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·1 décembre 2024

A derrota na final e a lição de gestão para o Atlético como SAF

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Foto: Pedro Souza Por: Dr Gustavo Lopes Pires de Souza

A derrota do Atlético para o Botafogo na final da Libertadores trouxe à tona mais do que a dor de perder um título. Foi um choque de realidade para o clube e para a torcida, escancarando os desafios e as responsabilidades que vêm com o modelo de gestão como Sociedade Anônima do Futebol (SAF).


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Chegar a duas finais no mesmo ano (Copa do Brasil e Libertadores) é um feito que qualquer torcedor se orgulharia. Contudo, estava evidente que o Atlético não era favorito em nenhuma delas. A trajetória nas Copas, apesar de heroicas em alguns momentos, foi marcada por instabilidade. Fomos aos trancos e barrancos, sobrevivendo mais pela superação do elenco e pelo apoio incondicional da Massa do que por um planejamento sólido.

É aqui que reside o maior problema: como SAF, o Atlético não pode tomar decisões como um torcedor apaixonado. A escolha de focar exclusivamente nas copas, abrindo mão de um Brasileirão com vaga na Libertadores praticamente garantida, foi um erro estratégico. Priorizar competições de mata-mata, onde a imprevisibilidade é a regra, em detrimento de um campeonato de pontos corridos que oferece estabilidade financeira e esportiva, foi uma aposta arriscada.

E apostas, sejamos claros, não podem ser a base da gestão de uma empresa.

Enquanto o torcedor tem o direito de sonhar, o gestor precisa manter os pés no chão. Planejamento responsável significa construir com consistência, mirando o possível e o sustentável, e não o improvável e o milagroso.

O resultado dessa escolha é evidente: mesmo com as receitas geradas pelas copas neste ano, a ausência da Libertadores em 2025 representará um rombo financeiro e esportivo. Sem a maior competição do continente, a SAF verá o superávit deste ano se transformar em prejuízo no próximo. É um ciclo perigoso, que precisa ser interrompido com decisões racionais e fundamentadas.

O recado que fica é claro: é preciso separar a paixão do torcedor da racionalidade do gestor. Sonhar é papel da Massa. Administrar com responsabilidade é obrigação da SAF. O planejamento para 2025 deve começar agora, com um modelo que valorize o Brasileirão e que busque não apenas resultados de curto prazo, mas uma construção sólida e duradoura.

A derrota foi dolorosa, mas, se bem analisada, pode ser um divisor de águas. Cabe ao Atlético aprender com os erros e se consolidar como uma SAF que honra sua história, respeita sua torcida e constrói um futuro mais sustentável, sem se deixar levar pelas emoções ou pela tentação de “apostar tudo” novamente.

A Massa quer títulos, mas também quer um Atlético forte e competitivo a longo prazo. E isso só se alcança com gestão profissional, pés no chão e planejamento bem executado.

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