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Jogada10

·12 mai 2025

Especialistas divergem sobre Ancelotti na Seleção Brasileira

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Depois de uma longa insistência, a CBF anunciou o técnico Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira. O italiano vai assumir o Brasil a partir de junho para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. O novo comandante tem contrato até o término da competição do ano que vem e chega com grande expectativa do presidente Ednaldo Rodrigues.

No dia 5 de junho, o Brasil encara o Equador, fora de casa, pela competição que dá vaga para a Copa do Mundo de 2026. Já no dia 10 de junho, às 21h45, a Canarinho enfrenta o Paraguai na Neo Química Arena. A Seleção Brasileira está em quarto lugar na tabela de classificação, com 21 pontos.


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O Jogada10, então, pediu a opinião de jornalistas esportivos, ex-jogador e técnico sobre a decisão da CBF. Além disso, a expectativa com a chegada do novo treinador. Houve, claro, uma divergência de opiniões, mas a maioria vê a chegada do italiano como positiva.

Eduardo Tironi – Jornalista e Comentarista

De meados dos anos 2000 para cá, o futebol de seleções não foi atraente para os maiores técnicos do mundo. Os grandes técnicos do mundo estão em grandes clubes, sobretudo da Europa. E acho que o Ancelotti quebra essa tendência. É um dos maiores técnicos da história do futebol com títulos nacionais nas principais ligas do mundo com cinco títulos de Liga dos Campeões, um gigante técnico. Um dos maiores da história e ele vai dirigir uma grandes seleções do futebol mundial. Acho que esse é o primeiro impacto disso, nessa era nova do futebol em que os clubes são mais atraentes do que exatamente dirigir seleções. Ancelotti vai dirigir uma Seleção. Ok, está mais para o fim da carreira dele, mas mesmo assim isso é muito impactante. Acho que o melhor que a Seleção Brasileira poderia fazer. A demanda por um técnico estrangeiro é evidente pelo menos 10 anos. Não à toa estrangeiros chegaram no Brasil e tomaram conta do cenário o principal deles, como Abel Ferreira, Jorge Jesus e tantos outros que estiveram por aqui. Tomaram conta do cenário do futebol brasileiro, porque o nível é muito diferente, então, nesse aspecto é ótima a chegada do Ancelotti.

Ele diferentemente de outros treinadores não é um técnico que rompe com jogadores ou que é um técnico mais de laços. É um técnico mais de pontes do que de muros. Ele normalmente é um cara que compõe, se dá muito bem com jogadores que consegue ter uma liderança muito tranquila, como diz de fato o livro que ele mesmo escreve sobre a sua carreira. Então, eu acho boa a ideia e acho que tem um ponto de interrogação muito grande como ele vai conviver e trabalhar com Neymar? Acho que esse é um ponto principal, central do trabalho do Ancelotti. Como ele vai lidar com o Neymar? Ele costuma compor, mas será que ele vai compor com o Neymar também, como todos os outros técnicos que passaram pela Seleção fizeram isso desde que o Neymar despontou? Essa é a pergunta que fica.

Mauro Beting – Jornalista e Comentarista

“A seleção mais vezes campeã do mundo vai ter o treinador mais vezes campeão da Europa. Na minha opinião, o melhor treinador da história do Real Madrid e o melhor treinador para o momento para o futebol brasileiro. Vai ter pouco tempo? Vai. O Filipão também teve menos de um ano para ser penta. O Parreira ficou de outubro de 91 até ser tetra em julho de 94. O Zagallo, que montou a melhor seleção de todas, embora já ficasse junto com o Saldanha e ele, 7 e 22 dias de um grupo espetacular, teve menos de 3 meses, 16 de março de 70, para ser tri em 21 de junho de 70, no México. Aimoré Moreira assumiu no final de abril para ser campeão em junho de 62, e Vicente Fiola assumiu em abril para ser campeão em junho do mesmo ano em 58.

Pouco tempo se tem cada vez menos para treinar uma seleção. Mas Ancelotti sabe muito de dentro e de fora de campo. Quem trabalhou com ele, como atleta, como Paulo Roberto Falcão e Cerezo, só tem elogios. Jogadores também. Sabe muito de bola, campeão em cinco países importantes. Maior campeão do Real Madrid, o homem é bom, o homem é fera e é fundamental. Neymar vai se dar bem com ele, todo mundo vai se dar bem com ele. E o Ednaldo mais ainda, que vai minimizar as pressões externas para montar um trabalho bem legal. A Seleção Brasileira estará em ótimas mãos.

João Carlos Assumpção, o ‘Janca’ – Jornalista e Documentarista

Posso até queimar minha língua, mas eu sou um cara de posições firmes e eu sou totalmente contra a contratação do Ancelotti. Acho que foi um grande erro da CBF. Mais um dos milhões de erros dessa administração nefasta da CBF. Eu sou contra, porque ele não conhece o futebol brasileiro, não conhece os jogadores que estão atuando no Brasil. Foi só uma jogada de marketing porque a o CBF está com muitas denúncias contra e precisava dar uma resposta. O salário dele é uma agressão na população brasileira, é um salário astronômico, é um tapa na cara do torcedor brasileiro que não tem nem ingresso para ir a jogos, principalmente os mais pobres. Então, eu sou totalmente contra.

Eu preferia o Abel Ferreira. Tenho muitas críticas ao Abel Ferreira, mas ele está no futebol brasileiro há 4, 5 anos, conhece bem a estrutura do futebol brasileiro, as mazelas do futebol brasileiro, é um treinador que já se mostrou extremamente competente, ele poderia render muito mais dirigindo a Seleção do que Ancelotti. Então, acho que foi um tiro no pé da CBF, e que tem uma administração horrorosa mantida por conta da liminar do Gilmar Mendes. Então, eu lamento muito o que está acontecendo com o futebol brasileiro, lamento muito a contratação do Ancelotti. Acho que é mais um tiro no pé e mais um momento de a torcida brasileira ficar cada vez mais distante da CBF. E continuo dizendo, a CBF administra um produto público de interesse nacional, mas de forma privada, para enriquecer uma pequena galera. Isso é um escândalo.

Marcelo Barreto – Jornalista e apresentador no SporTV

A contratação de Carlo Ancelotti tem dois aspectos bem diferentes. O primeiro é o nome. Trata-se de um treinador consagrado, que mesmo não vivendo sua melhor temporada chega ao cargo com um currículo que nenhum de seus antecessores tinha quando chegou à seleção. O futebol não tem receita, é impossível adivinhar se vai dar certo, mas obviamente parece uma boa escolha.

O segundo é a negociação. A CBF esperou por mais de um ano por Ancelotti, e não houve um processo continuado para entregar o trabalho a ele. E o próprio anúncio, feito antes de o Real Madrid comunicar a saída do treinador, mostra que o fator político se sobrepôs. Fica difícil imaginar que o novo técnico terá condições de trabalho adequadas.

Mauro Galvão – Ex-zagueiro da Seleção Brasileira

Pela carreira do Ancelotti, é claro que se trata de um treinador preparado, um cara que tem boas passagens por vários clubes, vencedor de Champions League, campeonatos importantes como italiano, campeonato espanhol, enfim. Então, um treinador que tem muita experiência e conhece muitos jogadores também brasileiros. Então, acho que não teria tantas dificuldades nesse sentido. Agora, a gente tem que ter um pouco de calma, porque já foi anunciado em outro momento também e acabou não acontecendo. Então, não sei hoje como estão as coisas. A CBF está realmente bastante complicado da gente entender que até ontem existia uma situação complicada com o presidente da CBF. Então, como isso já aconteceu na outra vez, eu não sei o que pode acontecer. Mas que é um treinador preparado, com certeza. Agora, é claro, tem toda uma adaptação.

A cobrança aqui no Brasil é muito grande. Ele é Ancelotti, mas ele é Ancelotti na Europa. Aqui, ele é um treinador como outros, o pessoal claro que tem um cuidado, mas a gente sabe que você tem um tempo que você segura, mas se não acontecer bons resultados, se não conseguir fazer com que a Seleção jogue bem, aí vão começar os problemas. Vamos aguardar de qualquer forma, se for falar só pelo treinador é um dos melhores do mundo.

Rene Simões – Ex-técnico de futebol

A maior qualidade dele é a capacidade de adaptação nas culturas dos países que trabalha. Foi campeão onde passou. Esse é a prova. Outro ponto: não lembro de ter visto seu nome envolvido em problemas dentro ou extracampo. Fica a esperança de que ele será capaz de quebrar a estatística mundial de que em 22 disputas de Copa, jamais um extrangeiro ganhou o título como técnico, sempre um treinador de mesma na nacionalidade do campeão.

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