Santos x Atlético: entrevista coletiva com Cuca | OneFootball

Pergunta: Queria que você avaliasse não só o resultado, mas o desempenho da equipe hoje. O que você está detectando de problemas da equipe? É um resultado decepcionante pelo time que você tem?

Cuca: “Assim, o começo do jogo foi muito igual. Tínhamos até o controle do jogo, não era uma partida de muitas chances, mais disputado do que jogado. Lá pelos 25 minutos que tivemos um erro de passe central, que é um perigo essa bola. A gente cedeu um escanteio e saiu o gol do Santos”.

“Aí vira outro jogo. Porque tudo que o Santos quer num jogo assim, e que eu queria também, é sair na frente. Se eu tenho ataque leve e consigo sair na frente, vou fazer o ataque se expor e cair naquilo que eu quero, que são as velocidades dos atacantes. Mas, para isso, preciso que meu meio de campo seja criativo para fazer os atacantes jogarem. E tivesse jogadas rápidas, coisas que não fizemos”.

“O Santos competiu mais do que nós, marcou melhor, teve uma base na frente, um pivô, o centroavante do Santos fazia essa referência, até por estar ganhando o jogo, fazia bem o uso do corpo na bola longa. Em três minutos, levamos o segundo gol, uma bola na ponta direita que eles avançaram em velocidade. Tivemos uma mesma bola igual no segundo tempo, arrancada pela direita, e nem finalizamos”.

“Um jogo, no aspecto geral, foi ruim para o Atlético, não encaixou. O estilo de jogo nosso em cima do que planejamos, foi uma partida muito ruim. E a derrota acaba sendo justa. Temos aí que avaliar bem as coisas, nos concentrar melhor, não podemos tomar mais gols de bola parada. O único remédio é treinar, e ganhar o jogo seguinte. É isso que temos que fazer. Nos mobilizarmos mais para a gente ganhar e não entrar em crise. Se não ganhar logo, você entra em crise, e isso a gente não quer”.

Pergunta: Você disse na última coletiva que alguns jogadores estavam em baixa, que você teria de trabalhar isso. Como lidar com isso? O time vinha jogando bem…

Cuca: “Hoje foi um jogo atípico. Acho que nos outros jogos fomos relativamente bem. Mesmo não tendo os pontos que era para ter… Tivemos mais finalizações, mais posse de bola. Isso não adianta. Mas os números estão ali para mostrar a história do jogo. Não temos feito os gols, estamos devendo nesse quesito. Não é um ou dois jogadores, temos que ter diversos jogadores decisivos, de conseguir fazer o gol e sair na frente de um jogo como hoje, que é fundamental”.

Pergunta: Em quatro jogos do Brasileiro, o Atlético saiu atrás em três. Qual o impacto disso para a parte psicológica da equipe?

Cuca: “Isso faz com que o adversário cresça. Contra o Grêmio, tivemos a chance de sair na frente, e havia pressão em cima dos jogadores por parte da equipe do Grêmio. Quando o time do Grêmio faz o gol, esses jogadores pressionados passaram a ser aplaudidos nas disputas de bola. O contexto do jogo muda, o emocional passa a jogar favorável, e a gente está jogando sempre com ele contra”.

Pergunta: Como essa fase sem vitória e na zona de rebaixamento do Brasileiro complica o planejamento para o próximo jogo, contra o Botafogo?

Cuca: “O próximo jogo é sempre o mais importante. Mesmo num campeonato de pontos corridos, de 38 rodadas. A maioria, ou quase todos os times já aprenderam a disputar o Campeonato Brasileiro. Nós não estamos no começo que a gente imaginava, mas ainda há tempo para recuperação. Quem sabe a partir de domingo”.

Foto: Pedro Souza/Galo

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