
Calciopédia
·11 marzo 2025
28ª rodada: Inter, Napoli e Atalanta consolidaram luta pelo scudetto após jogos agitados

Calciopédia
·11 marzo 2025
A Serie A mais disputada dos últimos anos está se aproximando de seu fim e, faltando 10 rodadas para o seu encerramento, as principais brigas estão totalmente abertas. Na 28ª jornada, alguns acontecimentos históricos deram a dimensão do tamanho da briga e mostraram que as emoções devem continuar até o apagar das luzes.
Sabe quando Inter e Milan haviam vencido de virada após estarem perdendo por dois gols de diferença numa mesma rodada? Nunca. O que ocorreu no fim de semana foi inédito na história da Serie A. Para o Diavolo, o triunfo representou uma última esperança de lutar por vaga na Champions League, enquanto a Beneamata manteve a liderança com a reviravolta em casa, tendo ficado imune à resposta do Napoli, que venceu a Fiorentina no dia seguinte, e também à goleada da Atalanta sobre a Juventus – outro resultado que, sob alguns aspectos, não tinha precedentes.
Com sua maior vitória sobre a Juventus, a Atalanta reafirmou que voltou a brigar pelo título – e enfrenta a Inter no fim de semana que vem. A Velha Senhora, por sua vez, amargou sua maior derrota caseira em quase 60 anos e, apesar de ter mantido a quarta colocação, tem vida complicada na corrida por vaga na Champions League: Lazio e Bologna estão em seu encalço, com Roma, Fiorentina e Milan querendo encostar. A seguir, confira a análise da 28ª rodada da Serie A.
Gols e assistências: Arnautovic (Dumfries), Çalhanoglu (Bisseck) e Kyriakopoulos (contra); Birindelli (Mota) e Keita (Mota) Tops: Çalhanoglu e Lautaro (Inter) Flops: Kyriakopoulos e D’Ambrosio (Monza)
Jogando em casa, a Inter gastou muito mais energia do que esperava para bater o Monza, lanterna da Serie A, e continuar na ponta da tabela. Apesar dos percalços, que incluíram uma lesão aparentemente séria de Zielinski, a equipe de Simone Inzaghi superou o time de Alessandro Nesta depois de ter dois gols contra e deixou o gramado de San Siro com a liderança assegurada e o moral elevado.
Logo no primeiro tempo, a Inter chegou a abrir o placar com Lautaro, mas o gol foi anulado por um toque de mão do argentino. Depois, aos 32 e aos 44 minutos, o Monza marcou duas vezes, ambas com assistências de Mota – o segundo, uma pérola de Keita, que aplicou a lei do ex em Milão. Os nerazzurri responderam antes do intervalo, com uma cabeçada de Arnautovic, e o tento fez toda a diferença.
A Beneamata voltou do descanso obcecada pela virada e travou um duelo particular com o goleiro Turati, declarado torcedor azul e preto. O arqueiro, aliás, só foi superado por um balaço de Çalhanoglu e num lance concluído por Kyriakopoulos, que colocou contra seu patrimônio – e ele quase foi buscar. Depois de estabelecida a vantagem mandante no placar, Thuram ainda acertou a trave para a Inter.
Gols e assistências: Lukaku e Raspadori (Lukaku); Gudmundsson (Kean) Tops: Lukaku e Di Lorenzo (Napoli) Flops: De Gea e Pongracic (Fiorentina)
No estádio Diego Armando Maradona, não tivemos um grande jogo. Em rotação abaixo do esperado, Napoli e Fiorentina não entregaram um espetáculo – o time de Antonio Conte, aliás, raramente o faz –, mas isso não incomodou a torcida azzurra presente, que estava sedenta pelos três pontos. E eles foram conquistados graças a Lukaku, ex-atacante da Inter: o belga tem sido um dos grandes responsáveis por manter os partenopei na briga pelo título contra sua antiga equipe.
É verdade que, dessa vez, Lukaku recebeu um presentaço de De Gea para dar início aos trabalhos. Aos 26 minutos, o goleiro espanhol – que vem fazendo ótima temporada – socou para frente um chute fraco de McTominay e deixou o belga com o gol livre para abrir o placar. Ao longo da partida, o arqueiro até fez algumas boas defesas e manteve a Fiorentina viva, mas o erro comprometeu a atuação de sua equipe.
A propósito, as inúmeras falhas da retaguarda violeta foram destaque na peleja e é claro que foi numa delas que Raspadori ampliou o marcador, aos 60. A resposta quase imediata de Gudmundsson, aos 66, foi apenas um espasmo, visto que os gigliati, agora na oitava posição, tiveram uma prestação ofensiva muito tímida. Kean passou o jogo todo isolado e tirou a assistência da cartola.
Decisivo, com um gol e uma assistência, Lukaku foi o nome da vitória do Napoli sobre a Fiorentina (Getty)
Gols e assistências: Retegui (pênalti), De Roon, Zappacosta (Kolasinac) e Lookman Tops: De Roon e Lookman (Atalanta) Flops: Kelly e Locatelli (Juventus)
Em Turim, a noite seria de celebração para Gian Piero Gasperini e De Roon. Com 332 partidas pela Atalanta, o técnico se tornava o segundo com mais jogos no comando de uma mesma equipe na Serie A, atrás apenas de Giovanni Trapattoni e seus 402 pela Juventus. O volante holandês participou de 260 delas e se tornou o jogador que mais vezes entrou em campo sob as ordens de um mesmo profissional desde 1994, quando as vitórias passaram a valer três pontos. E, com uma atuação de gala, os dois deixaram o Allianz Stadium sorrindo de orelha a orelha.
A Atalanta massacrou a Juventus e estabeleceu a maior derrota da rival em seu novo estádio, além da mais expressiva em 58 anos, desde um 4 a 0 aplicado pelo Torino, em 1967. Retegui abriu o placar aos 29 minutos, após um pênalti bobo cometido por McKennie, e a vantagem da Dea só não aumentou antes do intervalo por conta da trave e de defesas heroicas de Di Gregorio.
A hecatombe, entretanto, viria logo após o descanso, com direito a erros bisonhos de Kelly e Vlahovic, além de ataques frequentes pelo vulnerável lado direito da defesa bianconera. Assim, De Roon, Zappacosta – em bela jogada construída com Kolasinac – e Lookman decretaram a goleada sobre a equipe de um questionado Thiago Motta, pupilo de Gasperini. E ainda vale destacar que Di Gregorio evitou um vexame ainda maior para a Juventus.
Gols e assistências: Mosquera; Odgaard (Calabria) e Cambiaghi (Domínguez) Tops: Odgaard e Cambiaghi (Bologna) Flops: Valentini e Montipò (Verona)
Com apenas uma derrota nos últimos 10 jogos, o Bologna segue em sua trajetória ascendente: com sua quinta vitória no recorte, está a apenas dois pontos da Juventus, quarta colocada, e vê o sonho de conquistar vaga na Champions League pelo segundo ano consecutivo se tornar concreto. O Verona, por sua vez, continua fora da zona de rebaixamento, com um pouco de tranquilidade.
O Bologna escapou de boa aos 28 minutos, quando a arbitragem avaliou que um contato entre Ferguson e Bradaric, dentro da área, não era digno de pênalti – algo bastante controverso. Antes do intervalo, então, após uma jogada de Calabria, Odgaard abriu o placar na primeira chance do jogo. Mais tarde, os emilianos tiveram vida facilitada pela expulsão de Valentini e Montipò ainda engoliria um frangaço, de fato decretando a derrota dos mandantes. No fim, um bom diálogo entre Mosquera e Tengstedt ainda resultaria no gol do colombiano, mas já era tarde demais para que o Hellas buscasse a reação.
Contundente, a Atalanta provocou a maior derrota caseira da Juventus em quase 60 anos e enviou recado para Inter e Napoli (Getty)
Gols e assistências: Krstovic (Helgason) e Krstovic (Guilbert); Gallo (contra), Pulisic (pênalti) e Pulisic (Rafael Leão) Tops: Krstovic (Lecce) e Rafael Leão (Milan) Flops: Gallo (Lecce) e Jiménez (Milan)
Contra o Lecce, o Milan protagonizou uma partida repleta de azar, erros e que também foi marcada por uma reação que entrou para a história – o time salentino se tornou o único que os rossoneri derrotaram pelo menos duas vezes após estarem atrás no placar por pelo menos dois gols; a outra foi um 4 a 3 em 2011, também no Via del Mare. Com o resultado, o Diavolo ficou oito pontos atrás da Juventus, quarta colocada, enquanto os giallorossi se mantiveram relativamente distantes da zona de descenso.
O Milan começou o jogo tendo um gol anulado por impedimento antes do primeiro minuto. Pouco depois, uma bomba de Krstovic pôs o Lecce em vantagem. Aos 15 minutos, outro tento rossonero foi invalidado. O time visitante, ainda que pouco criativo, chegou a acertar a trave com Giménez na segunda etapa, instantes antes de uma desatenção defensiva permitir que o montenegrino anotasse sua doppietta. Tudo dava errado para o Diavolo.
Entretanto, depois da expressiva desvantagem, o senso de urgência foi despertado no time de Sérgio Conceição. Rafael Leão, que entrara no intervalo, passou a fazer a diferença e criou as jogadas do gol contra de Gallo – João Félix teve uma dose de sorte, pois perderia chance inacreditável – e do tento que resultou na virada, de Pulisic. Antes, o norte-americano também arrumou a penalidade estúpida cometida por Baschirotto e convertida por ele mesmo. Em 13 minutos, a reviravolta evidenciou as qualidades do Milan, mas também as suas fraquezas.
Gol e assistência: Soulé (Salah-Eddine) Tops: Soulé e Koné (Roma) Flops: Colombo e Henderson (Empoli)
A Roma precisou de apenas 22 segundos para encaminhar a vitória sobre o Empoli e se colocar como séria candidata a uma vaga na Champions League. Com forte rendimento em 2025 e invicta há 12 rodadas, com nove vitórias no período, a Loba está a apenas seis pontos da Juventus e tem motivos para sonhar com a ultrapassagem. Os azzurri, por sua vez, amargam jejum de 13 partidas sem triunfos e seguem na zona de rebaixamento.
Pouco depois de a bola rolar, Colombo cometeu um erro de passe, a Roma retomou a bola e Soulé marcou um dos gols mais rápidos da história giallorossa na Serie A. Bem postada no gramado do Carlo Castellani e contando com atuações consistentes de Koné, Pellegrini e Shomurodov, a equipe visitante chegou a carimbar a trave duas vezes e ainda viu Silvestri efetuar defesas importantes nos dois tempos. O placar foi magro, mas a verdade é que ficou barato para o Empoli.
Em ascensão, o Bologna aproveitou tropeços de adversários para se inserir na briga por vaga na Champions League (Getty)
Gols e assistências: Romagnoli (Vecino); Thauvin (Lucca) Tops: Romagnoli (Lazio) e Thauvin (Udinese) Flops: Tchaouna (Lazio) e Ehizibue (Udinese)
Desde que Castellanos se machucou, contra o Napoli, a Lazio não conseguiu mais entregar um desempenho regular. A equipe ainda tem vencido e segue bem posicionada na briga por vaga na Champions League, mas é evidente que tudo tem sido mais difícil para os celestes. Tudo o que a torcida não quer é que os aquilotti experimentem uma brusca queda de rendimento na reta decisiva da temporada, mas se a falta de contundência ofensiva apresentada contra a Udinese se repetir mais vezes, não há dúvida de que isso irá ocorrer.
A Udinese abriu o placar aos 22 minutos, numa jogada em que faltou recomposição da defesa da Lazio. Lucca e Thauvin brincaram com a zaga romana, que tinha vantagem numérica (o dobro de peças, mais exatamente) e o resto do time mandante ficou só olhando. Depois desse gol, os mandantes até tentaram reagir e fizeram Okoye efetuar algumas boas intervenções até parte do segundo tempo, mas só reagiram com Romagnoli, ainda aos 32. De resto, faltou organização na frente e os friulanos não tiveram tanta dificuldade de segurarem o empate.
Gols e assistências: Pellegrino (Valeri) e Pellegrino (Hernani); Elmas (Casadei) e Adams (Maripán) Tops: Pellegrino (Parma) e Elmas (Torino) Flops: Bonny (Parma) e Walukiewicz (Torino)
No Ennio Tardini, Pellegrino saiu do banco para comandar a reação do Parma e dar aos mandantes um pontinho importante na briga contra o rebaixamento. O Torino, que nada mais almeja na Serie A, voltou a bobear e deixou a vitória escapar duas vezes.
Ainda no primeiro tempo, Casadei fez uma bela jogada e encontrou Elmas, que cortou para dentro e mandou para as redes – em quatro jogos, o macedônio já anotou três gols pelo Torino. O Parma teve uma boa chance de empatar perto do intervalo, quando uma pixotada de Milinkovic-Savic terminou com Adams salvando em cima da linha e o travessão também ajudando os grenás. Pellegrino substituiu o apagado Bonny e, com cinco minutos em campo, empatou com uma jogada de centroavante. Adams deixaria o seu logo depois, mas (coroando sua partida de altos e baixos) falharia na marcação do argentino e permitiria o empate dos crociati aos 82. No fim das contas, valeu pelo entretenimento.
De virada, o Milan bateu o Lecce e respirou na corrida por vaga em competições europeias (Ansa)
Gols e assistências: Viola (Piccoli); Cornet (Ekuban) Tops: Viola (Cagliari) e Martín (Genoa) Flops: Zappa (Cagliari) e Leali (Genoa)
Na abertura da rodada, o Cagliari somou um ponto na sua busca pela permanência e o Genoa seguiu encravado no meio da tabela, de onde não deve sair. Pensando no longo prazo, o resultado foi pior para os mandantes, que chegaram a ter vantagem no placar. Por outro lado, o empate também não pode ser considerado um desastre.
O Cagliari começou melhor no jogo e, antes dos 15 minutos, chegou a ter um gol de Piccoli anulado por impedimento milimétrico, além de ter acertado a trave, com Coman. Aos 19, então, o centroavante italiano fez bom trabalho de pivô e deixou Viola na boa para marcar num ótimo contragolpe. Os sardos continuaram superiores em campo depois de abrirem o placar, mas o Genoa acharia o empate no início do segundo tempo, depois de um erro conjunto de Luperto e Zappa. Depois, os grifoni até tiveram uma chance incrível de virar, com De Winter, mas foi só. Os times aceitaram a igualdade e levaram a etapa complementar em banho-maria.
Gols: Ikoné; Gytkjaer (pênalti) Tops: Butez (Como) e Radu (Venezia) Flops: Smolcic (Como) e Maric (Venezia)
No estádio Giuseppe Sinigaglia, os goleiros brilharam e o Venezia acabou segurando a reação do Como, que buscava retomar o caminho das vitórias após a derrota para a Roma. O time de Eusebio Di Francesco vai mostrando poder de luta, visto que chegou ao terceiro empate seguido, mas precisa de vitórias se ainda quiser escapar do rebaixamento: penúltimo colocado, ainda está cinco pontos atrás do Parma, primeiro fora da zona de descenso.
Renascido desde que trocou a Inter pelo Venezia, Radu fez uma grande defesa no primeiro tempo, mandando para a trave uma cabeçada de Smolcic. Do outro lado, Butez respondeu com linda intervenção ante Candé. No início do segundo tempo, numa jogada meio atabalhoada, Ikoné abriu o placar para o Como, que cresceu após marcar. Aí, Radu foi fundamental novamente, evitando a doppietta do francês e, na sequência, saltando para espalmar cabe;cada fulminante de Goldaniga. Nos acréscimos, os lagunari contaram com a estupidez de Smolcic, que cometeu um pênalti estúpido, para deixarem tudo igual, com Gytkjaer.
Radu (Venezia); Zappacosta (Atalanta), Hien (Atalanta), Bastoni (Inter), Kolasinac (Atalanta); Pulisic (Milan), De Roon (Atalanta), Çalhanoglu (Inter), Rafael Leão (Milan); Lookman (Atalanta), Lukaku (Napoli). Técnico: Gian Piero Gasperini (Atalanta).
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