AVANTE MEU TRICOLOR
·14 de enero de 2025
AVANTE MEU TRICOLOR
·14 de enero de 2025
Arboleda disputa bola com jogador da Lusa no Paulistão de 2024 (Ronaldo Barreto/Agência Paulistão)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
A SAF que administra a Portuguesa tentou mudar para Natal (RN) o mando do clássico contra o São Paulo, pela quinta rodada do Campeonato Paulista, agendado para o dia 29 de janeiro (quarta-feira).
Mas, conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, a Federação Paulista de Futebol barrou a venda do mando após reclamação formal dos dirigentes são-paulinos.
Fontes da cúpula tricolor ouvidas pela reportagem apontaram que a justificativa para barrar as pretensões lusitanas foi a da logística.
A FPF deixou claro ao Tricolor que não alteraria o duelo seguinte do clube pelo Estadual, justamente outro clássico, contra o Santos, às 20h30 (de Brasília), no sábado seguinte (dia 1/2). Ou seja, apenas três dias depois do duelo ante a Portuguesa.
Com isso, o São Paulo reclamou de viajar ao Nordeste para enfrentar os lusitanos.
Fora isso, a Federação também reclamou do fato da Portuguesa já ter vendido o seu mando no clássico contra o rival Corinthians, que acontecerá em Brasília (DF). Ou seja, seriam dois jogos fora do Estado, o que é vetado internamente pela entidade.
Com o Canindé fechado para reformas de modernização, o clube rubro-verde deve mesmo enfrentar o São Paulo no Pacaembu, conforme o AVANTE MEU TRICOLOR revelou em dezembro.
"O (jogo contra o) São Paulo está feito, vai ser aqui (em São Paulo). Ia ser em Natal (RN), mas vai ser aqui", disse o presidente da SAF lusitana, Alex Bourgeois, ao portal 'NetLusa'.
A Portuguesa é um dos clubes que possuem acordos verbais com a Allegra, responsável pelo estádio. Deverá jogar ali quando a SAF que recentemente comprou a rival efetivar os planos de reformar seu estádio, o Canindé.
Além dela, o próprio São Paulo e o Santos também acertaram com a concessionária que usarão o mais tradicional palco do futebol paulistano após sua reabertura.
Existia, inclusive, um duelo de bastidores entre são-paulinos e santistas pelo direito de fazer a reabertura do Pacaembu. O AVANTE MEU TRICOLOR revelou em setembro que o presidente Julio Casares pressionava nos bastidores para a honraria ficasse com o clube do Morumbi, enquanto o colega santista Marcelo Teixeira ganhou força por ter um acordo mais concreto e vantajoso com a Allegra.
Ambos os rivais já queriam ter usado o Pacaembu neste ano. O Tricolor por conta dos shows que tiraram o clube do Morumbi em duas partidas no decorrer da temporada. E o Santos de olho em rendas maiores que o estádio pode proporcionar se comparada à acanhada Vila Belmiro.
O time do litoral, inclusive, chegou a pedir a liberação do Morumbi para partidas da Série B, mas Casares recusou emprestar o estádio são-paulino.
A reportagem apurou que os planos da Allegra eram inclusive de usar o clássico entre Santos e Palmeiras na terceira rodada do Paulistão, dia 22 de janeiro (domingo) como o jogo de reabertura para partidas oficiais profissionais. Mas o clube litorâneo não quer perder o fator campo da Vila Belmiro em um clássico.
Com a liberação do Pacaembu para partidas, o São Paulo ganha uma alternativa para o Morumbi, que já possui uma agenda de shows para 2025 que desalojará o clube de sua casa por até cinco partidas na pior das hipóteses.
Após longo período fechado, o Pacaembu vem sendo usado para eventos nesta reta final de ano. A Allegra promete liberar o palco para a final da Copa São Paulo de juniores, em 25 de janeiro, aniversário da Capital e tradicionalmente disputada no local.
Jogar no Pacaembu não é algo estranho ao São Paulo. O local é o segundo estádio em que o clube mais atuou na história, com 1.038 partidas realizadas, somando 571 vitórias, 229 empates e 238 derrotas. São incríveis 62,36% de aproveitamento, com 2.232 gols marcados e 1.276 sofridos. Os números são da 'SPFCpédia'.
A última vez que o Tricolor atuou no palco foi em 5 de outubro de 2019, quando venceu o Fortaleza por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro.
O 'novo Pacaembu' sofrerá mudanças estruturais profundas. O setor tradicionalmente chamado de 'tobogã', um lance de arquibancadas erguido pelo então prefeito Paulo Maluf em 1970 atrás de um dos gols para aumentar a capacidade, foi demolido. No local foi construído um prédio administrativo para realização de eventos. O gramado também foi mudado. Sai a grama natural e entra o polêmico piso artificial, tão criticado pelo próprio São Paulo.