MundoBola Flamengo
·31 Januari 2025
MundoBola Flamengo
·31 Januari 2025
Ainda que seja complicado dizer se é um daqueles onde se curam doenças ou um dos outros onde se desenvolvem armas biológicas, é inegável que o Campeonato Carioca é acima de tudo um laboratório.
A temporada está começando, jogadores estão chegando ou saindo, jovens estão buscando oportunidades e treinadores estão tentando definir esquemas. Muita gente sem ritmo, muita posição em disputa, num torneio que serve mais como preparação pra temporada do que como competição por si só.
Gente que vai ser decisiva no ano pode ainda nem ter chegado ao clube, gente que está brilhando pode estar fazendo isso apenas porque o nível de exigência do estadual é menor que o das Faculdades Associadas Pagou Passou (modalidade EAD), então não convém nem se animar ou mesmo se desanimar muito diante de atuações mais apagadas ou mais impressionantes.
Mais é óbvio que, conhecendo o torcedor, é exatamente isso que ele vai fazer, como ficou claro na reação de parte da torcida diante das atuações de Juninho e Alan na vitória desta quinta-feira diante do Sampaio Correa (não o do Maranhão, o de Saquarema).
O atacante, vindo do Azerbaijão, que ainda não deve nem ter conseguido passar a conta de luz do apartamento que alugou no Rio pro próprio nome, já foi alvo de críticas por ter perdido algumas boas oportunidades e ainda não ter balançado as redes após seus dois primeiros jogos. Um pouco precipitado esperar que um fera que semana passada estava enfrentando o Zira, da cidade de Baku, num estádio com capacidade pra 1500 pessoas, já esteja confortável com a camisa do Flamengo no Maracanã? Talvez, mas o torcedor é implacável.
Exceto, é claro, quando ele não quer ser. Como por exemplo, com o volante Alan, que mostrou o incrível poder das baixas expectativas, ao fazer uma temporada 2024 tão abominável que um jogo mediano na temporada 2025 já rendeu elogios. Porque realmente, Alan não cometeu erros na marcação, já que não precisou marcar, errou menos passes, já que o adversário esteve recuado o tempo todo, e até deu um chute a gol, provando que nas férias entrou sim na Wikipedia pra entender melhor as regras do futebol. Alan evoluiu sim, em relação a sua versão do ano passado, mas segue anos luz atrás do que se espera de um volante que mereça atuar no Flamengo.
Não que elogios não se façam necessários, claro. Luiz Araújo segue sendo aquele jogador que não é craque, não emociona, mas contribui pra caramba com a equipe e Wallace Yan vem aproveitando as chances e já é artilheiro do Carioca, com três gols. Cebolinha está de volta, Arrasca está pegando ritmo e talvez João Victor seja a solução caseira que vai impedir que o Flamengo pague milhões em um Vitão da vida.
Mas, obviamente, ainda é cedo pra falar. Tivemos uma boa vitória, com um time reserva, que facilita o processo de classificação no estadual e permite tranquilidade pra que Filipe Luís trabalhe no primeiro jogo que realmente importa nesse ano: a final da Supercopa, domingo diante do Botafogo. Ainda não dá pra avaliar nada de 2025, mas ganhar uma taça já em fevereiro seria sim um ótimo sinal.
Langsung