Presidente do Banco Central depõe na CPI das Apostas; brasileiros gastam R$30 bilhões por mês com BETs | OneFootball

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·8 April 2025

Presidente do Banco Central depõe na CPI das Apostas; brasileiros gastam R$30 bilhões por mês com BETs

Article image:Presidente do Banco Central depõe na CPI das Apostas; brasileiros gastam R$30 bilhões por mês com BETs

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, prestou depoimento nesta terça-feira (8) à CPI das Apostas Esportivas no Senado e afirmou que a autarquia não tem respaldo legal para impedir transações financeiras entre bancos brasileiros e casas de apostas estrangeiras não autorizadas. “O Banco Central regula o sistema financeiro. Não temos competência para regular a atividade de apostas”, declarou.


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Apesar da limitação institucional, Galípolo alertou para os impactos crescentes das apostas esportivas na economia brasileira. Segundo ele, o BC está monitorando os efeitos do setor sobre o consumo das famílias, o aumento do endividamento, a inflação e a política de juros. “Estamos vendo uma elevação do consumo baseada em recursos destinados às apostas. Isso pode pressionar a inflação e afetar a política monetária”, afirmou.

Durante a sessão, o secretário-executivo do BC, Rogério Lucca, trouxe um dado alarmante: os brasileiros estão gastando entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês em apostas esportivas online — números que, segundo ele, foram levantados junto a instituições financeiras. Galípolo também revelou que alguns bancos já estão usando o histórico de apostas dos clientes como critério de risco para concessão de crédito, o que pode impactar diretamente as condições de financiamento, como limites de cartão e taxas de juros.

Galípolo defendeu que o país adote uma regulamentação mais robusta, semelhante à do Reino Unido, onde há responsabilidade solidária das instituições financeiras envolvidas em transações com sites ilegais. “Se houver mudança legislativa nesse sentido, o Banco Central poderá atuar de forma mais efetiva”, sugeriu.

Parlamentares que compõem a CPI expressaram preocupação com a dimensão que as bets vêm ganhando no cenário esportivo brasileiro, com forte presença em patrocínios de clubes, presença em transmissões esportivas e até casos de manipulação de resultados. “Tem jogador viciado, dirigente com conflito de interesse e criança sendo exposta o tempo inteiro a publicidade de apostas”, disse um dos senadores presentes.

A CPI das Apostas Esportivas foi instaurada para investigar não apenas os impactos sociais e econômicos do setor, mas também possíveis crimes como lavagem de dinheiro, evasão fiscal e manipulação de resultados. O setor movimenta cifras bilionárias e, segundo os parlamentares, carece de regulação e fiscalização adequadas.

Com esse cenário, cresce a pressão para que governo, Congresso e instituições como o Banco Central e a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda atuem em conjunto na criação de um marco regulatório mais rigoroso para o setor de apostas esportivas no Brasil.

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