MundoBola Flamengo
·6 maggio 2025
‘26 Flamengos’: Capelo elucida contas da CBF e jornalistas debatem uso do dinheiro

MundoBola Flamengo
·6 maggio 2025
Um debate na edição desta terça-feira (6) do "Redação sportv" abordou a situação financeira da CBF e gerou até uma comparação com o Flamengo, gerada pelo jornalista Rodrigo Capelo.
Naturalmente, Marcelo Barreto e Belle Suárez — que faziam parte da bancada — começaram a debater possíveis formas de se usar o dinheiro para melhorar o futebol brasileiro.
"Ao fim de 2023, a CBF tinha R$ 1 bilhão em caixa, o que já era muita coisa. Ao fim de 2024, a CBF tinha R$ 2,4 bilhões em caixa, um aumento de R$ 1,4 bilhão. Profissionalizar arbitragem, quanto custa? Tanto faz, né, porque dinheiro a CBF tem", disse.
Conhecido pela saúde financeira, o Flamengo foi citado na conversa como uma forma de dar um parâmetro mais conhecido da fortuna acumulada pela CBF.
"Só para fazer uma comparação, para ter um parâmetro. O Flamengo, que é um dos clubes que mais tem dinheiro em caixa, porque esse não é um hábito dos clubes, terminou 2024 com R$ 92 milhões em caixa", analisou.
Na comparação entre os dois caixas, o Rubro-Negro nem se compara ao acumulado pela CBF, o que deixa claro: o problema do futebol brasileiro, ao menos neste momento, não é a falta de dinheiro para investir.
"R$ 92 milhões, o que significa que a poupança da CBF equivale a 26 Flamengos. O Flamengo tem que pagar salário de jogador, a própria atividade do futebol — com viagem, hospedagem, uma série de custos. A CBF não tem que pagar nada disso", explicou.
Capelo, então, destrinchou um pouco mais sobre o destino do dinheiro da CBF, que se divide entre seleções, a estrutura do futebol brasileiro em si e as federações de cada estado.
"A CBF tem que pagar os próprios salários e os cartolas, né? Fazer os repasses para os presidentes das federações. Além de, obviamente, sustentar a Seleção masculina, a feminina, e as de base. Tem uma série de custos ali, mas muito baixos", destacou.
Segundo o analista, o principal motivo para a explosão de caixa foi a renovação com a Nike, que prevê o tradicional pagamento anual e outros bônus.
"A CBF vinha acumulando caixa há muitos anos. Mas há uma explicação adicional nesse caso, que é a renovação com a Nike. A Nike fechou, em novembro do ano passado, uma extensão do seu contrato, que vai agora até 2038", comentou.
A partir daí, o debate tomou outro rumo. Na opinião de Barreto, os clubes teriam o direito de exigir que o dinheiro fosse gasto de maneira a fazer o futebol brasileiro crescer em termos de qualidade.
"Aí, acho que entra um ponto importante: como se cobra a CBF? É uma entidade privada, mas que cuida do futebol brasileiro. Ela poderia, por exemplo, ser cobrada pelos clubes nesse sentido. Os clubes têm direito de olhar para o balanço da CBF e falar: 'Você tem dinheiro para comprar impedimento semiautomático'", apontou.
Entre outras sugestões, os jornalistas sugeriram outras formas de usar o dinheiro, como chip nas bolas, profissionalização de arbitragem, investimento no futebol feminino, ajudas de custo com os gramados, entre outras possibilidades.
"O que eu me questiono é: para que a CBF está juntando tanto dinheiro em caixa? Que ela não pode raspar esse dinheiro e ficar zerada, concordo. Agora, R$ 1 bilhão já era muito dinheiro. R$ 2,4 bilhões é um exagero", disse.
Por fim, o jornalista ainda ressaltou que o valor vai aumentando gradativamente, já que o rendimento de valores bilionários é obviamente altíssimo.
"O que ela vai ganhar de juros em cima disso, de receita financeira, com R$ 1 bilhão ela já fazia R$ 130 milhões por ano. Com R$ 2,4 bilhões, é uma matemática que fica insustentável", pontuou.