Zerozero
·6 de enero de 2025
Zerozero
·6 de enero de 2025
Está em todo o lado. Nas redes sociais, nos outdoors da autoestrada que nos leva até Leiria e na boca do povo. Ninguém sabe bem onde nasceu - pelo menos, até esta peça -, mas todos brincam com o tema.
Ora, não havia melhor ocasião para aprofundar o tema que esta. A final four disputa-se na Cidade do Lis e o zerozero entrou em contacto com a Câmara Municipal de Leiria - com o vereador Carlos Palheira, mais propriamente - e, além de aprofundar as origens desta espécie de "ditado dos tempos modernos", procurou entender a relação entre a cidade e a competição.
Para começar, o tira-teimas necessário: Leiria existe ou não existe?
«Claro (risos). Existe e com muito sucesso, não só por este evento - final four da Taça da Liga -, mas por tantos outros. Ainda agora, por exemplo, fomos considerados a melhor cidade natal do país, por duas entidades. Além disso, os eventos que organizamos, têm tido bastante sucesso. Por isso, está tudo a correr muito bem», admitiu o vereador.
«Foi uma pessoa que olhou para um mapa onde não estava Leiria e disse que a cidade não existia. Depois, tornou-se viral. Fizemos uma campanha de promoção do próprio território. Ou seja, foi uma campanha de marketing que resultou muito bem, porque as pessoas aderiram e alinharam na brincadeira», explicou, em relação às origens da célebre frase.
«Foi uma oportunidade agarrada de forma muito particular, para promover a cidade. Sobre isso, acho que correu estrondosamente bem», terminou.
Loulé, Coimbra, Leiria, Braga... A Taça da Liga tem se decidido em diferentes pontos do país ao longo da sua existência. Apesar da passagem esporádica em 2013/14, a final da prova fixou-se em Leiria nos últimos anos - desde 2020/21. Para Carlos Palheira, o balanço não podia ser melhor.
«O resultado, para a cidade, é extraordinariamente positivo. Há um retorno gigantesco para Leiria: mediático, económico... Nesse aspeto, é estrondoso, uma oportunidade única de promover a nossa região. Há muita televisão envolvida, com muitas reportagens, muitos diretos e muita gente a falar da cidade», começou por dizer.
Nesse sentido, o vereador aprofundou: «Há um crescimento concreto por via do investimento direto das pessoas. Vêm, dormem cá, comem cá, passam pelo comércio local... Esse acaba por ser um impacto direto. O impacto indireto é medido por empresas especializadas, que fazem a avaliação do evento para a Liga. No evento do ano passado, por exemplo, os indicadores diziam que, sem a competição, para a cidade ter o mesmo impacto mediático teria de investir mais de 100 milhões de euros do seu bolso. Um evento com notoriedade em prime time, com aquelas questões televisivas que elenquei anteriormente... Não há muitos no país.»
A ligação entre a Liga e a cidade não é, contudo, unidirecional. Na opinião de Carlos Palheira, a organizadora da prova também beneficia com esta junção.
«Outro fator importante está relacionado com a competição, que também tem muito a ganhar ao estar na cidade de Leiria. Acho que a prova também cresceu pelo facto de estar no nosso território. Nesta edição, por exemplo, temos duas equipas do norte e duas equipas mais a sul; portanto, Leiria traz esta centralidade, que beneficia todos e torna a competição mais justa na relação da equidistância», notou.
Apesar da relação saudável, surgiram rumores - suportados pelas declarações de Pedro Proença - que a Taça da Liga pode mudar de localização no futuro, eventualmente para o estrangeiro. Carlos Palheira deixa a decisão para os responsáveis, mas puxa a brasa à sua sardinha.
«O presidente - da Liga Portugal - Pedro Proença vai brevemente a eleições para a Federação. Portanto, será uma decisão para um eventual novo presidente e não sei se ele terá o desejo de levar a competição para fora do país - nem sei bem se esse é o desejo dos clubes. Será uma decisão interna da própria Liga, naturalmente. Ainda assim, se houver vontade de continuar em Portugal e o desejo de continuar em Leiria, nós estaremos disponíveis para avaliar e decidir. Como disse anteriormente, creio que o evento cresceu muito com a cidade e trouxe de volta o futebol dos grandes ao centro do país», lembrou.
Com a grande competição aí à porta, o vereador da Câmara Municipal de Leiria contou-nos os desejos que tem para a «semana de festa» em Leiria.
«Espero que seja uma semana igual à das outras edições. Que seja uma festa, que se venham divertir ao nosso território, sem incidentes - como é costume - e que seja uma promoção à modalidade. Que o vencedor seja o mais competente e que tudo corra dentro da normalidade», aspirou.
Por fim, não podiam faltar algumas dicas para quem está de malas feitas para Leiria: «Há toda a nossa rede de museus, devem aproveitar para saborear a nossa gastronomia, que é excecional, e passear um pouco pela cidade. Leiria é muito bonita e fica o convite para virem conhecê-la.»