“Nehuén Pérez vai muito a tempo de ser o patrão da defesa do FC Porto” | OneFootball

O defesa com o número 24 está prestes a bater o recorde de jogos numa única temporada: a partida de domingo contra o Estoril será, a menos que surjam contratempos, a 38.ª do jogador em 2024/25 – 33 com os dragões, três na Udinese e uma pela seleção –, superando o anterior recorde de 37, que foi alcançado em 2022/23 e 2023/24. Liderar a defesa do FC Porto na era pós-Pepe não foi uma tarefa fácil, e Nehuén não escapou a algumas críticas. No entanto, a seu nível individual, os desempenhos positivos superam os negativos, uma “contabilidade” que reforça a confiança de quem o conhece. “Devido à sua competência, não tenho dúvidas de que está a caminho de se tornar o líder da defesa do FC Porto. Em termos técnicos, táticos, emocionais e competitivos, encaixa perfeitamente na imagem do clube que representa”, afirma, em declarações a O JOGO, João Pedro Sousa, o treinador que orientou Nehuén Pérez no seu primeiro clube em Portugal, o Famalicão.

“Ele quer conquistar muitos títulos e aprecia desafios exigentes. Está no ambiente que se adapta à sua personalidade”, destaca o treinador. Quando chegou ao Minho, em 2019/20, o central, com apenas 19 anos, rapidamente se tornou um dos pilares do “Fama”, e João Pedro Sousa não hesitou em afirmar que se tratava de um diamante em bruto. “Apesar da sua limitada experiência competitiva, foi evidente que era um jogador com potencial para patamares elevados. O Atlético de Madrid já tinha percebido isso e adquiriu-o ainda muito jovem. Cederam-nos Nehuén com a intenção de o trazer de volta”, recorda o treinador.

Depois de boas temporadas no Granada e em Itália, o seu regresso a Portugal suscitou grandes expectativas entre os adeptos do FC Porto, levando a… comparações “injustas”. “Sempre considerei a comparação com o Pepe como desajustada. Nehuén conhece bem a nossa liga, mas vem do futebol italiano e de um clube que joga de forma muito diferente da do FC Porto. A Udinese não está na luta por títulos, ao contrário do FC Porto, que compete sempre para ganhar. Isso exige uma adaptação, não apenas da parte de Nehuén, mas também dos seus colegas, especialmente devido às profundas mudanças no plantel do FC Porto”, sublinha João Pedro Sousa, que, numa análise mais técnica, considera o seu ex-aluno uma opção válida para qualquer uma das posições do trio de defesas de Anselmi. “Vejo-o a jogar pela direita no FC Porto, já o vi a jogar no meio e até pela esquerda, na Udinese. Tem a versatilidade para qualquer uma das três posições. A sua qualidade, a nível ofensivo, é difícil de encontrar num defesa central”, conclui o ex-treinador do Baniyas.