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Papo na Colina

·7 March 2025

URGENTE! Brant e aliados rompem com Pedrinho; entenda o que isso afeta no Vasco

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O Vasco vive um momento de grande turbulência política e administrativa. Nesta quinta-feira (6), Julio Brant, Clóvis Munhoz, Eduardo Raia e Ricardo Cotta anunciaram sua renúncia ao Conselho Deliberativo do clube, rompendo oficialmente com a gestão do presidente Pedrinho. O grupo, que até então era aliado de Pedrinho, se distanciou após uma série de desacordos sobre as direções tomadas pela atual administração.

A carta de renúncia, enviada ao Conselho, destaca as principais razões para a saída: o afastamento da 777 Partners, a demora na reforma de São Januário e as dificuldades do time dentro de campo. Além disso, os ex-conselheiros expressaram insatisfação com a falta de transparência nas contratações, os atrasos nos balancetes de 2024 e 2025, e as acusações de que o clube voltou a ser um “cabide de empregos”.


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O que motivou o rompimento?

  • Modelo SAF: O grupo criticou a judicialização da relação com a 777 Partners e a retomada do controle da Vasco SAF sem consulta ao Conselho, algo que, segundo eles, afastou investidores e gerou um clima de instabilidade.
  • Meritocracia: A alegação de que o Vasco voltou a ser um “cabide de empregos” para amigos e familiares de membros da gestão também foi um ponto de forte discórdia. Brant e seus aliados defenderam um critério técnico mais rigoroso para contratações.
  • Falta de transparência: Os ex-conselheiros reclamaram da falta de clareza em diversos processos do clube, como a publicação dos balancetes e a gestão financeira em geral.
  • Gestão e futebol: O time, apesar de contar com bons patrocínios, continua sem recursos para realizar contratações de peso. A falta de planejamento no futebol e nas divisões de base também foi criticada, assim como a ausência de uma estratégia clara para o aumento de receitas.
  • São Januário: O processo de reforma do estádio está parado, com a falta de interesse de investidores para viabilizar a obra, o que afeta diretamente a experiência do torcedor.

Confira a carta de renúncia:

“Para todo vascaíno é uma honra e grande responsabilidade ser eleito membro do Conselho Deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama. Nesses mais de dez anos de atividade política, atuamos fortemente para mudar a história do clube. Foram lutas para democratizar, abrir e modernizar o Vasco. Eleições diretas, eleições online, constituição da SAF, apoio na aprovação do Projeto de Lei da reforma de São Januário, dentre tantas outras pautas importantes.

No entanto, não podemos continuar a endossar algo que não acreditamos. A eleição de 2023 foi baseada na defesa da harmonia e compartilhamento de valores que não foram mantidos e cumpridos pela atual gestão. Valores esses que pontuamos e que sempre foram motivo de orgulho e compromisso do grupo com os sócios

Essa é, acima de tudo, uma carta de alerta e de atenção aos vascaínos.

1- Modelo SAFCriamos a “Um Só Vasco” por acreditar que o melhor a fazer era fortalecer a Vasco SAF, independente do investidor. Esse foi o desejo de mais de 70% dos sócios. Apesar disso, a diretoria tomou uma decisão radical e unilateral, sem consultar o conselho, sua base de apoio e, principalmente, o sócio do clube e retomou na Justiça o controle da Vasco SAF. Sempre defendemos a saída negociada do investidor, prevista em contrato, sem intervenção da Justiça. A judicialização trouxe insegurança jurídica a Vasco SAF, afastando potenciais investidores, que precisam de segurança, credibilidade e garantias para aportar o tão necessário recurso de que nosso Vasco precisa para voltar às glórias. Estamos vendo o enfraquecimento de nossa SAF e o fortalecimento do associativo, tudo que não queríamos e lutamos para transformar. O acirramento recente da disputa entre 777 e associativo em relação ao controle da Vasco SAF e sobre a Recuperação Judicial, só contribuem para esse ambiente de instabilidade, afugentando investidores.

2- MeritocraciaNossa bandeira sempre foi o profissionalismo. O Vasco voltou a ser um cabide de empregos para amigos, filhos e parentes de quem está no poder. Além disso, irmãs, sócios e amigos de conselheiros aliados são corriqueiramente contratados para atuar em funções importantes da nossa Vasco SAF. Cobramos critério técnico para essas contratações.

3- TransparênciaAtrasos na publicação de balancetes, em especial 2024 e 2025, conflito de interesses de gestores do clube, falta de clareza no processo de contratação de pessoas e empresas que servem ao clube são claros exemplos que contrariam tudo o que sempre defendemos e lutamos contra em gestões passadas. A recuperação judicial é outro exemplo. Aprovada com rapidez recorde, sem o devido esclarecimento e discussão nos foros apropriados, em especial com os sócios. As reuniões não têm transmissão para o acompanhamento democrático de todos, e não há o devido espaço para que os conselheiros possam expor as suas ideias e debater uma questão tão relevante, crucial, e com potencial devastador para o futuro do Vasco.

4- GestãoNão vemos claro estratégia para o aumento de receitas que são fundamentais no processo de restruturação do clube. Viabilizamos um ótimo patrocínio máster, mas o clube precisa de outras fontes. Com isso, o futebol do Vasco agoniza sem recursos para contratações de peso, que resolvam de fato nossos problemas em campo. Além disso, a comunicação em geral com o vascaíno e com o sócio tem sido relegada a segundo plano. Pontos que historicamente criticamos de outras gestões.

5- São Januário e torcidaGraças ao esforço do prefeito Eduardo Paes, o Vasco tem a oportunidade única de reformar e ampliar o nosso tradicional Caldeirão. Porém, até hoje não há notícia de incorporadores interessados na compra do potencial construtivo que viabilizará a reforma. Com um estádio ainda acanhado e desconfortável, o sofrimento para quem deseja assistir aos jogos aumenta com um programa de sócio torcedor confuso e sem avanços.

6- Futebol forteFutebol que seria a área de grande destaque também tem deixado a desejar. Contratações fracas, caras, sem critérios claros e objetivos, e com atletas sem condições físicas e nem técnica de jogar no Vasco oneraram os cofres do clube. Falta a apresentação de um projeto estruturado para as divisões de base, que hoje está recheada de profissionais sem currículo à altura do Vasco, além de quase nenhuma transparência na negociação e liberação por “incapacidade técnica” de jovens da base.

O descumprimento desses pontos nos levou a agir com sinceridade e transparência com colegas de conselho, beneméritos, sócios e torcedores vascaínos que nos confiaram seus votos e apoios.

Sendo assim, sentimos na obrigação de apresentar ao Exmo. Sr. Presidente do Conselho Deliberativo nossa carta de renúncia. Como vascaínos apaixonados, continuaremos a apoiar a clube e dar toda assistência necessária e que nos for demandada. Também seremos vigilantes. Vamos fiscalizar e cobrar a atual diretoria em todos os pontos pelos quais sempre lutamos. Estaremos ao lado dos sócios, queremos que a sua vontade prevaleça e o modelo SAF seja retomado com a venda para que o clube recupere sua credibilidade e capacidade de investimento.

Esperamos que a vontade do sócio seja respeitada e que o modelo SAF seja retomado ainda este ano.”

O impacto no Vasco

Com a renúncia de Brant e seus aliados, Pedrinho perde apoio de figuras importantes dentro do clube, o que pode comprometer ainda mais sua gestão. A falta de consenso pode afetar a busca por investimentos para a venda da SAF, um dos pontos mais esperados pelos sócios, e colocar em risco a estabilidade financeira e administrativa do Vasco.

O futuro político e administrativo do clube está em jogo, e a pressão sobre a atual gestão será ainda maior, já que a insatisfação interna se reflete diretamente no desempenho do time e no relacionamento com os sócios. A briga pelo controle da Vasco SAF promete ser um dos maiores desafios do Vasco nos próximos meses.

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