Zerozero
·14 de febrero de 2025
Cupido só teve direito a uma seta
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Zerozero
·14 de febrero de 2025
No Dia dos Namorados, a seta do Cupido acertou no Estrela da Amadora, que venceu o Boavista (0-1), em pleno Estádio do Bessa. Num embate entre aflitos, o golo solitário de Rodrigo Pinho permitiu aos forasteiros saírem das posições abaixo da linha de água.
À partida para este duelo, as duas equipas atravessavam períodos muito cinzentos na suas respetivas campanhas. Na formação da Invicta, reinava a esperança, depois da fornada de aquisições garantidas na presente semana, bem como a chegada de um novo comandante para o instável navio. Contudo, foram os estrelistas quem saíram a sorrir da cidade do Porto, após voltarem a provar o sabor doce da vitória.
Na estreia de Lito Vidigal, a ânsia dos adeptos axadrezados por ver os novos reforços no onze inicial era grande. No entanto, o técnico de 55 anos chamou a ação, apenas, uma cara nova para o seu 3-5-2: Sidoine Fogning, ex-Coimbrões, entrou diretamente para o eixo defensivo, formado, ainda, por Rodrigo Abascal e Pedro Gomes. Já Tomas Vaclik, Steven Vitória, Vitalii Lystsov, Layvin Kurzawa e Marco van Ginkel ficaram no banco, à espera de uma eventual chamada.
No outro canto da sala, José Faria promoveu quatro alterações, face ao desaire em Rio Maior. Miguel Lopes, Paulo Moreira, Fábio Ronaldo e Kikas mereceram um voto de confiança do seu mestre. A verdade é que um dos jogadores escolhidos ficou prestes a dar um presente de S. Valentim à massa associativa dos tricolores. Logo após o pontapé inicial, a bola chegou aos pés do antigo avançado do Rio Ave, que, em posição privilegiada, escorregou antes de visar o alvo.
Nos minutos que se sucederam, reinou a completa falta de inspiração ofensiva. Os intervenientes poderiam estar a pensar nas prendas que iriam oferecer às suas amantes após o apito final, porque num eventual golo não era de certeza. Contudo, os visitantes eram quem estavam mais soltinhos no duelo, chegando, em algumas ocasiões, a zonas ameaçadoras à baliza contrária, através de movimentações simples e diretas.
Se Kikas era o principal símbolo de inconformismo da turma pintada de preto, criando múltiplos desequilíbrios com a sua capacidade de aceleração, Róbert Bozenik era a voz do pragmatismo. O internacional eslovaco desmarcou-se nas costas da defensiva contrária e imprimiu um autêntico balázio. No entanto, o travessão da baliza à guarda de João Costa mostrou-se de costas voltadas com o ponta de lança, arruinando este pequeno (mas intenso) date.
Ainda no primeiro tempo, o Estádio do Bessa ficaria contagiado por uma grande onda de aplausos e, posteriormente, por um ensurdecedor silêncio. Numa primeira instância, os simpatizantes dos panteras fizeram-se ouvir aquando da entrada precoce de Van Ginkel, fruto da lesão de Gonçalo Almeida. Já na última jogada da primeira parte, Rodrigo Pinho gelou as bancadas, com um belíssimo cabeceamento, na sequência de um livre indireto.
Este balde de água fria não abalou o conjunto da casa. Aliás, os comandados de Vidigal entraram na segunda metade com uma energia renovada, movida pelo combustível fornecido pelos adeptos, incansáveis no apoio. Desta feita, surgiram inúmeras oportunidades para o empate no marcador voltar a prevalecer. Para alento dos estrelistas, nem Bozeník, nem Abascal, nem mesmo Vukotic, conseguiram encontrar o caminho para as redes.
A disputa acabou por ficar mais repartida com o decorrer dos minutos. O emblema da Reboleira soube ter mais paciência em posse, esperando os momentos certos para quebrar linhas em alta voltagem. A entrada de Chico Banza, aos 60'. trouxe um novo lote de problemas à defensiva adversária, fruto da sua evidente verticalidade. O período de compensação ficou marcado por um corte providencial de Leonel Bucca, que ditou a distribuição pontual.
Com este resultado, o Estrela da Amadora passa a ocupar, à condição, o 15.º posto do campeonato nacional, com 20 pontos. Já o Boavista continua com, apenas, doze pontos, como lanterna vermelha da tabela classificativa.