MundoBola Flamengo
·20 janvier 2025
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·20 janvier 2025
Considerado uma joia das categorias de base do Flamengo, o zagueiro Carbone — que também atua como lateral-esquerdo — foi novamente utilizado entre os jogadores do elenco principal, um ano depois de seu primeiro teste. No último domingo (19), o defensor ficou em campo por todo o primeiro tempo no duelo contra o São Paulo, pela FC Series, nos Estados Unidos.
Canhoto de 1,87m, Carbone ainda não fez sua estreia como profissional. No entanto, foi testado por Tite como lateral-esquerdo na pré-temporada de 2024, também nos Estados Unidos, e voltou a ser utilizado por Filipe Luís — que admitiu a preocupação em não queimar etapas com jovens zagueiros.
"Eu conheço todos os meninos da base, do sub-15 ao sub-20. É um pouco mais delicado colocar um zagueiro, como foi o caso do Carbone e do João. Eles não podem cometer erros porque qualquer erro é fatal. Eu estava apreensivo com isso", admitiu.
"Tivemos que liberar o Léo Pereira. Pedimos para o Cleiton voltar, mas ele também é jovem e precisa ganhar minutos para se desenvolver. Eu estava mais tenso pela zaga porque não é fácil um zagueiro estrear no profissional, como foi o caso do João hoje", explicou.
Carbone, então, esteve em campo pelos primeiros 45 minutos, antes de ser substituído pelo também zagueiro João Victor no intervalo. E, mais uma vez, a impressão foi positiva.
Em um momento no qual o Flamengo tem certa dificuldade com a posição, já que dois zagueiros (David Luiz e Fabrício Bruno) deixaram o clube nas últimas semanas, Filipe Luís precisou recorrer a testes para formar o setor na pré-temporada. Além dos titulares Léo Ortiz e Léo Pereira (que foi liberado para voltar ao Brasil), o técnico só tem à disposição jovens da base para escalar.
Se a estreia veio com certo nervosismo, contra o Philadelphia Union (EUA), a situação em 2025 foi diferente. Carbone fez jogo bastante seguro contra o São Paulo, sem sustos lá atrás, e demonstrou sua principal característica: a saída de jogo com qualidade.
Abusando da canhota, o zagueiro buscou encontrar passes verticais, sempre tentando quebrar a última linha do São Paulo. Naturalmente, são tentativas com graus de dificuldade maiores, mas que ajudam o time a sair com mais eficiência.
Aos 28 minutos, Carbone cometeu o único erro mais chamativo do duelo ao errar um passe na saída de bola e permitir uma chance ao São Paulo. No entanto, é natural esperar erros do tipo para um jogador que tenta arriscar um pouco mais na posição. Imediatamente, recebeu apoio de outros companheiros, como o goleiro Rossi.
No ano passado, Carbone entrou em campo 29 vezes pela equipe sub-20 do Flamengo e marcou um gol no Campeonato Brasileiro da categoria, contra o Cuiabá. Na primeira partida da competição, chegou a fraturar o nariz, mas recuperou-se rapidamente. O zagueiro foi titular e ficou em campo durante os 90 minutos na final da Libertadores, contra o Boca Juniors (ARG), mas viu do banco o título do mundial sobre o Olympiacos (GRE).
No time profissional, Carbone ficou no banco de reservas em três jogos do Carioca 2024, contra Audax Rio, Sampaio Corrêa e Bangu. De março ao fim de agosto, porém, foi relacionado apenas para jogos do sub-20, mas voltou aos reservas nas quartas de final da Copa do Brasil, na partida de ida contra o Bahia.
Por fim, também ficou como opção para Tite em dois jogos do Campeonato Brasileiro, contra Corinthians e Grêmio. Em todas essas oportunidades, no entanto, não foi acionado para entrar em campo.
O jovem zagueiro do Flamengo está longe de ser o único jogador de futebol da família. Além de seu pai Rodrigo, que foi revelado pelo Fluminense e rodou por países como Japão, Polônia, Coreia do Sul e China no final dos anos 1990, o defensor é neto de José Luiz Carbone, ex-volante da seleção brasileira.
Morto em dezembro de 2020, José Luiz Carbone fez história pelo Internacional, time pelo qual somou cinco títulos do Campeonato Gaúcho entre 1969 e 1973. Foi o desempenho pelo Colorado, inclusive, que o colocou no radar da seleção brasileira pela primeira vez.
Já consolidado com a amarelinha, Carbone era um dos nomes considerados certos na Copa do Mundo de 1974, mas foi cortado pelo técnico Zagallo — mesmo após ser incluído na pré-lista de 25 nomes. Curiosamente, mesmo fora do torneio, José Luiz teve sua figurinha incluída no álbum da Copa do Mundo.
Após o fim da carreira, virou treinador e logo conquistou o Carioca com o Fluminense, em 1983. No ano seguinte, comandou a equipe por 16 jogos (mais da metade) no Brasileiro, que terminou com título tricolor, antes de ser substituído por Parreira devido a divergências com a diretoria. Entre outros títulos, foi campeão peruano com o Sporting Cristal em 1996.