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Zerozero

·28 de noviembre de 2024

Balão cheio de (t)alento

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SC Braga está vivo na Liga Europa! Sem muita mais margem para erros, os arsenalistas apresentaram-se à altura do momento e bateram, esta quinta-feira, o TSG Hoffenheim (3-0) para somar três pontos muito importantes antes de duas partidas decisivas e, teoricamente, mais exigentes.

Numa exibição muito madura de início a fim, principalmente nos momentos sem bola, a equipa portuguesa entrou num ritmo elevadíssimo e aproveitou também o facto de o despertador não ter tocado a horas no lado alemão - entrada amorfa e repleta de erros - para resolver a questão do resultado em apenas dez minutos. Missão cumprida e os bracarenses seguem em lugar de acesso ao play-off.


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Duas faces da moeda

Um dos princípios básicos do futebol, daqueles que se ensinam desde tenra idade, assenta nos conceitos de ‘campo grande’ e ‘campo pequeno’. Campo grande quando se tem a bola e que significa alargar ao máximo a equipa para jogar a todo o campo, campo pequeno quando se joga sem bola e cujo objetivo é ‘fechar’ a equipa num bloco com objetivo de proteger a zona central.

Durante o primeiro quarto de hora, o ‘campo grande’ do SC Braga foi gigante nas cabeças alemãs. Já depois de ter aproveitado um erro de Oliver Baumann para abrir o marcador (2’), Bruma iniciou ainda o lance que Roger Fernandes finalizou com mestria (8’). Duas chances claras, 2-0. Antes de estarem cumpridos os primeiros dez minutos. Arranque delicioso.

Mas para lá de um TSG Hoffenheim atordoado e lento a arrancar como o motor de um carro numa manhã de inverno após uma noite ao relento, houve um SC Braga que soube exatamente como ferir o adversário: no ‘campo grande’. David Jurásek teve dificuldades em definir quando agarrar a referência individual em Roger Fernandes e quando se preocupar com a zona. Acabou várias vezes por não cuidar nem de uma coisa, nem da outra.

Um jogo nos primeiros 20 minutos, outro totalmente diferente nos 25 restantes. Ressalve-se que o TSG Hoffenheim pouco ou nada criou com verdadeiro perigo (Mergim Berisha teve a única real oportunidade), mas o crescimento alemão e desconforto bracarense sentiu-se.

Sobretudo pela direita do ataque, os alemães carregaram e chegaram a zonas prometedoras por via das debilidades defensivas de Gabri Martínez, que a cada paragem do jogo se deslocou até junto da linha lateral para ouvir correções. Sem bola, a pressão cada vez mais sufocante criou problemas na saída de bola aos arsenalistas, mas a solidez defensiva, conjugada com uma linha concentrada e que tirou vários foras de jogo aos alemães, evitou males maiores.

Maturidade que se pede nestes palcos

Gabri Martínez ainda não estará totalmente familiarizado com as rotinas de ala e aparenta, por vezes, estar perdido nas tarefas defensivas, mas a subida de rendimento do jogador espanhol na segunda metade foi tudo o que os bracarenses precisaram para fechar definitivamente a porta ao adversário.

Mais assertivo defensivamente, certamente fruto de correções feitas dentro da única sala onde as câmaras não chegam, o ala deixou de ser o ponto débil que os alemães exploravam e passou, inclusive, a aventurar-se mais também na metade ofensiva. Muitas vezes livre para receber a variação de flanco depois de atraída a equipa adversária para a outra metade do campo, Martínez não se inibiu de galgar metros e teve um par de aparições perigosas no último terço.

Confortável sem bola, porventura até o mais confortável em toda a temporada neste aspeto, o SC Braga não ficou ansioso por não ter tanto a bola. Pelo contrário, os Gverreiros do Minho mostraram a maturidade necessária para competir a este nível, mantiveram-se organizados e à espreita de uma saída rápida para matar o jogo. Só não aconteceu porque Roberto Fernández, isolado, acertou mal na bola e o remate saiu frouxo (68').

Uma exibição vazia em criatividade por parte dos germânicos não melhorou com as substituições. Também aí Carlos Carvalhal teve mais sucesso do que Christian Ilzer, ao refrescar a frente com Roberto Fernández e fechar definitivamente a direita com a entrada de Víctor Gómez. Até ao final, a sensação foi sempre de que seria a equipa da casa a estar mais perto do golo do que os forasteiros e a sobremesa ficou guardada para os descontos: Vitor Carvalho assinou o melhor golo da noite num pontapé de pé esquerdo, após mais uma jogada inventada por Bruma.

Olhando às contas, o SC Braga ganha novo alento na luta pelo apuramento europeu antes dos jogos teoricamente mais exigentes frente a Roma e Lazio. Pelo meio ainda haverá Union St. Gilloise, mas para já há o ultrapassar de uma verdadeira final.

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