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Central do Timão

·19 febbraio 2025

Na Venezuela, Corinthians volta a estádio onde conquistou título considerado “heroico” em 1953

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  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Na noite desta quarta-feira, 19, o Corinthians fará sua estreia na Copa Libertadores! O Timão visita a Universidad Central (VEN), às 21h30 (de Brasília), pelo jogo de ida da segunda fase preliminar da competição. O jogo acontece no Estádio Olímpico de Caracas, estádio tradicional do país sul-americano por onde o Timão conquistou um importante título no passado, há exatos 72 anos: a Pequena Taça do Mundo de 1953.

Era uma época em que o calendário das competições era muito mais flexível, o que permitia aos clubes complementarem seus compromissos oficiais com a realização de turnês para a disputa de jogos e torneios amistosos. Muitos destes torneios eram organizados por clubes anfitriões, mas outros possuíam importância maior, por contarem com a participação de federações nacionais e, em alguns casos, o apoio de dirigentes de confederações continentais ou mesmo da própria FIFA.


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Foto: Divulgação/Corinthians

Um pouco de contexto

Tais competições surgiam, inclusive, para preencher lacunas competitivas causadas pela ausência de torneios continentais oficiais. Na Europa, essa prática era muito antiga: o primeiro registro de uma “competição” internacional é o Football World Championship, disputado entre equipes da Inglaterra e Escócia entre 1887 e 1902 e que se propunha eleger um “campeão mundial de clubes”.

Ao longo das décadas, outros torneios surgiram, sempre dentro do Velho Continente: a Coupe Van der Straeten Ponthoz entre 1900 e 1907; a Coppa Lipton entre 1908 e 1911; a Coupe Jean Dupuich entre 1908 e 1925; a Coupe des Nations em 1930; e, posteriormente, competições como a Mitropa Cup e a Copa Latina, criadas em 1927 e 1949 respectivamente e que, junto com o Tournoi de Paris de 1948 serviram de inspiração para a criação da Copa dos Campeões por parte da UEFA.

Já na América do Sul, tal movimento era restrito inicialmente aos clubes argentinos e uruguaios, que disputaram algumas competições entre si como a Cup Tie Competition entre 1900 e 1906; a Copa de Honor Cusenier entre 1905 e 1920; e a Copa Aldao entre 1916 e 1947. Apenas no ano seguinte, em 1948, surgiria a primeira competição aberta a mais países: o Campeonato Sul-Americano de Campeões, considerado precursor da Copa Libertadores.

O que se seguiu então foi a popularização deste modelo de “copa de campeões”, com diversas versões sendo criadas com o patrocínio de confederações nacionais. No Brasil, a CBD organizou quatro torneios em sequência: a Copa Rio Internacional em 1951 e 1952, o Torneio Octogonal Rivadavia Correia Meyer em 1953 e o Torneio Internacional Charles Miller em 1954 – vencido pelo Corinthians, inclusive. E um de seus principais concorrentes à época foi, justamente, a Pequena Taça do Mundo.

A Pequena Taça do Mundo

O torneio venezuelano, cujo nome oficial era Copa Marcos Pérez Jiménez, em homenagem ao presidente local, foi criado em 1952 por empresários locais com o apoio da federação local, que garantia que a competições seguisse as normas técnicas da FIFA e da Conmebol. Desde seu início, contou com grande interesse de clubes europeus, especialmente os espanhóis como Real Madrid, Espanyol, Barcelona e Valencia, que preferiam disputá-lo ao invés do seu concorrente brasileiro.

Times do Brasil também era frequentadores da competição. A predileção dos venezuelanos era por equipes do Rio de Janeiro, então capital nacional e que, por isso, dava ao seu campeão estadual um status informal de “campeão brasileiro”. Em 1953, porém, o Vasco recusou convite para disputar o torneio, e o Corinthians foi convidado a substitui-lo, aceitando a proposta e um cachê de um milhão de cruzeiros, livre de despesas.

O time era o campeão vigente do Campeonato Paulista e do Torneio Rio-São Paulo naquele momento, mas não era considerado o favorito para a disputa. Esse papel cabia ao poderoso Barcelona (ESP), time do astro húngaro László Kubala e então bicampeão espanhol e também vencedor da Copa Latina, o mais importante torneio europeu da época. Os outros times do quadrangular eram a Roma (ITA) e a Seleção de Caracas (VEN).

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Foto: Reprodução

No entanto, o campo falou diferente e, nas seis partidas disputadas no mesmo Estádio Olímpico de Caracas onde o Time do Povo atua hoje, sobressaiu o futebol brasileiro, com o Corinthians vencendo todas os duelos: 1 x 0 e 3 x 1 contra a Roma, 2 x 1 e 2 x 0 contra o Caracas XI e 3 x 2 e 1x 0 contra o Barcelona. Brilhou a estrela de Luizinho, artilheiro do torneio com cinco gols ao lado de Kubala.

A exibição corinthiana encantou os organizadores do torneio, que chegaram a fazer um convite para que o time permanecesse na Venezuela para disputar outra competição, recebendo para isso uma premiação adicional de US$ 5 mil. No entanto, a delegação recusou, voltando ao Brasil na data programada e sendo recebida no desembarque com festa por uma multidão de torcedores, conforme relatam os jornais da época.

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Foto: Reprodução

Tradição internacional

Vale lembrar que a conquista da Pequena Taça do Mundo não foi o primeiro feito do Corinthians no exterior em sua história. Em 1951, o time foi convidado a disputar um quadrangular em Montevidéu (URU) que celebrava o aniversário da vitória daquele país na Copa do Mundo sobre o Brasil no ano anterior. Ao vencer o combinado uruguaio por 4 x 1 na semifinal, o Timão foi recebido com festa, por “estragar” a festa adversária.

No ano seguinte, ainda, o Alvinegro realizou excursão à Europa, visitando oito países e derrotando grandes clubes e seleções nacionais, inaugurando ainda o Estádio Olímpico de Hensinki na Finlândia. Ao todo, foram 12 vitórias, três empates e apenas uma derrota na estreia, rendendo ao clube o recebimento da Fita Azul do Futebol Brasileiro, concedida apenas aos clubes que honrassem o país no exterior.

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