmo enfrentando o boicote de 13 dos 16 clubes originais do torneio, todos integrantes do Movimento dos Clubes Formadores.

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