11 curiosidades sobre o Vaduz e o futebol de Liechtenstein após a façanha na Conference League | OneFootball

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Trivela

·26 de agosto de 2022

11 curiosidades sobre o Vaduz e o futebol de Liechtenstein após a façanha na Conference League

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São vários os fatos que ajudam a dimensionar a façanha do Vaduz na Conference League. Os alvirrubros fazem parte de um país que sequer possui uma liga nacional, ocupam o penúltimo lugar na atual edição da segundona do Campeonato Suíço e estão localizados numa cidade de 5 mil habitantes, dentro de um principado que mal passa das 36 mil pessoas. A pequenez é corriqueira a Liechtenstein e tudo o que circunda a diminuta nação, encravada entre Suíça e Áustria. Até por isso, o feito do clube se torna muito especial.

O Vaduz eliminou o tradicionalíssimo Rapid Viena, dentro do Estádio Allianz, para colocar pela primeira vez um time de Liechtenstein na fase de grupos das competições europeias. Os nanicos jogarão a Conference, em grupo ao lado de AZ, Apollon Limassol e Dnipro-1. Serão uma das grandes histórias a se observar na temporada, especialmente por todo o contexto. O Vaduz disputa o torneio como campeão da Copa de Liechtenstein, após atravessar a última década como ioiô entre as duas primeiras divisões da liga suíça. Viverá seu sonho europeu enquanto luta para evitar a queda para a terceirona nacional.


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Para valorizar o milagre, contamos 11 histórias relacionadas ao Vaduz. Falamos da estrutura do futebol de Liechtenstein, da importância do clube na Suíça, de seu retrospecto nas competições continentais e também de suas grandes figuras. Detalhes de um clube que serve como grande orgulho de seu país, por elevar os liechtensteinienses a um patamar inédito no futebol internacional.

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– O estopim do futebol em Liechtenstein

A fundação do Vaduz aconteceu num momento de eclosão do futebol em Liechtenstein. O surgimento do clube, em fevereiro de 1932, incentivou a criação de outras equipes ao redor do principado – o FC Triesen e o FC Balzers, dois dos principais rivais do Vaduz, foram fundados nos meses seguintes. A princípio, os alvirrubros se filiaram a uma liga regional da Áustria. Só depois de um ano é que o time se juntou à pirâmide do futebol suíço, membro da associação de futebol do cantão de St. Gallen. E foi essa entidade que criou um efêmero Campeonato Liechtensteiniense na década de 1930.

A primeira edição da liga nacional aconteceu em 1934. A competição se restringia exatamente a um triangular disputado por Vaduz, Triesen e Balzers. O Triesen conquistou as duas primeiras temporadas, enquanto o Vaduz levou o título inédito em 1936 – quando teve o então bicampeão como o único adversário. Já em 1937, com a desistência dos alvirrubros, o Triesen foi declarado vencedor como único candidato à taça. Logo o certame seria descontinuado.

– Maior campeão de copas nacionais do mundo

O futebol de Liechtenstein começou a se estruturar um pouco mais depois da Segunda Guerra Mundial. Foi quando surgiu a Copa de Liechtenstein, competição mais tradicional do país e vigente há mais de sete décadas. A primeira edição aconteceu em 1945/46. Vaduz e Triesen eram os únicos participantes neste começo, com três troféus consecutivos dos azuis. Novos concorrentes só foram se juntar em 1949, com a participação de Balzers e Schaan. Foi quando o Vaduz levou o troféu inédito, com a revanche diante do Triesen na decisão. Os alvirrubros tomaram o posto de maiores vencedores do certame durante a década de 1950, com direito a um heptacampeonato consecutivo.

A Copa de Liechtenstein nunca passou de duas dezenas de participantes, mesmo incluindo as filiais dos principais clubes do principado. E a hegemonia do Vaduz, que chegou a ter alguns períodos de maior instabilidade entre os anos 1970 e 1980, voltou com tudo a partir da década de 1990. Desde 1995, os alvirrubros perderam o troféu nacional em apenas duas ocasiões – para o Balzers em 1997 e para o Eschen/Mauren em 2012. O clube chegou a emendar 14 taças consecutivas e atualmente ostenta um octacampeonato desde 2013, sem levar o título apenas nas duas edições canceladas por causa da pandemia.

Desta maneira, o Vaduz é o clube do mundo com mais troféus em copas nacionais. São 48 títulos em 61 finais disputadas. Apenas 14 decisões na história da Copa de Liechtenstein não contaram com a presença dos alvirrubros, algo que não acontece desde 1994. Não à toa, a equipe começou a bater cartão nas competições europeias e melhorou suas perspectivas financeiras graças a essa visibilidade. Um dos apelidos do clube, não à toa, é “Stolz von Liechtenstein” – o orgulho de Liechtenstein.

– A mesma casa da seleção

O período de ascensão do Vaduz coincidiu com a inauguração de sua nova casa. A seleção de Liechtenstein passou a integrar as competições da Uefa a partir das eliminatórias para a Euro 1996. Entretanto, a entidade exigia uma praça esportiva mais moderna para que o principado abrigasse seus compromissos internacionais. O Vaduz, por tabela, seria auxiliado com a inauguração do Estádio Rheinpark em 1998. A primeira partida no local, inclusive, contou com a presença dos alvirrubros em campo. Perderam de 8 a 0 para o Kaiserslautern, convidado de honra após conquistar a Bundesliga na temporada anterior. O estádio chegou a receber, além das partidas da seleção, também as fases finais do Europeu Sub-17 e Sub-19 nas últimas décadas.

O Estádio Rheinpark é modesto, mas sua capacidade impressiona se levarmos em conta que a cidade de Vaduz tem 5,7 mil habitantes e a população do país não passa das 36,4 mil pessoas. As arquibancadas abrigam 7,5 mil torcedores, enquanto a capacidade para os compromissos internacionais se reduz para 5,9 mil lugares. O recorde de público do Vaduz pelo Campeonato Suíço é de 6,7 mil pagantes, em embates contra Basel e St. Gallen. Já a melhor média do clube na liga nacional atingiu os 4,1 mil espectadores por partida em 2014/15. Contra o Rapid Viena, no primeiro duelo da fase decisiva da Conference, o público presente era de 3,5 mil torcedores.

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Tunahan Cicek

– Os outros lampejos em copas europeias

Por conta de seu domínio na Copa de Liechtenstein, o Vaduz monopoliza as participações do principado nas competições da Uefa. Em apenas quatro oportunidades um time que não o Vaduz disputou os torneios continentais. Schaan e Eschen/Mauren sofreram duas derrotas em suas únicas aparições, enquanto o Balzers teve um pouco mais de história para contar na primeira de suas duas campanhas. Os auriazuis garantiram uma vitória logo na estreia da Recopa 1993/94 e eliminaram o Albpetrol, da Albânia. Entretanto, seriam amassados pelo CSKA Sofia na etapa seguinte, com o placar agregado de 11 a 1 para os búlgaros. O Vaduz, com 27 participações europeias, naturalmente acumula mais feitos.

Nem tudo começou tão bem assim. O Vaduz foi o primeiro representante de Liechtenstein na história das competições da Uefa, em 1992/93. Perdeu no agregado por 12 a 1 para o Chornomorets Odessa, na fase de entrada da Recopa. A melhor campanha no extinto torneio, que reunia apenas os campeões de copas nacionais, veio em 1996/97. Os alvirrubros eliminaram a Universitate Riga nos pênaltis, depois de dois empates. Então, encararam o atual campeão Paris Saint-Germain, que emplacou 7 a 0 no agregado.

Os resultados do Vaduz começaram a se consolidar a partir do momento em que o time integrou a Copa da Uefa, com o fim da Recopa. Os empates se tornaram mais frequentes, até as primeiras vitórias acontecerem em 2004/05, em ambos os confrontos diante do Longford Town, da Irlanda. Logo depois, o time seria eliminado pelo Beveren. Em 2005/06, o Vaduz repetiu a classificação contra o Dacia Chisinau, antes de cair para o Besiktas. Já o grande momento da década ocorreu em 2006/07. Os alvirrubros superaram o Újpest na primeira fase com uma goleada por 4 a 0 sobre os húngaros. Depois, ganharam a ida contra o vizinho Basel por 2 a 1. Entretanto, a derrota por 1 a 0 na Suíça significou a eliminação pelo gol sofrido em casa.

Outras classificações do Vaduz viriam contra Falkirk (2009/10), Vojvodina (2011/12) e College Europa (2014/15), apesar de novas quedas logo na etapa seguinte. A primeira vez que os alvirrubros passaram por duas fases eliminatórias foi na Liga Europa 2015/16, contra La Fiorita e Nõmme Kalju, sem escapar da queda contra o vizinho Thun com dois empates. Foram seis temporadas europeias consecutivas, de 2014/15 a 2019/20, passando pelo menos da primeira fase. Outro feito notável ocorreu em 2018/19, quando o Vaduz despachou o tradicional Levski Sofia, até parar no Zalgiris Vilnius. Já em 2019/20, de novo os liechtensteinienses atravessaram duas fases, superando Breidablik e Fehérvár. A compreensível eliminação ocorreu diante do Eintracht Frankfurt. Os alemães, aliás, ajudaram a estabelecer o recorde de público no Rheinpark para um duelo internacional.

Nas duas últimas temporadas, porém, o Vaduz tinha sido eliminado logo no primeiro duelo das copas europeias. Foi assim na última aparição pela Liga Europa, em 2020/21, e também na estreia pela Conference, com duas derrotas para o Újpest em 2021/22. Até por isso, um sucesso na nova empreitada continental dos alvirrubros soava como improvável. Foi quando tudo aconteceu, deixando pelo caminho em 2022/23 os eslovenos do Koper, os turcos do Konyaspor e finalmente os austríacos do Rapid Viena. As vitórias fora de casa na Turquia e na Áustria, ambas em jogos de volta, valorizam mais o milagre dos alvirrubros.

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– As aparições na elite suíça

As competições continentais oferecem um lugar ao sol para o Vaduz. No entanto, é no Campeonato Suíço que o clube consegue uma situação mais estável. Os alvirrubros tradicionalmente são figurantes na liga nacional. Ao longo da segunda metade do Século XX, o representante de Liechtenstein disputou a maior parte de suas temporadas na terceirona suíça. A ascensão aconteceu apenas na virada do século, com o inédito acesso para a Challenge League (a segunda divisão local) em 2001/02.

Aqueles eram tempos abastados para o Vaduz. Além da inauguração recente do Estádio Rheinpark, que garantia uma estrutura melhor, o clube recebia investimentos de algumas das principais companhias financeiras de Liechtenstein, um paraíso fiscal. O banco nacional LLB era um dos patrocinadores, assim como a corretora MBPI. Neste período, os alvirrubros tinham o maior orçamento da Challenge League. O acesso era esperado e, depois de duas derrotas nos playoffs, o Vaduz conseguiu subir pela primeira vez à primeira divisão do Campeonato Suíço para 2008/09.

Apesar das acusações de que o Vaduz “desvirtuava” o Campeonato Suíço, a estadia na elite foi breve. Mesmo bancado pelas instituições locais, o time não contava com o poderio de adversários como o Basel e o Zurique. O rebaixamento foi imediato, com apenas cinco vitórias em 36 partidas – apesar de triunfos sobre adversários tradicionais como o Young Boys e o Luzern. Seriam mais cinco anos na segundona, até que o novo acesso à elite ocorresse em 2014.

O Vaduz viveu seus “anos dourados” no Campeonato Suíço de 2014/15 a 2016/17, ao escapar do descenso em duas campanhas consecutivas, ainda que sem passar da oitava colocação entre dez participantes. O time se safou da queda por antecipação em 2014/15, quando registrou seu recorde de público na liga. Já em 2015/16, a fuga veio com uma excelente arrancada na reta final. A alegria só não se repetiu em 2016/17, mesmo com os alvirrubros derrotando um ascendente Young Boys nas rodadas finais. Mais uma vez os liechtensteinienses estavam rebaixados para a segundona.

Por fim, seriam mais três anos na briga pelo acesso, até a nova promoção do Vaduz para o Campeonato Suíço de 2020/21. Foi a campanha em que os alvirrubros registraram o maior número de vitórias na elite, nove no total, desbancando oponentes como o Basel, o Zurique e o Servette. Uma sequência de três triunfos em abril fez o time deixar a lanterna. Porém, os resultados pioraram na reta final e o Sion conseguiu ultrapassar os liechtensteinienses na última rodada, jogando os concorrentes à lanterna e ao rebaixamento direto. Durante a última temporada, a quarta colocação na segundona seria insuficiente para lutar pelo retorno.

– Um clube sem Champions

O Vaduz é o time de Liechtenstein mais relevante do Campeonato Suíço com certas sobras. De resto, os demais representantes do principado na liga vizinha não passam na quarta divisão – Balzers e Eschen/Mauren. O histórico Triesen se encontra no sétimo nível do Campeonato Suíço. As chances de ver outra equipe além do Vaduz fazendo sucesso nas copas europeias é praticamente nula, pelos abismos e pela própria dificuldade em desbancar os alvirrubros na Copa de Liechtenstein.

O curioso é que o Vaduz, por seu status especial, não pode disputar a Champions League pelas vias mais comuns. Os alvirrubros são convidados no Campeonato Suíço e, por isso, não herdam vagas às copas europeias por lá. Mesmo se levarem o título nacional, não poderão figurar na principal competição continental. O único caminho do Vaduz para a Champions é se conquistasse a Conference e logo depois a Liga Europa, recebendo as vagas destinadas aos campeões continentais. Não parece muito provável.

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Neuer e Büchel

– Os ídolos da seleção de Liechtenstein

A preponderância do Vaduz em Liechtenstein faz com que muitas figuras emblemáticas da equipe nacional sejam também ídolos do clube. Parte da base nas convocações da seleção saem dos alvirrubros, ainda que a contratação de jogadores estrangeiros tenha aumentado desde as primeiras aparições na elite do Campeonato Suíço – o que gerou reclamações no país, de quem pensa que o clube deveria valorizar mais os talentos locais e não se abrir a atletas de outros países.

O elenco atual do Vaduz conta com dois protagonistas da seleção de Liechtenstein. Nicolas Hasler é o capitão da equipe nacional, com 88 partidas e cinco gols. O meio-campista teve uma passagem pela MLS, mas a maior parte de sua carreira foi vivida com os alvirrubros. Defendeu o clube de 2011 a 2017, quando por duas vezes foi eleito o melhor futebolista do país, e retornou ao elenco em 2022, trazido do Thun. Nome importante na campanha da Conference, o camisa 4 é filho de Rainer Hasler, votado pela Uefa em 2004 como o melhor jogador liechtensteiniense nos 50 anos da entidade.

Outro destaque do Vaduz que brilha pela seleção é o goleiro Benjamin Büchel. O camisa 1 soma 48 aparições pela equipe nacional e teve certo destaque nas últimas Eliminatórias, sobretudo pelas boas defesas nos encontros com a Alemanha – mesmo levando de 9 a 0 no segundo jogo contra o Nationalelf. O arqueiro de 33 anos está no Vaduz desde 2018, após rodar por diferentes clubes das divisões de acesso na Inglaterra, incluindo Bournemouth e Oxford United. Seria essencial na Conference, sobretudo diante de Konyaspor e Rapid Viena.

Büchel e Hasler são as referências do elenco atual ao lado de Tunahan Cicek – que, embora suíço, merece menção especial. O meia de 30 anos marcou o gol da vitória contra Koper e Rapid Viena, além de ter balançado as redes também diante do Konyaspor. Está no clube desde 2019 e vem sendo uma das principais figuras dos alvirrubros no Campeonato Suíço – essencial principalmente no acesso em 2019/20. Será um dos nomes mais lembrados na hora de recontar a epopeia recente do Vaduz.

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Martin Stocklasa

– As bandeiras do futebol nacional

Ao longo da história, outros nomes importantes do futebol de Liechtenstein passaram pelo Vaduz. A começar pelo supracitado Rainer Hasler. O lateral despontou antes da afirmação da seleção, mas fez uma carreira respeitável no Campeonato Suíço durante os anos 1980, sobretudo com a camisa do Servette – pelo qual foi capitão de uma dobradinha nacional. Durante a década de 1980, quando a equipe nacional engatinhava antes de se unir à Uefa, outros destaques como Roland Moser e Branko Eskinja também defenderam os alvirrubros.

A ascensão da seleção de Liechtenstein nas estruturas da Uefa, com a entrada nas eliminatórias da Euro 1996, coincidiu com o início do período mais hegemônico do Vaduz. O time nacional que estreou no qualificatório em abril de 1994, contra a Irlanda do Norte, tinha cinco jogadores alvirrubros entre os titulares – incluindo Roland Moser com a braçadeira de capitão. Os anos 1990 consagraram a ascensão de outros destaques como Daniel Hasler e Martin Stocklasa. Hasler foi três vezes eleito o melhor jogador do país e por anos a fio usou a braçadeira da seleção, enquanto escrevia seu nome no Vaduz. Já Stocklasa recebeu por cinco vezes o prêmio de jogador do ano e é o terceiro com mais aparições pela equipe nacional, com 113 partidas disputadas. Igualmente é amado pelos alvirrubros.

Daniel Hasler e Martin Stocklasa faziam parte da seleção de Liechtenstein que conquistou seu resultado mais emblemático em outubro de 2004: um empate por 2 a 2 com Portugal, nas Eliminatórias para a Copa de 2006. Eram seis jogadores do Vaduz naquele time, que chegou a virar o placar no Estádio Rheinpark, antes de ceder a igualdade no fim com um gol contra. Cristiano Ronaldo e Deco eram titulares na equipe lusitana dirigida por Felipão. Os liechtensteinienses ainda saíram em vantagem no reencontro com os vice-campeões europeus em Aveiro, antes da virada dos anfitriões por 2 a 1.

Liechtenstein fez um papel razoável nas Eliminatórias para a Copa de 2006. Naquela campanha foram registradas as únicas vitórias do principado na história do qualificatório, ambas diante de Luxemburgo. Também aconteceu a maior goleada da história dos liechtensteinienses, num 4 a 0 sobre os luxemburgueses. Dois gols naquele baile foram anotados por Franz Burgmeier, quarto em aparições pela equipe nacional e segundo maior artilheiro. O atacante também é uma lenda do Vaduz, recordista em jogos (371 no total) e dono de 16 títulos pela agremiação. Na mesma época, o titular da meta era Peter Jehle. O goleiro é o recordista de partidas por Liechtenstein, com 132 aparições, 56 delas como atleta do Vaduz. Era titular do clube nas três temporadas seguidas na elite do Campeonato Suíço, após experiências em Portugal com o Boavista e na França com o Tours.

Mais recentemente, os melhores resultados de Liechtenstein vieram em empates contra Grécia e Armênia nas eliminatórias para a Euro 2020. O número de representantes do Vaduz na equipe nacional diminuiu, mas Benjamin Büchel permanece como uma bandeira alvirrubra na meta da seleção. Os resultados recentes de Liechtenstein, todavia, são ruins. O time não vence um jogo desde outubro de 2020. Desde 2021, os liechtensteinienses sofreram 17 derrotas em 18 compromissos, com um empate diante da Armênia servindo de exceção. É ver se o clima ao redor do clube oferece alguma ajuda.

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Yann Sommer

– Alguns bons nomes do futebol internacional

Diante da população diminuta de Liechtenstein, naturalmente o clube recorre a muitos jogadores estrangeiros, sobretudo suíços. E o grande destaque do país vizinho a ter atuado no principado foi Yann Sommer. Então uma promessa das seleções de base, o arqueiro foi emprestado pelo Basel. Foi essencial no inédito acesso em 2007/08 e disputou metade da temporada de estreia na elite, até ser chamado de volta à Basileia. Outro com passagem pela seleção adulta da Suíça, o meia Moreno Costanzo era um dos destaques alvirrubros entre 2015 e 2017, na sequência do time na primeira divisão.

Camisa 10 da Albânia na Euro 2016, Armando Sadiku é outro ídolo internacional do Vaduz. O atacante teve uma passagem curta pelo clube, no primeiro semestre de 2016, mas ajudou na fuga ao rebaixamento e foi como jogador dos alvirrubros para a Eurocopa. Aquele elenco albanês também contava com o lateral Naser Aliji, outro emprestado ao Vaduz na temporada. O meia Marko Devic chegou depois aos alvirrubros, em 2017/18, mas antes disso já tinha representado a Ucrânia na Euro 2012.

Além do mais, os liechtensteinienses já tiveram seus representantes na Copa da Ásia e na Copa Africana de Nações. O atacante Pak Kwang-ryong é nome recorrente da Coreia do Norte e jogou o torneio continental em 2015 como representante do Vaduz, enquanto Jodel Dossou passou brevemente pelo clube enquanto era atleta de Benin e esteve presente na CAN 2019. Mais um africano de destaque a defender o Vaduz foi Steve Gohouri, que depois jogou a Copa de 2010 pela Costa do Marfim. Por fim, vale mencionar o volante Miguel Mea Vitali, que tinha quatro edições da Copa América pela Venezuela no currículo quando, já veterano, auxiliou o Vaduz na elite em 2008/09. Outro venezuelano da seleção com uma estadia curta por Vaduz, em 2006, foi o meio-campista Gabriel Urdaneta, presente em três Copas América.

– Os brasileiros do Vaduz

O Vaduz também contou com destaques brasileiros em seu elenco. Não são jogadores que fizeram fama por aqui, mas conquistaram seu reconhecimento em Liechtenstein. O principal nome é o centroavante Gaspar, formado pelo São Bento, mas com a carreira concentrada na Suíça. Foi o artilheiro da equipe de 2005 a 2009, rumo à estreia na primeira divisão. O paulista de Itatiba fez 31 gols na campanha do acesso e foi eleito o melhor jogador em atividade em Liechtenstein naquela temporada de 2007/08. Acumulou 68 gols em 124 aparições pelos alvirrubros.

Ao longo das duas últimas décadas, 13 jogadores brasileiros defenderam o Vaduz. Nenhum outro passou dos 50 jogos ou dos 20 gols. A primeira passagem pela elite do Campeonato Suíço contou com o meio-campista Márcio Senna, irmão mais novo de Marcos Senna, além do volante Rivaldo e do ponta Willian Saroa. Porém, desde 2012 os alvirrubros não têm em seu elenco outro jogador nascido no Brasil. Os números de Gaspar permanecem imbatíveis no principado.

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Mario Frick

– Figurões entre os técnicos

Maior jogador da história de Liechtenstein, Mario Frick nunca defendeu o Vaduz. O atacante tinha uma ligação muito forte com o Balzers no país, embora o grosso de sua carreira tenha sido vivida na Itália e na Suíça. A passagem do lendário atacante pelos alvirrubros se deu apenas depois de pendurar as chuteiras, como treinador. Frick dirigiu o Vaduz de 2018 a 2021, quando foi responsável pelo mais recente acesso da agremiação à elite do Campeonato Suíço.

Se o nome de Mario Frick é o que mais chama atenção entre os liechtensteinienses que foram treinadores do Vaduz, entre os estrangeiros há outros figurões. O clube passou décadas recorrendo aos serviços de técnicos alemães. Entre eles estava Otto Pfister, que faria carreira à frente de diversas seleções asiáticas e africanas, incluindo Togo na Copa de 2006. Outro a passar pela casamata com sucesso foi Pierre Littbarski, lenda da seleção alemã como jogador, mas treinador mais modesto. Passaria pelo comando na primeira campanha dos alvirrubros na primeira divisão suíça.

Seu antecessor no cargo era Heinz Hermann, responsável pelo inédito acesso. O ex-meia também é uma figura enorme na seleção da Suíça, ainda hoje recordista em partidas com 118 aparições. Foi o principal craque do futebol local nos anos 1980, com as camisas de Grasshoppers e Neuchâtel Xamax, embora como técnico seu ápice tenha ocorrido mesmo com Vaduz. Por fim, outro suíço a se dar bem à frente dos alvirrubros foi Giorgio Contini. O ex-atacante teve passagem efêmera pela seleção nacional, mas fez a alegria dos liechtensteinienses em seus cinco anos no principado. Técnico do Vaduz de 2012 a 2017, levou o clube à sua mais longa passagem pela elite suíça. Seu herdeiro atualmente é Alessandro Mangiarratti, o responsável pelo feito na Conference, mas cuja carreira se restringe basicamente a trabalhos na base.

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