Raul Plassmann revela que soube de ida ao Flamengo pela TV | OneFootball

Goleiro histórico do Flamengo nas conquistas do início da década de 1980, como Libertadores, Mundial e os três primeiros Brasileirões, Raul Plassmann contou uma história inusitada de quando chegou ao clube.

Segundo ele, tudo começou em 1978, época em que o goleiro já queria abandonar o futebol. Em determinado momento, Raul voltou até a morar com os pais. A história foi contada no "MengoCast".

"Chegou um dia que eu parei. Em Belo Horizonte, falei: 'Não quero mais'. Eu tinha 32 anos. Peguei meu carro, era solteiro, e fui embora para Curitiba. Cheguei sábado de manhã e fui morar com meus pais", disse.

O ex-goleiro não esconde que ser jogador de futebol nunca foi um dos grandes objetivos da vida. Lá no início, Raul deu os primeiros passos nos gramados com o objetivo de comprar um carro.

"À noite, na hora de jantar, tinha uma televisão na sala. Aí, entra o Jornal Nacional, que começou a fazer um bloco que não tinha antes, de esportes, muito rápido. O Fernando Vanucci que entrava", contou.

No entanto, logo depois de voltar, uma notícia dada pela televisão enquanto jantava com os pais mudou para sempre o rumo de sua carreira.

"Enquanto eu jantava com a minha mãe, ele diz na volta do intervalo: 'Raul é o novo goleiro do Flamengo'. Foi em agosto de 1978. Meu pai não falou nada, mas minha mãe disse: 'O que é isso?'", revelou.

Ciente de que a informação renderia repercussões, Raul admitiu que não sabia na época do que se tratava, mas uma ligação tratou de esclarecer tudo.

"Eu disse: 'Não sei o que é, mas o telefone vai tocar já, já'. Cinco minutos depois, ele toca e eu atendo: 'Raul, é o Márcio Braga, tudo bem?'", disse o ex-goleiro do Flamengo.

Raul contou que o ex-presidente do Flamengo fazia questão que o jogador se apresentasse, mas a vontade do então goleiro era mesmo se aposentar.

"Ele disse: 'Estive em Belo Horizonte, comprei seu passe, você se apresenta amanhã, tá bom?' Respondi: 'Presidente, já parei de jogar futebol, não quero mais'. E ele disse que tinha me comprado, que eu tinha que ir", afirmou.

Outro motivo que fez Raul não gostar da ideia de se mudar ao Rio de Janeiro foi o salário, considerado baixo por ele na época. Além disso, a moradia seria na instalação dos juniores.

"Ele falou mais alguma coisa, mas perguntei: 'Quanto você vai me pagar?' Não lembro se era em reais ou em cruzeiros novos, mas não dava para pagar um aluguel no Rio de Janeiro. Ele respondeu que eu ia morar em São Conrado, com os juniores", contou.

Desta forma, Raul decidiu que não fecharia com o Flamengo. Após defender Coritiba, São Paulo e Cruzeiro, o goleiro estava decidido a encerrar a carreira — mas Márcio Braga não se deu por vencido.

"Depois de tantos anos, vou morar com os juniores? Não só para mim, mas para qualquer um. Eu tinha parado mesmo, disse: 'Não vou'. Aí, ele vira e fala uma palavra mágica", prosseguiu.

Ao tomar ciência da experiência que teria, Raul mudou de ideia instantaneamente e decidiu partir para o Rio. Ao observar a força do elenco que o time estava montando, o goleiro optou de vez por ficar.

"Ele disse assim: 'Depois de amanhã, vamos jogar dez jogos na Europa, vai ter Real Madrid, La Coruña'. Agosto, verão, Mar Mediterrâneo, Costa do Sol e Flamengo. Não tem como dizer não", completou Raul.

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