Nosso Palestra
·22 de marzo de 2025
Torcedor relata medo de usar camisa do Palmeiras no Paraguai após caso de racismo: ‘Percebo pelo olhar’

Nosso Palestra
·22 de marzo de 2025
Os atos racistas dos torcedores do Cerro Porteño contra o jogador Luighi, do Palmeiras, durante partida da Libertadores Sub-20, e o posicionamento da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, em relação aos recentes casos de racismo na Conmebol afetam os palmeirenses que moram em Assunção, capital do Paraguai.
A reportagem do NOSSO PALESTRA recebeu relato de torcedores do Verdão que moram em Assunção e se sentem inseguros, vivendo ‘clima de guerra’ nos últimos dias na cidade.
Torcedor do Palmeiras e residente de Assunção, L.F.F., que preferiu não se identificar, é um dos torcedores que sente medo. Em entrevista ao NP, o brasileiro afirmou que atualmente precisa ‘pensar duas vezes’ antes de sair às ruas com a camisa do Verdão.
– A depender do local que eu vou ou estou, fico em dúvida de vestir a camisa do Palmeiras. Hoje é bom pensar duas antes de ir uniformizado em algum local que seja frequentado por maioria paraguaia.L.F.F., ao NOSSO PALESTRA
L.F.F. conta que o sentimento de ódio por parte dos torcedores paraguaios começou após o caso de racismo envolvendo torcedores do Cerro Porteño contra o atacante Luighi, no dia 6 de março de 2025, na vitória palmeirense por 3 a 0 na Libertadores Sub-20. O caso teve grande repercussão internacional. Ele conta que antes os locais eram solícitos, especialmente por conta dos ídolos paraguaios na história do Palmeiras.
– Em seis anos que moro aqui, sempre fomos tratados muito bem, principalmente por conta do Arce, Gómez e Gato Fernández. Sempre que me viam com a camisa do Palmeiras já falavam deles. – Depois do episódio com o Luighi a situação a mudou. Eu percebo só pelo olhar quando estou com a camisa do Palmeiras. Para ter uma ideia, estão destilando ódio no Gustavo Gomez só por ele estar no Palmeiras.
VEJA NO NOSSO PALESTRAPaulo Buosi conversa com dirigentes do Cerro Porteño após casos de racismo
RACISMO GEROU AÇÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO
Após o ato contra Luighi, o Palmeiras pediu a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20. A Conmebol, porém, determinou apenas multa de 50 mil dólares, portões fechados na competição, com o time já eliminado em campo, e a postagem de uma mensagem de conscientização, que está tomada de comentários racistas por parte da torcida do Cerro.
Leila Pereira, como forma de protesto, não foi ao sorteio dos grupos da Libertadores na segunda-feira (17) em Luque, no Paraguai. Após o sorteio, que colocou Palmeiras e Cerro Porteño na mesma chave, o vice-presidente do Verdão, Paulo Buosi conversou de forma amistosa com os dirigentes do clube paraguaio sobre o episódio.
L.F.F ainda não sabe se irá ao Estádio General Pablo Rojas, casa do Cerro, no encontro entre as duas equipes na Libertadores, marcado para o dia 7 de maio. Para ele, a ida dependerá de como os ânimos vão estar até o jogo. Ainda assim, acredita que, apesar do clima, o time de Abel Ferreira tem condições de fazer os seis pontos nos dois duelos contra o rival.
– A minha ida ao estádio vai depender muito de como vai estar o clima nos dias que antecederem ao jogo. Eu temo mais pelo tratamento da polícia daqui do que o dos torcedores, embora eles estejam com o sangue nos olhos para nos encontrarem aqui. – Dá para acreditar nos seis pontos, o Cerro Porteño vem muito mal desde o ano passado. Em 2024 tem somente 14 pontos em nove jogos.
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CASO DE POLÍCIA
L.F.F. citou a polícia do Paraguai em mais de um momento durante o relato ao NP. A insegurança com a instituição, segundo ele, não fica restrita aos estádios. O discurso do entrevistado bate com o relato de dirigentes do Palmeiras após o caso de racismo contra Luighi, quando o clube alegou que tentou falar com os policiais presentes e com o delegado da partida, mas não recebeu respostas.
– O tratamento pelos policiais sempre foi horrível (…) Não digo a maioria, mas muitos odeiam os brasileiros que moram aqui. Qualquer ‘bagunça’, festa ou qualquer caso que seja notícia no jornal, os comentários sempre são de que “só podem ser brasileiros”.
*Colaborou Alan Gouveia/Fala Porco
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