MundoBola Flamengo
·13 marzo 2025
MundoBola Flamengo
·13 marzo 2025
A segunda matéria da série especial que o MundoBola Flamengo traz sobre o futebol feminino passa pelo momento pré-2019, quando a Conmebol impôs que todos os Clubes tivessem uma equipe feminina.
Nela vamos explorar com maior profundidade a estrutura inicial disponibilizada pelo clube, os desafios relacionados a patrocínio, visibilidade e apoio, as primeiras competições e seus respectivos resultados, além de abordar sobre as jogadoras com destaque na época.
Quando a diretoria do Flamengo retomou a ideia do futebol feminino em 2011, não conseguiu parcerias para estruturação e patrocínio no estado do Rio de Janeiro. O clube tentou acordos com outras cidades dentro do estado, como Barra Mansa e Volta Redonda, mas não obteve sucesso.
A solução foi fechar uma parceria com a prefeitura de uma cidade do litoral de São Paulo. A partir desse momento, as Meninas da Gávea passaram a treinar no Guarujá, a aproximadamente 530km de distância do RJ.
Isso só mudou em 2015, quando o Flamengo finalmente conseguiu um parceiro no Rio de Janeiro: a Marinha. O objetivo era trazer o time de volta para o estado onde está sediado o clube. Com isso, a equipe passou a ter como casa o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes, mais conhecido como Cefan.
A parceria logo deu resultados. No mesmo ano o Flamengo venceu o Campeonato Carioca, e na temporada seguinte conquistou o Campeonato Brasileiro Feminino de 2016, além de mais um estadual.
Na liga - a única conquistada pelo Mais Querido até então -, as Meninas da Gávea superaram a primeira etapa de forma invicta com três vitórias e um empate. Já na segunda fase, foram um empate, quatro vitórias e uma derrota.
Assim o Rubro-Negro chegou às semifinais, na qual enfrentou a Ferroviária, perdendo o primeiro jogo na casa do adversário por 1 a 2 e vencendo a volta por 1 a 0.
Na final, o primeiro jogo foi em casa e as Meninas da Gávea foram derrotadas por 0 a 1. Já na volta, venceram o Rio Preto por 2 a 1, em São Paulo. Apesar da entrada gratuita, o estádio Anísio Haddad registrou um público extremamente baixo na final do Brasileirão Feminino, com arquibancadas visivelmente vazias.
Nessa primeira fase da parceria, época que ocorreu a maior conquista do clube até hoje na categoria, o Flamengo feminino teve em seu elenco grandes nomes do futebol nacional. Alguns exemplos são Maurine e Larissa.
Maurine foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015, medalha de prata nos Jogos Olímpicos (2008), ouro no Pan-Americano (2015), Copa América (2014), Liga Americana Feminina (2011), Libertadores (2009 e 2010), Copa do Brasil (2008, 2009 e 2014) e Campeonato Paulista Feminino (2018).
E Larissa, que marcou o gol da vitória na grande final contra o Rio Preto e levou para casa o prêmio de melhor jogadora do Campeonato Brasileiro Feminino 2016.
Em 2019, o Flamengo iniciou um projeto de consolidação da categoria e assumiu oficialmente a equipe feminina, se tornando mais independente em relação à Marinha, passando por uma grande reformulação.
Fazendo com que o elenco sofresse baixas importantes, mas também trazendo outros grandes nomes. Uma saída de peso foi a meio-campista Bárbara, que na época era a maior artilheira da história do Flamengo Feminino. Como primeiro reforço para a temporada, o Rubro-Negro trouxe a volante Caroline Silveira.
O técnico da época, Ricardo Abrantes, avaliou a situação do elenco logo no início da temporada:
“Perdemos nove atletas, mas estamos trazendo cinco novos reforços para a temporada (um ainda não anunciado). Duas delas já atuaram neste Brasileirão, sendo que a Carol Matos passará por uma cirurgia. As outras três jogadoras estão chegando agora e, aos poucos, vamos avaliar, mas acredito que o grupo se tornou forte pela união, entrega e, principalmente, pelo espírito de família” disse ao site oficial do clube.
Naquele ano, a equipe disputou o Campeonato Brasileiro Feminino, que teve sua sétima edição com a participação de 16 times. Conforme o regulamento, os oito primeiros colocados avançaram para as quartas de final.
O Flamengo terminou a fase classificatória em quarto lugar, somando 32 pontos em 15 jogos, com dez vitórias, dois empates e três derrotas. Nas quartas de final, eliminou o Internacional com um placar agregado de 3 a 1.
Na semifinal, a equipe carioca enfrentou o Corinthians e foi eliminada com um placar agregado de 4 a 1. O título ficou com a Ferroviária.
Já o pentacampeonato do Carioca teve a seguinte campanha:
Primeira fase: vitórias sobre LBD/Porto Real (13 a 0), Campo Grande (10 a 0), Greminho (56 a 0) e Seleção da Cufa (11 a 0).
Segunda fase: vitórias sobre Brasileirinho (19 a 0), Colônia/Guapimirim (12 a 0) e Portuguesa (2 a 0).
Semifinal: derrota (1 a 4) e vitória (7 a 2) sobre o Botafogo.
Final: vitórias sobre o Fluminense (1 a 0 e 3 a 1).
Após a reformulação, o Rubro-Negro conquistou a Ladies Cup em 2022 e os campeonatos cariocas de 2021, 2023 e 2024. O Flamengo foi eliminado na semifinal em 2020 e perdeu a final em 2022.