“Centrais do FC Porto? Estamos a construir uma equipa inteligente” | OneFootball

Embora tenha iniciado recentemente o seu trabalho no FC Porto, Martín Anselmi já começou a transmitir algumas noções do seu estilo de jogo à equipa.

O treinador, semelhante à abordagem que adotou após o empate (1-1) com a Roma, afirmou que prefere que a equipa alcance o golo «apenas com um passe» e fez uma análise minuciosa do estilo de jogo da equipa, ao ser questionado sobre o desconforto dos defesas-centrais na fase inicial da construção de jogo.

«Não concordo. O trabalho mais aprofundado… não é o mesmo a Roma a pressionar-te de forma individual e teres de lidar com essa pressão de uma forma, ou o Sporting a permitir que saias com os dois primeiros passes, obrigando-te a lidar com a pressão de outra forma. Fizemos passes longos que terminaram na nossa área e executámos jogadas que atraíram o adversário, culminando na ação do Mora que quase resultou em golo. Isso é uma análise resultadista, não é uma análise do jogo. O jogo é determinado pela pressão do oponente, onde procuro a vantagem. Cada jogo é único. Há partidas onde é necessário atrair o adversário para jogar longo, porque pressionam de forma individual e temos vantagem em espaço, e outras onde temos uma vantagem numérica e podemos jogar com mais fluidez. Os nossos jogadores estão a passar por um processo de aprendizagem. É necessário encontrar a vantagem em cada situação», afirmou em conferência de imprensa, no Olival.

«Jogar a sair, passar a bola, ser pragmático ou não… O meu objetivo é ser pragmático. Já o declarei. Se posso marcar num passe, de baliza a baliza, quero isso. O que quero é marcar. Precisamos de marcar, encontrando vantagens de acordo com o que o adversário permitir. Haverá jogos que exigem um jogo mais longo. Contudo, se o adversário tiver dez jogadores na sua própria área, não lhes darei a bola. Se a pressão for individual, nós recuamos, eles pressionam e deixam um jogador em um contra um na frente, onde jogamos? Jogamos longo. Depois, se ganhar no um contra um, fico frente à baliza adversária. É importante compreender o momento do jogo. Há momentos em que o adversário pode pressionar individualmente e depois não o faz», continuou.

«O objetivo é construir uma equipa inteligente, que perceba o momento do jogo. É para isso que trabalhamos. O nosso trabalho é fornecer as ferramentas necessárias aos jogadores para que possam resolver cada situação de forma inteligente», acrescentou.

Questionado sobre a importância de uma vitória no Algarve contra o Farense, Anselmi afirmou que «o FC Porto está sempre na obrigação de vencer».

«Se desejas estar num lugar onde não te exigem, não desejas estar no FC Porto. Isso está claro. Não devemos ter essa pressão em mente antes de jogar. O nosso foco é fazer o melhor jogo possível», afirmou.

Em relação ao Farense, que ocupa o penúltimo lugar da Liga, o treinador do FC Porto considerou que a equipa é mais competitiva do que a sua classificação indica.

«No futebol, não só em Portugal, mas em todo o mundo, não existem jogos fáceis nem adversários fáceis. O futebol está bastante equilibrado. Apesar da sua posição na tabela, é uma equipa que tem momentos de jogo em que se destaca, como na transição, nas bolas paradas, ou na forma como defendem e conseguem pressionar. Não será um adversário fácil, antes pelo contrário. Tem jogadores de qualidade e a classificação não reflete a verdadeira qualidade do Farense», observou.