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·11 de enero de 2025

Por que o Cruzeiro insistiu em Fabrício Bruno? Explicamos

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O Cruzeiro gastou R$ 44 milhões na contratação do zagueiro Fabrício Bruno, anunciado na noite deste sábado depois de uma longa novela de mercado. Ex-Flamengo, o defensor foi formado nas divisões de base da Raposa, e volta para o clube no patamar de grande contratação para a nova temporada. Mas por quê?

Fabrício Bruno tem 28 anos e, dificilmente, conseguirá se valorizar no mercado para ser vendido por um valor maior do que o investido pelos mineiros. O Flamengo já teve propostas maiores para o defensor em 2024, mas a única transferência de fato concretizada foi para Belo Horizonte.


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O projeto quando um clube contrata um atleta de 28 anos quase nunca é o de obter retornos financeiros com uma venda. Quando investe mais de R$ 40 milhões em um defensor, o Cruzeiro busca a solução dos problemas.

Se em 2024 usou a primeira janela da nova direção para ajustar o meio-campo, superando os 16 milhões de euros por Walace e Matheus Henrique, a prioridade na janela de janeiro, além de aproveitar Gabigol no mercado, foi a busca por um zagueiro.

Valentin Gómez, do Vélez, foi opção por muito tempo, mas não houve acordo. A diretoria celeste voltou os esforços, então, para trazer Fabrício Bruno, potencialmente a contratação mais cara de 2025 no clube.

O encaixe no modelo de jogo

O nome de Fabrício Bruno ganhou força com a sequência de Fernando Diniz no clube. O modelo de jogo do treinador valoriza defensores como Fabrício Bruno. Na verdade, depende de jogadores com as características do ex-flamenguista.

A começar pelo que é, talvez, o grande trunfo de Fabrício Bruno: a boa saída de bola. Sabemos que Fernando Diniz gosta de uma saída a 3, com jogo apoiado. A bola começa no goleiro e vai avançando no campo de pé em pé, geralmente com jogadores próximos. A capacidade associativa de Fabrício Bruno, um zagueiro de bom passe, pode ser determinante entre uma saída de sucesso ou a perda de bola já em zona de finalização.

Mais do que ter capacidade para sair curto com um companheiro, Fabrício Bruno tem uma característica que Diniz utilizou muito em Nino nos tempos de Fluminense: a capacidade de progressão com bola. Com espaço, o zagueiro quebra linhas avançando com a bola nos pés. E pode, também, achar passes verticais mais longos, avançando o campo com mais velocidade se o adversário permitir.

Nino fez muito isso no Flu: com Samuel Xavier bem aberto, segurando a marcação, e meias mais avançados, o zagueiro conseguia avançar com a bola nos pés para, depois, achar opções mais na frente. Fabrício Bruno pode fazer o mesmo. Na verdade, costumava fazer isso no Flamengo.

O zagueiro só tem confiança em progredir o campo com a bola nos pés porque é um defensor rápido. Outro atributo valorizado (e necessário) nos times de Diniz. No Fluminense e no Santos, e mesmo na Raposa, Diniz priorizava uma marcação alta no campo adversário, com atacantes sempre que possível direcionando a saída adversária para os lados do campo.

Atuar com linhas altas requer atenção, adaptabilidade e, para os zagueiros, velocidade. Não à toa, os zagueiros da Bundesliga costumam ser os mais rápidos do mundo (pode reparar). Se você for ver um Leverkusen x Dortmund (e foi um jogaço na sexta), vai notar que as duas linhas defensivas estão o mais próximas do meio possível. Há poucos espaços para jogar com a bola nos pés, daí a Bundesliga ser uma liga marcada por transições rápidas. Não há espaço onde está a bola, mas sobra longe dela. Os times tentam sempre atacar os espaços nas costas da defesa. Para isso, um zagueiro rápido é fundamental. Por isso, nomes como Jonathan Tah, Tapsoba, Upamecano e companhia sobram na liga: são defensores físicos e, ao mesmo tempo, rápidos, com uma grande força no arranque.

Fabrício Bruno é, por característica, um defensor rápido, de muita fisicalidade (veja bem, não o estou comparando com Tah e companhia, que fique registrado - estou falando em característica de jogador!). Não à toa, as principais propostas que recebeu no meio do ano passado foram de ligas físicas: a Ligue 1 e a Premier League.

O Cruzeiro dá a Fernando Diniz, portanto, um zagueiro que se encaixa em seu modelo de jogo. Um zagueiro que, até pelo investimento, tem tudo para ser protagonista no esquema do técnico, fazendo valer, em campo, a filosofia adotada por Diniz. Mitigando os erros em uma saída de bola que, para muitos, é suicida, fazendo a bola chegar com mais velocidade no último terço e, nos momentos sem bola, recompondo com intensidade.

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