MundoBola Flamengo
·20 de diciembre de 2024
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·20 de diciembre de 2024
A Bancada Feminina do Flamengo tem o intuito de aumentar a participação e valorização das mulheres dentro do clube, conforme o próprio perfil das conselheiras se refere. A importante luta se mostrou firme após a nomeação dos vice-presidentes do clube. São 14 nomes masculinos, o que causou desconforto na Bancada Feminina.
Uma nota oficial foi publicada para manifestar esse incômodo, e sobretudo, a "indignação", como diz o texto publicado, com o quadro formado totalmente por homens. Isso denota um desinteresse na inclusão feminina, segundo a nota da Bancada Feminina.
Mas um dos pontos mais importantes apontados é a nomeação de um diretor que foi denunciado por assédio, o que afronta as mulheres dentro do clube e causa preocupação. Confira a nota na íntegra abaixo.
A nota se refere a Rodrigo Paiva, que trabalhou na CBF como diretor de comunicação. No entanto, ele foi demitido por justa causa ao se envolver em uma denúncia de assédio sexual. Ele foi um dos principais acusados de assédio, em 2023, contra uma diretora de patrimônio da entidade.
A vítima foi Luísa Xavier Rosa, que no dia 2 de agosto, venceu no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, fazendo com que a CBF tivesse que pagar R$ 60 mil. Rodrigo Paiva tentou se defender na Comissão de Ética da CBF, mas não conseguiu evitar a demissão.
Paiva está perto de ser oficializado como diretor de comunicação do Flamengo na gestão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap. O jornalista, inclusive, esteve presente na posse do novo presidente do clube, na noite da última quarta-feira (18).
O MundoBola Flamengo apurou, com Marion, presidente da Bancada Feminina do Flamengo, que elas não puderam indicar nomes femininos para o Conselho Diretor, já que não foram procuradas. No entanto, o novo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Ricardo Lomba, buscou indicações.
Lomba conversou com a Bancada Feminina em busca de mulheres para as comissões do Conselho Deliberativo. O vencedor do pleito contra Álvaro Ferreira apoiou a campanha de Bap e faz parte da Situação, que inicia a gestão em 2025.
Marion Kaplan deu importante declaração para a reportagem do MundoBola Flamengo para falar sobre o tema. Ela lembra dos projetos que a Bancada Feminina do Flamengo aparece envolvida, além de explicar que dá inúmeras ideias para os dirigentes rubro-negros pensando na valorização feminina.
"A Bancada fará três anos em 2025. Estamos há anos lutando pela inclusão e valorização das mulheres no Flamengo. Fazemos a nossa parte trabalhando, recrutando novas integrantes, mandando propostas para dirigentes e candidatos. Ajudando nas campanhas contra o Feminicídio (Antes que Aconteça e Todos por Elas) em parceria com o Governo do Rio de Janeiro", inicia.
Apesar de tanto empenho, o projeto só vai reverberar com a ajuda dos dirigentes. É o que cobra Marion, que também é colunista do MundoBola Flamengo. Ela pede que as pautas inclusivas sejam respeitadas e levadas a sério para que obtenham êxito na Gávea.
"Mas é fundamental que os dirigentes façam sua parte: eles precisam se esforçar para que o clube tenha mais representatividade nos seus quadros. Essa luta não é apenas das mulheres. É uma luta de todos e todas. Uma governança nova, moderna e profissional, que a nova gestão projeta, é extremamente benéfica para o clube. Mas para isso, ela também tem que levar em conta as pautas de diversidade e inclusão que as grandes empresas adotam", finaliza.