João Caiado Guerreiro diz que pilar do Sporting "não se enquadra" | OneFootball

João Caiado Guerreiro abordou a situação que envolve a queixa da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) contra João Pereira. No espaço quinzenal de opinião 'Direito ao golo', do jornal A Bola, o advogado recordou que a qualificação do antigo lateral-direito está a ser questionada, uma vez que, apesar de ter concluído o Nível 3 do UEFA Pro, apenas concluiu o Grau 2 de forma oficial.

"Frederico Varandas continua a insistir em não ter treinadores totalmente qualificados no Sporting. Na última vez correu muito bem, sabemos como correu com Ruben Amorim, vamos ver como corre com João Pereira. Mas aos dois, quando começaram, faltava o desejado grau 4 de treinador da UEFA", disse.

"A Associação Nacional de Treinadores veio logo apontar isso e queixar-se. Os órgãos corporativos são muito assim, mas não tem muita razão, porque o curso de treinadores é quase impossível de fazer em Portugal, culpa das associações e das organizações que gerem o futebol português", acrescentou.

"O artigo 82, do regulamento da Liga, diz que só pode treinar um clube quem tiver este grau 4 e o João Pereira não se enquadra. O artigo 78 diz mesmo que é sancionado, com uma suspensão de 15 dias a um ano, quem treinar um clube nessas condições e é por isso que João Pereira não é o treinador inscrito. O treinador inscrito é outro, João Pereira está inscrito como adjunto. O antigo internacional português não pode dar as entrevistas de antevisão do jogo ou após o jogo. Mas deu, e se calhar preferia não ter dado, no jogo frente ao Arsenal, porque a UEFA fez vista grossa e aceitou a situação", explicou.

Os órgãos corporativos têm tido muito más experiências com este tipo de graus conseguidos, sabe-se lá como e com que critérios, os tribunais europeus não costumam ir nesta conversa e os portugueses também não foram. Ora, recorde-se que nos tribunais comuns, Rúben Amorim ganhou contra a Federação (FPF) e continuou a treinar o Sporting sem stresses", recordou João Caiado Guerreiro.

"Não é um caso de um médico ou de um piloto de avião que é mesmo necessário ter qualificações para isso. É o tipo de profissão que a maioria das pessoas faz e faria com alguma experiência sem haver necessidade de ter estas qualificações todas. O João Pereira já era jogador de futebol", alertando ainda, "Vamos ver como esta história acaba, porque há boas possibilidades de correr mal para a Federação Portuguesa de Futebol e para a Associação Nacional de Treinadores", disse, por fim.