River x Galo: coletiva de imprensa com Milito e Everson | OneFootball

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Clube Atlético Mineiro

·30 October 2024

River x Galo: coletiva de imprensa com Milito e Everson

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Pergunta para Milito: Queria que você falasse sobre a força mental do Galo, com o estádio lotado, River Plate mobilizado. Atlético teve uma atuação defensiva eficiente, com destaque para o Everson. Saiu tudo conforme o planejado?

Gabriel Milito: “Sabíamos que River ia a ter a iniciativa do jogo e de ser agressivo para tentar marcar um gol que daria possibilidade de cortar a vantagem parcial que a gente teria. Era indispensável defender bem coletivamente e individualmente. Creio que fizemos isso muito bem. River é uma equipe que te gasta muito como mandante. Estávamos preparados para isso. Faltou ter um pouco mais de posse de bola mais longa, para atacar melhor. Mas, era uma semifinal, River pressionou bem. Mesmo assim, tivemos situações claras de gol, com Deyverson no mano a mano no primeiro tempo, no segundo tempo com Scarpa e Deyverson. E, claro, eles vieram para cima. Então, apareceu a personalidade, o caráter e a força mental de toda a equipe, a começar por Everson até Hulk, nosso último homem, nosso atacante. Em nos comprometer no trabalho defensivo de sustentar o 0 a 0, e tentar, com o passar do tempo, um contra-ataque, que tivemos, para marcar um gol. Essa foi a partida. Muita personalidade de todos os jogadores, um alto nível. Muito feliz de estar em uma tão sonhada final. Agora, logicamente, estamos com a emoção à flor da pele por ter conseguido”.


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“Jogar todos os jogos da temporada não é fácil. Nos propusemos, como um grupo, jogar todos os jogos do Campeonato Brasileiro, da Copa Libertadores e da Copa do Brasil. Nos comprometemos a isso dois meses atrás. Sabíamos que o caminho seria muito duro, mas temos jogadores, uma equipe capaz de conseguir. Por isso, trabalhamos e, por sorte, hoje conseguimos nosso sonho. Agora, queremos ir pela glória.

Pergunta para Everson: Fale um pouco do seu desempenho no jogo….

Everson: “Um prazer fazer parte desse elenco, desse jogo, poder dar a minha parcela de contribuição. Sabíamos que o jogo seria difícil, a equipe do River iria nos pressionar bastante. Tive, logicamente, o apoio de todos os meus companheiros. Fizemos um sistema defensivo muito forte. Eles tiveram chances de gol, mas pude fazer algumas defesas para ajudar a equipe. Muito feliz de dar a minha parcela de contribuição em um jogo importante, e a gente ter conquistado essa vaga para a final, que é algo de suma importância para todos no clube”.

Pergunta para Milito: o Galo chega a mais uma final mostrando outras características de jogo. A loucura que é o futebol brasileiro ajudou a desenvolver outras metodologia para o seu time jogar.. E você chegou a fazer reflexão de que seria necessário abrir mão de algumas coisas para conseguir sobreviver nas duas competições?

Gabriel Milito: “No futebol, tudo que a gente sente, tentamos transmitir aos jogadores. Dentro disso, há melhores e piores momentos. É impossível sustentar uma temporada tão carregada de jogo atrás de jogo, Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores. Sustentar um nível alto permanentemente. Temos que tentar jogar de acordo com necessidades, com o que sinto, com o momento da equipe. Há momento da equipe que há frescura para atacar e atacar. Em outros momentos, melhor fazer boas defesas. Isso, eu creio fortemente nas minhas ideias futebolísticas, mas sei que haverá fases que é melhor ter fortaleza defensiva, e nem sempre pressionar adiante. Jogar mais direto em lugar de jogar com posse de bola. E os jogadores interpretam isso cada dia melhor. Quando há que jogar curto, Everson vai jogar curto. Quando tiver que jogar longo, ele vai jogar. A equipe entende isso, de saber esperar ou pressionar no campo do adversário. Isso faz com que a equipe seja mais completa e melhor”.

Pergunta para Everson: esse clima na chegada ao estádio, atraso do ônibus. Como isso mexe na preparação dos atletas, para o bem ou para o mal? Ou não tem interferência?

Everson: “Bom, primeiro que a gente já esperava por isso. Sabemos dos bastidores do futebol, principalmente aqui na Argentina, essa dificuldade de ônibus. Estávamos preparados. Isso nos ajuda a nos fortalecer ainda mais. Estávamos preparados para dificuldades extracampo e dentro do gramado. Nos concentramos no ônibus e a Conmebol teve o bom senso de atrasar um pouco a partida para a gente ter tempo de chegar no vestiário, fazer o aquecimento corretamente para buscar a classificação. Creio que isso não acabou mexendo com a equipe, estávamos bem concentrados, sabendo que poderia acontecer esses percalços no meio do caminho.

Pergunta para Milito: Qual foi a sua ideia de jogo, especialmente na defesa. O River teve muito volume, mas mais em bolas pelo lado, escanteio, do que por dentro. Seu time marcou muito bem.

Gabriel Milito: “Bem, o River é uma equipe que ataca bem por dentro e por fora. A gente queria controlar o jogo interno, porque eles têm muita qualidade, jogam de primeira, tocam e passam. Necessitávamos neutralizar o jogo interno. E, também, neutralizar o jogo por fora. Hoje, cruzaram muitas vezes, mais porque estávamos fechados para controlar esse jogo interno. Então, os laterais tiveram mais tempo para cruzar. Mas, estávamos preparados para esses cruzamentos, nos colocamos de uma maneira para tirar a bola. No primeiro tempo, a linha defensiva com Lyanco, Battaglia, Alonso e Arana, mais Alan Franco e Fausto Vera… Fizeram isso muito bem, quando River nos colocou dentro da nossa área. Chegavam os cruzamentos, houve sensação de que poderia acontecer algo perigoso, mas nos desenvolvemos muito bem nesse jogo. Depois, sim, a sensação de que poderíamos ter jogado melhor com a bola no pé e gerado mais perigo, um pouco mais de calma. Mas, não é fácil vir aqui, jogar contra tanta gente, estar com essa valentia e personalidade para sustentar e defender. Esforço de toda a equipe para lutar e estar na final”.

Pergunta para Everson: Queria que você falasse da sua temporada, lesão grave, momento de desabafo da Arena MRV, e, agora, protagonista da reta final.

Everson: “Logicamente, essa temporada tem sido especial para mim. Começamos com o título do Mineiro na casa do rival. Depois disso, começo de Brasileiro conturbado, fiquei um pouco exposto, críticas sobre o meu trabalho, esqueceram um pouco desses 3,5 anos dentro do clube, com oito passagens de treinadores, e eu sempre titular. Veio a lesão. Um dia antes da minha lesão, o professor passou uma grande confiança para mim, 15 minutos antes, ele vem de grande conversa. Estava voltando de uma inflamação no dedo. No mesmo dia, logo depois, tive a lesão no dedo, a mais grave da minha carreira. Mas foi boa. Até contraditório falar que lesão foi boa. Mas pude ficar em casa, com a família. Me fortaleci. E voltei no segundo semestre com essa força, valentia, ajudando a equipe, tomando poucos gols nas copas. Muito feliz pelo segundo semestre que estou fazendo. É o meu segundo jogo aqui no Monumental, segunda vez que conquisto o melhor em campo. Com muita fé e trabalhando para que esse segundo semestre termine até melhor do que está hoje”.

Pergunta para Milito: você tem um estilo bastante ofensivo, mas o Galo tem demonstrado um jogo equilibrado, com consistência defensiva. Como foi esse trabalho?

Gabriel Milito: “Creio muito no trabalho mas creio, muito mais, nos jogadores que tenho para dirigir. Foram poucos treinamentos ao longo na temporada, com todo o elenco completo. Nunca, nunca, em toda a temporada, conseguimos trabalhar todos juntos, sempre havia lesionados ou data Fifa. Mas, tenho a grande vantagem de contar com bons jogadores, isso faz com que a minha tarefa seja mais tranquila. Além disso, são jogadores com gana de ganhar, compreendem como competir. Ao final, vamos construindo isso, que não é tão fácil. Em momentos nos quais a equipe não estava tão forte defensivamente, decidimos esperar, ser mais fortes lá atrás, mas nunca renunciar de atacar. Quando cheguei, a equipe era muito bem atacando e defendendo, nesse estilo. Mas temporada longa, lesionados, sempre havia jogadores indisponíveis. São momentos de dificuldade. É tudo um grande desafio para mim, como treinador, jogar sequência de jogo que nunca havia acontecido. É o que nos proporciona o futebol brasileiro”.

Pergunta para Everson: Uma final de Libertadores te agrada mais em jogo único ou à moda antiga, com dois jogos, podendo jogar em casa?

Everson: “Sobre isso, cabe à organizadora da competição. Vamos pensar o que nos esperar, que é mais um jogo no Monumental, adversário difícil, talvez mais uma final brasileira diante dessa vantagem do Botafogo. Então, é pensar no que temos no futuro, no final do mês que vem, essa disputa de final para buscar esse título e colocar nosso nome mais uma vez na história do Clube”.

Pergunta para Milito: São sete meses de Atlético e você chega a finais importantes. Você esperava, em tão pouco tempo, se adaptar ao clube e conseguir esse feito? O que foi primordial para isso?

Gabriel Milito: “Quando alguém aceita uma proposta de trabalho, com a característica do Atlético Mineiro, com esses jogadores, sei que é para tentar ganhar títulos, pela grandeza do clube. Lutamos muito para isso. Estamos na final, não ganhamos nada, mas é muito importante. Sempre imaginamos o melhor. Mas também sei o tanto que é difícil o futebol. Enfrentar mata-mata na Libertadores, o mesmo acontece na Copa do Brasil. Sonhamos em chegar às finais, sabendo da dificuldade que tem isso. Nós vivemos do trabalho e do desejo. Somos competitidores desde jovens, meninos, nos metem essa raça competitiva. Competir? Competimos, pode ser favorável ou perder. Mas, a raça competitiva dos jogadores, do técnico, da gente que trabalha no clube… Jogamos para ganhar, sonhamos com algo tão grande, o que é muito difícil, acontece pouco. Por isso, dou muito valor ao esforço tremendo de toda a equipe, durante a temporada. No Brasileiro, também estamos fazendo um esforço igual, com a diferença de não ter tanta regularidade. Mas, o esforço para ganhar sempre foi o mesmo. Na Copa, conseguimos.

Pergunta para Everson: O Atlético no Brasileiro está diferente. O que acontece? Chega em duas finais tão difíceis e um desempenho diferente no Brasileiro…

Everson: “Muito difícil você jogar três competições e estar na cabeça nas três dentro do nosso país. O Brasileiro é de regularidade, e as copas te propicioam você enfrentar o adversário em dois jogos e conquistar a classificação. Foi assim nas duas copas, contra grandes adversários, vencendo eles, ou empatado fora e vencendo dentro de casa. Trabalhamos bem o poder da nossa Arena, ali é a nossa casa, literalmente. Apesar de ter um ano e pouco de existência, ali é a nossa casa”.

“É o calendário brasileiro, tem vários jogos. Em alguns momentos, você obrigado a dar prioridade em alguns jogos, estávamos com isso nas Copas, dando atenção a isso, jogando com a equipe que, na cabeça do professor, é a titular. Infelizmente, no Brasileiro, perdemos muitos pontos na nossa casa, tivemos muitas baixas no período da Copa América, o que prejudicou o Atlético a estar numa posição melhor na tabela”.

Foto: Pedro Souza/Galo

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