Zerozero
·24 Januari 2025
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·24 Januari 2025
Começou no dia a seguir ao Natal, quando Rui Borges deixou o clube e foi oficializado como novo treinador do Sporting. Depois foi Alberto Costa a rumar à Juventus, na sequência de uma longa novela de janeiro, e eis que esta semana marcou a saída de mais duas figuras: o médio Manu Silva, que assinou pelo Benfica, e o extremo Kaio César, que virou sucessor de Neymar no Al Hilal.
Gelado pelos ares do inverno, o Vitória SC vê-se agora privado de algumas das suas mais brilhantes estrelas e a equipa que prometia não só dentro como também fora das fronteiras lusas, com uma bela campanha na Conference League, entra agora numa fase de reconstrução e adaptação a meio da temporada. Não só pelos jogadores vendidos, também pelo facto de já ter, entretanto, mudado uma vez mais de treinador.
Mas há promessa nessa reconstrução, caso as sejam tomadas as decisões corretas no aproveitamento do encaixe feito no que já é o mercado mais rentável da história do clube...
A saída de Rui Borges quando ainda tinha contrato valeu aos vitorianos quatro milhões de euros. Depois 13,8 milhões por Alberto Costa, sendo que ainda podem chegar mais 2,5 em variáveis. Esta semana, o clube chegou a acordo para a venda de Manu Silva por 12 milhões de euros (mais dois em objetivos) e de Kaio César por 10 milhões de euros.
Tudo somado, e contando ainda com os 200 mil da venda de Nélson da Luz para arredondar as contas, falamos de 40 milhões de euros neste inverno, aos quais ainda se podem acrescentar 4,5 milhões em potenciais objetivos! Sem dúvida o mercado de maiores encaixes.
Vale a pena recordar, ainda assim, que a temporada do emblema de Guimarães já tinha começado com a saída de duas das suas principais figuras. Bem antes do frio de janeiro, Jota Silva rumou à Premier League a troco de sete milhões de euros, ficando ainda a possibilidade de gerar ainda mais cinco milhões em objetivos, enquanto Ricardo Mangas assinou pelo Spartak por 2,5 milhões mais meio milhão em variáveis.
Assim, uma nova soma, contabilizando ambos os mercados da temporada 2024/25, leva à conclusão de que as vendas do Vitória SC totalizam 49,5 milhões de euros e podem chegar aos 60 milhões caso sejam cumpridos todos os objetivos! Certo é que nem tudo chegará ao cofre do clube, já que algumas percentagens das transferências - 40% de Kaio César e 30% de Jota Silva, por exemplo - pertencem aos anteriores clubes.
Por mais que esta temporada esteja a ser histórica em termos de vendas, os valores recorde não são totalmente surpreendentes tendo em conta o que se tem verificado ao longo dos últimos anos...
Ora, se esta é a temporada de maiores vendas, então é porque superou o valor máximo que tinha sido estabelecido na anterior (24,3 milhões de euros). Aliás, as três épocas desde que António Miguel Cardoso assumiu a presidência figuram no top-4 das mais proveitosas de sempre para o clube, sendo que a única exceção - os 22,6 milhões de euros de vendas em 2019/20 - estão ligados ao outlier estatístico que é a maior venda de sempre: Tapsoba no Bayer Leverkusen por 20,2 milhões de euros.
As várias dezenas de milhões em vendas são números que por vezes associamos aos ditos grandes do futebol português, mas aqui os números são semelhantes aos das melhores épocas do principal rival minhoto, o SC Braga, neste departamento: 54,7M€ na temporada atual, 53,9M€ em 2022/23 e 50,1M€ em 2020/21.
Nenhum adepto gosta de ver o seu clube a perder os seus ativos mais valiosos, muito menos no meio de uma temporada que parecia promissora, mas os vitorianos mais otimistas vão acreditar que o Vitória SC pode continuar a potenciar outros jovens de forma a manter-se competitivo e que, com um bom investimento destes milhões, pode marcar uma nova era do clube.
Langsung