“Sem margem para dúvidas: contratos foram fabricados!” – PJ aponta dedo ao Benfica no caso ‘Saco Azul’ | OneFootball

“Sem margem para dúvidas: contratos foram fabricados!” – PJ aponta dedo ao Benfica no caso ‘Saco Azul’ | OneFootball

Icon: DOMINIODEBOLA

DOMINIODEBOLA

·16 May 2025

“Sem margem para dúvidas: contratos foram fabricados!” – PJ aponta dedo ao Benfica no caso ‘Saco Azul’

Article image:“Sem margem para dúvidas: contratos foram fabricados!” – PJ aponta dedo ao Benfica no caso ‘Saco Azul’

A sessão desta quinta-feira, 15 de maio de 2025, do julgamento do processo ‘Saco Azul’ ficou marcada por declarações bombásticas da inspetora da Polícia Judiciária, Maria Fátima Pires, que liderou a investigação ao alegado esquema de pagamentos ilícitos envolvendo a Benfica SAD e a empresa Questão Flexível.

Segundo a inspetora, a investigação teve início após comunicações de operações suspeitas na conta da referida empresa, com depósitos de elevado valor que eram depois levantados em numerário. A Questão Flexível, que tinha apenas dois funcionários e não apresentava instalações físicas reais, recebia transferências diretamente da Benfica SAD e Benfica Estádio.


OneFootball Videos


“Não tenho dúvidas: os contratos foram fabricados”, afirmou, de forma categórica, a inspetora Maria Fátima Pires. Segundo a responsável, os documentos foram elaborados após os serviços já terem sido prestados, numa tentativa de justificar as transferências junto do banco, e não por razões contratuais genuínas.

A ligação entre a Questão Flexível e a empresa Capinvest, sediada em Dakar mas alegadamente sem qualquer atividade real, também foi investigada. As faturas emitidas indicavam serviços de “consultoria informática”, mas a investigação não encontrou evidências que comprovassem essa prestação.

“A Capinvest não tinha instalações nem atividade conhecida. José Raposo, o proprietário, era consultor imobiliário em Leiria desde 2016. Era impossível justificar os valores recebidos”, referiu a inspetora.

O Ministério Público acredita que tudo fazia parte de um plano para desviar fundos e gerar fluxos financeiros ilícitos entre entidades ligadas ao universo Benfica. A investigação identificou fórmulas em ficheiros Excel que indicavam percentagens exatas dos valores a devolver em numerário após os pagamentos do clube.

O advogado da Benfica SAD e de Domingos Soares de Oliveira, João Medeiros, tentou desmontar parte da investigação, questionando a solidez da acusação e pedindo provas concretas da alegada implicação de Luís Filipe Vieira no plano. A inspetora, no entanto, admitiu não ter resposta para alguns dos pontos levantados.

O julgamento prossegue nos próximos dias, com o processo ‘Saco Azul’ a prometer continuar a agitar o futebol português e o nome do Benfica.

View publisher imprint