Vasco: Salário de Coutinho é maior que folha mensal do Puerto Cabello | OneFootball

A goleada sofrida pelo Vasco da Gama diante do modesto Puerto Cabello, por 4 a 1, na última quarta-feira (7), pela fase de grupos da Copa Sul-Americana, expôs mais do que falhas técnicas e táticas do time carioca: escancarou um abismo econômico entre as equipes que, em tese, deveria refletir dentro de campo — mas não refletiu. Pelo contrário, o resultado foi considerado um dos maiores vexames da história do clube e dos brasileiros em competições sul-americanas.

Durante o programa F360, da ESPN, o comentarista Breiller Pires destacou a discrepância financeira entre os dois clubes. Segundo ele, o valor pago mensalmente ao meia Philippe Coutinho, um dos principais reforços do Vasco para a temporada, cobre sozinho toda a folha salarial do Puerto Cabello — que gira em torno de R$ 1,5 milhão por mês, considerando jogadores e comissão técnica.

– O salário do Coutinho ou do Payet paga toda a folha do Puerto Cabello. Isso dá a dimensão do abismo econômico entre as equipes. O Vasco tinha obrigação de, no mínimo, fazer um jogo de igual para igual”, afirmou Breiller.

A crítica veio acompanhada de uma contextualização ainda mais dura: o comentarista apontou o momento vascaíno como um reflexo direto da má gestão esportiva e administrativa vivida pelo clube mesmo após a transição para o modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF).

– O que aconteceu foi um dos maiores vexames da história do Vasco. E não só do Vasco, mas dos clubes brasileiros na América do Sul. Porque o Vasco priorizou a Sul-Americana, foi com força máxima para a Venezuela, e ainda assim tomou uma pancada, disse.

Era SAF ou “Sociedade dos Amigos do Felipe”?

As críticas de Breiller não se restringiram ao desempenho em campo. O comentarista direcionou ataques diretos à condução política e esportiva do clube sob a presidência de Pedrinho e à escolha de Felipe como técnico interino, reforçando a ideia de que o clube tem sido comandado com amadorismo.

– Hoje o Vasco não é mais uma Sociedade Anônima de Futebol. É a ‘Sociedade dos Amigos do Felipe’. Não existe cobrança profissional. O Felipe não tem currículo como treinador para assumir o clube. Só está lá porque é amigo do presidente, disparou.

Ele ainda relembrou declarações recentes de Felipe que, segundo ele, denotam falta de preparo para o cargo. Entre elas, a fala em que o técnico desmereceu publicamente o zagueiro Capasso, que ainda tem contrato com o Vasco.

+ Diniz fecha com o Vasco e traz reformulação no departamento: veja quem chega com ele

Momento delicado

A crise técnica é evidente. O Vasco não vence há sete partidas — um jejum que inclui jogos do Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana. A última vitória foi em 12 de abril, contra o Sport, por 3 a 1, em São Januário.

Com apenas cinco pontos no Grupo G da Sul-Americana, o Vasco é o segundo colocado e precisa vencer os dois jogos restantes (contra Lanús, fora, e Melgar, em casa) para sonhar com a liderança e escapar da repescagem contra um dos terceiros colocados da Libertadores. Caso contrário, terá que disputar os playoffs — se conseguir manter a vice-liderança.

Próximos desafios: pressão em alta

Neste sábado (10), o Vasco visita o Vitória, no Barradão, às 18h30, em duelo válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois, o desafio será ainda maior: encarar o Lanús, líder do grupo, na Argentina, em uma partida que pode definir o destino da equipe na Sul-Americana.

Com a chegada de Fernando Diniz, anunciada nesta quinta-feira, a expectativa é de uma reformulação não apenas tática, mas também no ambiente interno do clube. No entanto, o trabalho do novo comandante só deve começar após o duelo contra o Vitória.

O desafio é imenso. A reconstrução do Vasco, dentro e fora de campo, passa agora por uma encruzilhada onde o investimento não tem se traduzido em resultados — e as críticas ganham eco à medida que os vexames se acumulam.

+ Siga as redes sociais do Papo na Colina: Thread, Bluesky, Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, Tiktok e Google News