Roberto Assaf: Início do fim de um vexame (quase) total do Flamengo | OneFootball

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·23 septembre 2024

Roberto Assaf: Início do fim de um vexame (quase) total do Flamengo

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Este é um daqueles jogos que você fica aguardando em quais momentos o adversário marcará os gols que o levarão à vitória, mesmo que o andamento da partida dê a (falsa) impressão que o Flamengo vencerá. Grêmio 3 a 2, um resultado – como dizia Nelson Rodrigues – que foi o óbvio ululante. Impossível não relacionar a imagem de Tite, todo de preto, à figura de Peter Lorre no filme  “M, o Vampiro de Dusseldorf”.

Pois é. O desejo era redigir um texto de no máximo 15 linhas, para justificar a crônica de uma partida sem interesse. Mas a quantidade de equívocos de dirigentes, preparadores e atletas do Flamengo é proporcional à desgraça de 2023. E que o clube promete repetir em 2024, com exceção das conquistas da Taça Guanabara e do Estadual. E as palavras vão sendo construídas por impulso, diante – repetimos pela enésima vez – da ausência de sintonia entre tradição, torcida, elenco e orçamento e o desempenho do time nos gramados.


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‘Gestão de Minutagem’

Se você largar o César Sampaio nas proximidades do Estádio da Gávea, o ex-apoiador, sem auxílio, não conseguirá seguir adiante. Pois antes do jogo, o artista disse que o Flamengo faria, em Porto Alegre, “uma gestão de minutagem”. Afinal, os atletas que ficaram no Rio de Janeiro, para simplificar, não estavam em condições perfeitas para o duelo com o Grêmio. O cidadão não falou, mas sugeriu, com a curiosa declaração, que quatro dias – quatro dias – depois, aí sim, estariam todos prontos para encarar o Peñarol em Montevidéu.

Flamengo, adeus ao Brasileiro

Na prática, o que se sabe é que o Flamengo desistiu de ganhar o Brasileiro, terá que depender de um milagre – que só é possível graças ao sempre imponderável do futebol – e que disputará a segunda partida da semifinal da Copa do Brasil em São Paulo, diante de 45 mil alvinegros, diante de um adversário, o Corinthians, que vive efetivamente um período de ascensão.

E lá se foi o Flamengo cumprir tabela contra o Grêmio, na capital do Rio Grande do Sul, com um catadão formado por jovens que não conseguem figurar no time principal, e por atletas como Allan – o que é Allan? Um pássaro? Um avião? O Superhomem? – David Luiz e Carlinhos, que brigariam por vagas nas equipes da Série C.

O mais curioso é que o Flamengo conseguiu fazer um primeiro tempo razoável, o que explica a situação do Grêmio na tabela do Brasileiro, lembrando ainda que o time gaúcho foi bastante prejudicado pela tragédia provocada pelas inundações em seu estado. O Rubro-Negro tomou um gol aos dez minutos, em chute longo de Cristaldo, e empatou aos 24, com Matheus Gonçalves, jogador cuja direção do clube aguarda com ansiedade por uma proposta da Premier League para faturar uns trocados.

Matheus Gonçalves seria hoje reserva, por exemplo, no Brighton ou no Nottingham Forest, o que seria possível notar se você visse o 2 a 2 entre ambos, pela manhã. O Grêmio ainda mandou um chute na trave, e o Flamengo criou uma chance meio ao acaso, ao fim do primeiro tempo, que manteve o empate no placar, antes do intervalo.

Um jogo importante aí…

A propósito, ao fim da etapa inicial, ele, Matheus Gonçalves, concedeu breve entrevista. Nela, desmascarou César Sampaio, ao afirmar que “o Flamengo tem um jogo importante aí”, e que decidiu, por tal razão, mandar o catadão a Porto Alegre. O “jogo importante aí” – saiba o cidadão – é contra o Peñarol. Clube fundado no século retrasado, três vezes campeão mundial, sul-americano em cinco ocasiões. Cuja história se confunde com a trajetória operária no Uruguai.E que, voltando ao futebol, é base das duas seleções do país que ganhou as Copas de 1930 e 1950. Uma delas dentro do Maracanã, derrotando o Brasil.

No segundo tempo

E eis que veio o segundo tempo. Como ocorreu até ali, o Flamengo voltou tendo a posse da bola. Mas em uma costura interminável, sem criar nada de interessante. Corria como fazem habitualmente os titulares, a possibilidade de levar gols nos contra-ataques. Aos 10 minutos, lá se foi, como dito, o Grêmio à frente, e marcou pela segunda vez, com enorme facilidade, com Braithwaite. Na sequência, Carlinhos, que precisava mostrar que havia entrado em campo. Assim, agrediu Kannemann fora do lance de bola, e recebeu o cartão vermelho, com o qual foi possível perceber – enfim – que sim, ele estava no gramado.

Aos 37, Diego Costa enfiou 3 a 1. Nos acréscimos, Felipe Teresa diminuiu o placar, o que voltou a mostrar as razões que levam o Grêmio a lutar contra o rebaixamento.

Enfim…

O fato é que foi mais uma vergonha do Flamengo em 2024. Esta praticamente proposital. Mas que começa a fechar o ciclo de vexames que terá continuidade quinta-feira no Uruguai. Depois, será encerrada com a eliminação pelo Corinthians, na Zona Leste de São Paulo. É como o velho conto da porta que ganha o cadeado após ser arrombada.

Quando a tragédia (quase, houve a GB e o Estadual…) completa for consumada, Tite e seus ministros serão demitidos. E então, César Sampaio, livre de obrigações, terá tempo para contratar o guia turístico que o levará a um passeio à Gávea.

No entanto, o que há de mais assustador agora é levar de seis (quem sabe mais) no Uruguai.

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