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·2 décembre 2024

Impeachment de Roberto de Andrade em 2016 “uniu” Augusto Melo e Romeu Tuma Júnior; entenda

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  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Nesta segunda-feira, 2, às 18h (horário de Brasília), o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá no Parque São Jorge para debater e votar o pedido de impeachment que tramita contra o presidente Augusto Melo, por supostas irregularidades cometidas no caso VaideBet, patrocinadora máster do Timão entre janeiro e junho.

Embora muitos corinthianos pensem que o último processo do tipo ocorreu em 2007, quando Alberto Dualib teve seu cargo ameaçado e foi obrigado a renunciar para evitar a cassação do mandato, outro presidente também teve que responder ao Conselho Deliberativo, e há pouco tempo. Trata-se de Roberto de Andrade, que assumiu a presidência do Timão em 2015 e, em novembro do ano seguinte, teve seu afastamento solicitado por conselheiros.


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Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

As alegações para a destituição de Roberto faziam referência a contratos que ele havia assinado antes mesmo de tomar posse como presidente do Corinthians, além de outras questões como não-apresentação de documentos aos órgãos internos do clube, problemas relativos a uma inconsistência de R$ 300 milhões em um balanço anual e supostas fraudes ao Profut e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Curiosamente, assim como ocorre hoje com o caso VaideBet, há oito anos também havia uma investigação policial envolvendo a gestão, ainda em andamento quando o impeachment de Roberto foi marcado e votado. Este fato foi usado, inclusive, pelo presidente para se defender na ocasião, alegando que o processo de afastamento não poderia ser votado antes que o inquérito fosse concluído.

Outra similaridade em relação ao impeachment sofrido por Augusto Melo é que, assim como atualmente, em 2016 o impeachment foi pautado apesar de recomendação divergente da Comissão de Ética. Na época, o órgão recomendou que Roberto de Andrade sofresse uma advertência. Já este ano, a recomendação foi a de que o processo contra Augusto fosse suspenso enquanto a polícia seguisse investigando. Vale lembrar que a recomendação do órgão não precisa ser acatada pelo Conselho Deliberativo.

Uma questão, porém, diverge quando se compara os dois casos, e ela tem relação com o posicionamento de duas figuras que, nas últimas semanas, tem ganhado destaque no noticiário do clube sobre o impeachment: Augusto Melo, que responde o impeachment como presidente, e Romeu Tuma Júnior, atual presidente do Conselho Deliberativo e responsável pelo papel estatutário de pautar o processo para o órgão debater e votar.

Se atualmente Augusto e Tuma participam no processo de impeachment como acusado e mediador, respectivamente, em 2016 ambos partilharam a ideia de que Roberto de Andrade fosse afastado da presidência do clube. Na entrevista exclusiva que concedeu à Central do Timão, Augusto Melo falou sobre seu posicionamento no caso:

“Eu era assessor da base, e foi pedida a minha cabeça. Nós fizemos uma limpeza administrativamente, e eu não entendia aquilo, porque eu não participava da política. Ali eu vi que tinha muitas coisas erradas, e eu comecei a entender a política do Corinthians, e por isso fui favorável (ao impeachment) naquela época. Porque eu vi que tinha muita gente ao redor ali que não estava querendo o bem do Corinthians.”

Da mesma forma, Romeu Tuma Júnior, que à época era conselheiro do clube, se posicionava publicamente a favor da cassação de Roberto de Andrade. Em entrevista ao UOL em fevereiro de 2017, por exemplo, ele declarou:

“Estamos diante de uma gestão temerária e fraudulenta. A questão é técnica e não política. Temos vários pontos que claramente demonstram que houve gestão temerária e fraudulenta. As consequências e punições serão imensuráveis, especialmente se o Conselho, como manda a lei, não agir como órgão fiscalizador.”

No fim das contas, Roberto de Andrade acabou permanecendo no cargo até o fim de seu mandato. Na sessão do Conselho Deliberativo que debateu seu impeachment, em 20 de fevereiro de 2017, os conselheiros interromperam o processo ainda na votação da admissibilidade das denúncias, por 183 votos contrários e apenas 81 a favor. Com isso, o pedido foi arquivado – desfecho semelhante ao que Augusto Melo espera obter nesta segunda-feira.

Confira abaixo a lista de assinaturas do processo de impeachment sofrido por Roberto de Andrade, entre 2016 e 2017:

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