Jogada10
·29 novembre 2024
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·29 novembre 2024
Adryelson se reconciliou com a história na última terça-feira (26), no Allianz Parque, ao marcar o terceiro gol da vitória do Botafogo sobre o Palmeiras por 3 a 1. Injustiça ou não, a expulsão do xerife contra o mesmo rival, no famigerado 4 a 3 de 2023, ficou marcada como uma das imagens daquela derrocada inacreditável. Neste sábado (30), às 17h, contra o Atlético, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pela final desta edição da Copa Libertadores, o Ministro da Defesa tem uma nova chance de se firmar entre os titulares. Bastos, o dono absoluto da posição, tem lesão na coxa esquerda. Será, portanto, desfalque no time do técnico Artur Jorge.
Levantada a plaquinha da substituição, o Jogada10 ouviu um especialista na posição para saber se a ausência de Bastos terá impacto sobre a equipe na decisão continental. Campeão brasileiro de 1995 e ídolo do Botafogo, o ex-zagueiro Gonçalves acredita no potencial de Adryelson para não deixar nenhuma margem de dúvidas no clássico contra o Galo.
“Lógico que gostaríamos de contar com o time titular. Bastos realiza uma excelente temporada. Muito regular nas atuações, entrosado com Barboza e, tecnicamente, excelente. Pelo jogo que fez contra o Palmeiras, o Adryelson, contudo, segue bem preparado, vai dar conta do recado e estará à altura. Assim, sua entrada não influenciará no desempenho coletivo. O grupo o dará força neste objetivo único de ganhar a Copa Libertadores”, pontuou o ex-zagueiro.
A zaga do Botafogo, aliás, merece um capítulo à parte no roteiro desta trajetória rumo à Glória Eterna e ao tricampeonato nacional. O setor chegou a completar mais de 800 minutos sem levar gols e se estabeleceu como a melhor defesa do Campeonato Brasileiro, com apenas 28 gols sofridos em 36 jogos. Chama, atenção, no entanto, que a performance da retaguarda não é conflitante na forma pela qual o Glorioso se propõe a ser o protagonista do espetáculo, na linha de pensamento do técnico Artur Jorge. Para Gonçalves, há um mecanismo que faz esta engrenagem funcionar sem danos à proposta de jogo.
Adryelson, Bastos e Barboza. Três zagueiros de alto nível na temporada – Foto: Vítor Silva/Botafogo
“O Botafogo mantém, nesta temporada, uma organização muito consistente. O desempenho não termina somente nas atuações individuais de Barboza e Bastos. Começa no ataque, desde a formação defensiva do Igor Jesus, passando pelo posicionamento do Almada e Luiz Henrique. Mais atrás, o Botafogo ainda conta com a proteção do Marlon Freitas e do Gregore aos dois laterais e zagueiros centrais. Mérito da ideia de jogo do Artur Jorge. A transição defensiva, quando perde a bola, é de suma importância. Os jogadores a executam muito bem”, elogiou Gonçalves.
Sólida durante boa parte do ano, a dupla BB (Bastos\Barboza) pode entrar para a história, assim como a GG de 1995 (Gottardo\Gonçalves). Há paralelos. Na conquista do Brasileiro, há 29 anos, os zagueiros tinham características distintas que se completavam. Em 2024, o mesmo enredo. A rebeldia de Barboza contrasta com o autocontrole de Bastos. E com quem Gonçalves se identifica mais?
“Sou suspeito para falar. O Bastos se identifica mais com meu estilo. Gottardo era um zagueiro com mais vigor, imposição física e liderança. Eu sempre fui mais técnico. Lógico que, de vez em quando, tinha que me impor, mas primava pela técnica. No Botafogo atual, o perfil da zaga é o Barboza com excelente jogo aéreo e o Bastos melhor na velocidade. Uma receita para o sucesso de um time de futebol”, definiu o xerife de 1995.
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