MundoBola Flamengo
·13 de marzo de 2025
O Flamengo se esforçou e conseguiu colocar emoção na final do Carioca

MundoBola Flamengo
·13 de marzo de 2025
Primeiro vamos deixar claro que não foi um grande jogo. Quem esteve no Maracanã na noite chuvosa desta quarta-feira viu bem mais transpiração do que inspiração, mais esforço que qualidade, uma proporção bem mais alta de gente se empurrando e discutindo com o juiz do que de gente fazendo lances bonitos e dignos da qualidade de um Fla x Flu.
A postura dos times também não ofereceu grandes surpresas, com um Flamengo que tentava impor seu estilo de jogo mas encontrava a forte resistência de um adversário que praticava com muita eficiência as três premissas de qualquer time treinado por Mano Menezes (marcar forte, bater sempre que possível e reclamar com o juiz enquanto estivesse marcando ou batendo). Estava desenhado aí o cenário para que uma partida não fosse marcada por grandes emoções.
Mas Wesley, em fase cada vez mais iluminada, pensava o contrário. E com um chute que talvez seja a maior violência contra idoso já exibida na TV Globo desde a personagem Dóris na novela “Mulheres Apaixonadas”, venceu o goleiro Fábio e abriu o placar, ainda no começo do primeiro tempo.
O que se viu depois daí foram os primeiros sintomas de um Flamengo que começou a ter lapsos de relaxamento, que passou a complicar situações fáceis, que parecia disposto a testar se esse time do Fluminense era mesmo tão ruim quanto parecia e iria ser incapaz de aproveitar as oportunidades que a nossa própria defesa criasse para eles.
E por um tempo foi isso que aconteceu. Mesmo com um Flamengo que errava muito, que tomava decisões precipitadas e desperdiçava oportunidades, a equipe tricolor conseguia consistentemente ser ainda pior, com faltas absurdas, total ausência de articulação ofensiva e erros absurdos na saída de bola, que acabaram permitindo que o Flamengo, mesmo sem estar tão bem em campo, ampliasse o placar, com um gol de Juninho Azerbaijano, o que poderia dar números finais a partida.
Mas não deu, claro. Porque a equipe rubro-negra estava realmente decidida a garantir a emoção de um clássico praticamente já resolvido e não apenas cedeu um bisonho gol de cabeça para Keno como ainda se manteve acuada na defesa por mais uns bons minutos, garantindo ao Fluminense até mesmo uma expectativa de empate e proporcionando um resultado tão positivo quanto preocupante.
Positivo porque, no frigir dos ovos, o Flamengo ainda saiu de campo com a vantagem e precisa apenas de um empate no domingo para garantir seu 39º título estadual, ampliando ainda mais a sua supremacia dentro do Rio de Janeiro.
Mas preocupante porque, dada a fragilidade da equipe tricolor, esperava-se mais do Flamengo, não apenas em termos de eficiência ofensiva quanto de segurança defensiva. Continuamos nos ressentindo muito da ausência de Pedro, ainda mais sem Bruno Henrique improvisado na posição; Luiz Araújo mostrou que vive uma bizarra versão da série "Ruptura" em que é uma pessoa quando entra no segundo tempo e outra quando começa jogando; e tivemos ao menos duas falhas defensivas que, ainda que pareçam mais azar do que erro, são absolutamente inaceitáveis pra um time que tem as aspirações que o Flamengo possui.
Que domingo então possamos ver um Flamengo e um jogo melhor, com mais qualidade, menos falhas e, se possível, sem essa vontade toda de complicar uma partida que poderia ser bem mais simples. Legal valorizar o título, mas existem outros jeitos mais divertidos de fazer isso.
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