José Pereira da Costa explica o refinanciamento da dívida do FC Porto: “Similar ao crédito à habitação” | OneFootball

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·14 November 2024

José Pereira da Costa explica o refinanciamento da dívida do FC Porto: “Similar ao crédito à habitação”

Article image:José Pereira da Costa explica o refinanciamento da dívida do FC Porto: “Similar ao crédito à habitação”

Aspectos do refinanciamento: “Esta é uma operação pioneira a nível nacional e internacional. Trata-se de uma operação de muito longo prazo, uma vez que abrange um período de 25 anos. Trata-se de uma emissão de obrigações que será realizada através de uma entidade chamada Dragon Notes, uma subsidiária do FC Porto que possui 70% dos direitos económicos da Porto Stadco. É importante mencionar que esta emissão foi viabilizada após a renegociação do acordo com a Ithaka, uma renegociação realizada pela atual Administração, que permitiu esta operação de emissão de dívida, com base nos 70% dos direitos económicos da Porto Stadco. Através da Dragon Notes, começámos a estruturar a operação há cerca de seis meses e obtivemos uma classificação de qualidade de uma agência internacional (DBRS), conferindo um nível de investimento a esta operação. A classificação é um três B baixo, mas ainda assim, dentro de um nível de qualidade de investimento a nível nacional. Após a atribuição da classificação, começámos a estruturar a operação em colaboração com um banco internacional, o JP Morgan, que nos prestou apoio.”

Grandes investidores norte-americanos: “Esta operação ascende a 115 milhões de euros, o que a torna uma operação de grande dimensão. A nossa principal atenção está em investidores norte-americanos de grande porte, que tendem a investir em prazos muito longos e em empresas com uma boa qualidade de crédito, como é o caso da Dragon Notes. Iniciámos o processo de marketing e inclusive recebemos alguns destes investidores em potencial no Estádio do Dragão, nos dias dos jogos contra o Manchester United e o Hoffenheim. A procura pela emissão foi bastante significativa, recebemos ordens de subscrição que totalizaram 170 milhões de euros, o que nos obrigou a fazer um rateio para nos fixarmos nos 115 milhões de euros finais. Conseguimos um conjunto de investidores de elevada qualidade, com a presença de grandes seguradoras norte-americanas que se encontram entre as maiores do mundo. Através de um processo competitivo, conseguimos uma taxa que nos parece bastante vantajosa para o FC Porto. A taxa de juro anual será de 5,62%, o que é extremamente positivo para uma emissão com um prazo de 25 anos. A operação será liquidada em novembro de 2049 e, nos três primeiros anos, apenas pagaremos os juros. A partir de novembro de 2028, começaremos a amortizar o capital e os juros em prestações fixas, numa modalidade semelhante ao crédito à habitação. Teremos um valor fixo anual a pagar, que incluirá capital e juros.”


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Expectativa: “Esta operação não implica a alienação dos 70% da Porto Stadco. Não vamos atribuir esses 70% a esta operação, na medida em que a Dragon Notes irá receber os dividendos correspondentes a esses 70% da Porto Stadco, e esses dividendos servirão, em primeira instância, para o pagamento do serviço da dívida da nova emissão. O que sobrar será destinado à FC Porto SAD. Portanto, com esta operação não estamos a vender os 70% que detemos da Porto Stadco. A nossa expectativa é que pagaremos o serviço da dívida, mas os resultados que sobrarão serão apropriados pela FC Porto SAD. Neste sentido, parece-nos que esta operação é vantajosa e distinta de operações anteriores, que eram, na verdade, antecipações de receitas futuras. Esta operação marca uma grande diferença, uma vez que é uma dívida que terá de ser paga no futuro.”

Sobre os custos: “No que diz respeito aos custos de estruturação da operação, estes, sendo significativos, foram diluídos ao longo de 25 anos e de um montante bastante elevado, os 115 milhões de euros. Em comparação, nas obrigações típicas que são colocadas a pequenos investidores, os custos de estruturação e colocação, se diluídos pelo montante e pelo prazo da operação, podem chegar a cerca de 1% de custo anual. No caso desta operação, ao ser diluída ao longo de 25 anos e dos 115 milhões de euros, o custo anual fixa-se em 0,26%. Portanto, a este valor somam-se os 5,62%, mas estamos a falar de um custo muito competitivo, que se encontra abaixo dos 6%. Para um prazo de 25 anos, este é um custo vantajoso para o FC Porto. Esta emissão terá como principal objetivo refinanciar o passivo do FC Porto com prazos muito mais longos e com custos muito mais atrativos.”

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