Das varas verdes às canas de Bambu | OneFootball

Das varas verdes às canas de Bambu | OneFootball

Icon: Zerozero

Zerozero

·4 January 2025

Das varas verdes às canas de Bambu

Article image:Das varas verdes às canas de Bambu

Depois do desaire frente aos verdes de Lisboa na última jornada, os encarnados voltaram a tremer - sobretudo na primeira parte - e perderam, em casa, diante do SC Braga (1-2). Segunda derrota consecutiva no campeonato. A liderança, caso o FC Porto vença o jogo em atraso, pode ficar a cinco pontos.

Para a receção ao SC Braga, Bruno Lage apostou na fórmula que teve mais sucesso em Alvalade, com Leandro Barreiro e Vangelis Pavlidis em campo. Já Carlos Carvalhal não perdeu tempo a desembrulhar a prenda que recebeu no Natal e deu a primeira titularidade a Fran Navarro.


OneFootball Videos


Um guerreiro não perdoa

Assim que Luís Godinho apitou pela primeira vez, vimos uma versão inteligente do SC Braga: ciente das dificuldades defensivas sentidas ao longo da época, os minhotos tentaram ter bola e transformaram um possível 4-2-3-1 num compacto 3-4-3, com Adrián Marín a juntar aos centrais, Gabri Martínez a fazer o corredor esquerdo todo e Bruma a vagabundear perto de Navarro.

Não foi por isso que o Benfica não conseguiu criar perigo - com Pavlidis a fintar bem Matheus Magalhães e a desperdiçar o primeiro ainda antes da primeira dezena de minutos -, mas o SC Braga convencia e traduziu a boa imagem no mais importante: em golo.

Os bracarenses saíram rápido para o ataque e aproveitaram o espaço deixado no meio-campo para construir o perigo. Víctor Gómez teve tempo para notar Navarro entre os centrais; de espanhol para espanhol, o segundo enquadrou-se e desviou de Trubin para abrir as hostilidades. Tudo simples e bem-feito, para desespero do tribunal da Luz, que via a sua equipa com dificuldades para entrar no jogo.

Em desvantagem, as águias tiveram mais bola, mas nem por isso aumentaram os índices de perigo. Linhas de passe tapadas e pouca criatividade? Exibição amorfa; aproveitou o SC Braga.

Robson Bambu viveu de tudo num par de minutos: "derrubou" Pavlidis na própria área - o avançado procurou o toque -, entrou com tudo - lance legal - numa disputa a meio-campo e, depois, marcou. Num canto, o central não só apareceu como saltou sozinho na boca da pequena área. Segundo golo, antes do intervalo, em novo facilitismo encarnado.

Ao intervalo, Bruno Lage tirou um médio - Fredrik Aursnes - e colocou mais um avançado - Arthur Cabral. Uma troca inesperada e pouco percetível, mas com um intuito claro: atacar.

Lutar contra a apatia

Vislumbrou-se um esboço dessa vontade no reatar da partida, mas nada de enorme destaque. Aliás, foi no primeiro quarto de hora da segunda parte que pior se jogou na Luz, com muitos passes falhados de parte a parte.

Essa foi uma toada que continuou durante toda a segunda parte. Renato Sanches, por exemplo, entrou e, quando se perspetivava alguma mudança para melhor, falhou vários passes consecutivos.

Se a desinspiração era coletiva, a águia ansiava por alguém que pudesse dar um pontapé na apatia: missão para Arthur Cabral. O brasileiro - que podia ter visto a segunda cartolina amarela ao minuto 80, quando acertou com a mão na cara de Diego Rodrigues (a repetição, que só passou uma vez, deixa dúvidas) -, tantas vezes afetado pela falta de sorte, chutou de longe com canhota. Remate poderoso e com selo de golo, que fez a águia acreditar.

Até ao fim, o Benfica balanceou-se para o ataque e carregou em busca do empate - sempre com mais coração do que inspiração. Contudo, o SC Braga conseguiu mesmo segurar a vitória pela margem mínima e subiu, à condição, ao quarto lugar.

View publisher imprint