1982/83: o Rei de Roma e surpresas na temporada italiana | OneFootball

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·26 de dezembro de 2019

1982/83: o Rei de Roma e surpresas na temporada italiana

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Se você está acostumado a ver a Serie A TIM sendo dominada pela Juventus do início ao fim, saiba que nem sempre foi assim. Os bianconeris tinham grande time na temporada 1982/83, mas o brilho foi giallorossi. Com Falcão maestrando o meio de campo, a Roma se sagrou campeã numa temporada atípica. Nesse ano, houve clube grande quase caindo, nanicos ganhando vaga na Champions League (até liderando o torneio) e equipes que tinham tudo para surpreender fazendo campanha bem abaixo do esperado. Dessa forma, se não era vivo nessa época ou não lembra, vem com a gente pela CalcioStoria.

As Expectativas

Com o Milan rebaixado na temporada anterior, devido a um esquema de corrupção de resultados, havia um leque a ser preenchido por uma vaga continental. Os candidatos eram Napoli, Fiorentina e até Ascoli, pelas boas campanhas no ano anterior e, consequentemente, boas contratações na pré temporada. A época, Juventus, Roma e Internazionale eram francas favoritas ao título. A equipe de Turim buscava o bicampeonato, os capitolinos o fim do jejum e os nerazzuri, a aproveitar a queda do rival para buscar o auge na temporada 1982/83.


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O começo

Naquela temporada, cada vitória valia dois pontos, empate um e derrota nada. Sendo assim, na quarta rodada três equipes tinha seis pontos na liderança, Roma, Pisa e Sampdoria. A última, aliás, venceu somente os favoritos a título e perdeu para o próprio Pisa, por 3 x 2, fora de casa. Antognoni (FIO), Altobelli (INT) e Mancini (SAM) eram os artilheiros até ali. A partir da terceira giornatta, Verona e Torino começaram uma arrancada que os levaram as primeiras posições, em um mês. Os butei começavam ali a contar uma grande história.

As estrelas

A lei permitia que cada clube tivesse direito a dois estrangeiros no elenco. Com isso, os italianos foram as compras para trazer grandes jogadores. Dessa forma até os menores tinham condição de se reforçar bem. O Hellas tinha o polônes Zmuda e o brasileiro Dirceu, o Cesena contava com o goleador austríaco Schachner e seu compatriota Pircher estava no modesto Pisa, por exemplo. Além disso, claramente os grandes times contavam com craques. Na capital, Falcão e Prohaska faziam um grande meio de campo. Mesmas posições de Platini e Boniek na Juve.  A Inter contava com o alemão Muller e o brasileiro Juary.

Sem contar, os argentinos campeões mundiais Passarella, na Fiorentina e Díaz, no Napoli. O volante Edinho, na Udinese, o atacante sueco Bergreen, no Pisa, o espanhol Hernandez no Torino, a Sampdoria com Francis e Brady no comando do ataque. E o ídolo peruano Barbadillo que jogava no Avellino, sendo o principal goleador.

Sendo assim, os italianos em 1982/83 eram os destaques. Desde o gol com Zoff (JUV), Tancredi (ROM) e Zenga (INT), todos esses disputaram Copas e dois deles como titular. Na defesa, tinha Ferrara (NAP), Cabrini e Scirea (JUV), Pellegrini(SAM), Maldera(ROM), e Marangon (VER), praticamente, craques pelas alas. Sendo assim, chegando mais a frente havia pelo meio: Oriali (INT), Antognoni (FIO), Buriani (CES), Dossena (UDI), Prandelli e Tardelli (JUV), Ancelotti (ROM) e Selvaggi (TOR). Enquanto no ataque existia constelações, como: o vice artilheiro Altobelli (INT), Rossi (JUV), Mancini (SAM), Pruzzo e Conti (ROM) e Penzo (VER).

O campeonato

Apesar da Roma ter virado líder isolado na 10ª rodada, a briga para tomar essa posição teve alta rotação. Internazionale, Juventus, Verona e Fiorentina ficaram próximos de conseguir a primeira colocação. O fantasma bianconeri vinha forte, mas em uma altura da temporada teve de optar por copas ou nacional. Assim, preferiu os mata-matas e foi muito bem. Foi campeão da Copa Itália 82-83 e vice-campeão da Champions League do mesmo ano, perdendo para o Hamburgo.

O Catanzaro se tornou o saco de pancadas da competição rapidamente. Embora tenha feito um bom torneio no ano anterior, a equipe teve apenas duas vitórias na competição. Em uma quase complicou do Verona que queria a vaga continental. Ainda na parte de baixo da tabela, Napoli e Cagliari ficaram o tempo todo entre os últimos. A diferença foi que nas últimas rodadas, os partenopei arrancaram com uma sequência de vitórias, enquanto os rossobllu ficaram pelo caminho com muitos empates e derrota para os líderes. O Cesena fechou o Z3 após ter levado muitas goleadas e empatado diversos jogos.

O divertimento da competição ficou pelas vagas continentais. Mais precisamente a Copa Uefa (atual Liga Europa). Os nerazurri de Milão, os butei, a viola, o bianconeri de Udine e el toro ficaram as 30 giornatas atrás de duas posições. Foi necessário que o lateral Bagni tenha feito seus quatro gols nos últimos seis gols para consolidar a IMFC na terceira colocação. A Fiorentina dominou a quarta posição, mas com seus adversários esperando suas vaciladas. Assim, quando a equipe perdeu para o Napoli na penúltima rodada, viu o Verona rebaixar o Cesena e se firmar a frente. Para sorte do Hellas, todos os candidatos empataram no último jogo e garantir a visita pela Europa.

A campeã

Sem um líbero ou um volante muito marcador, o técnico Niels Liedholm inovou com uma equipe de marcação individual na Itália. Assim, o 4-3-3 com muita mobilidade no ataque fez logo se destacar Pruzzo e Conti pelas pontas, ambos sendo fundamentais e se consolidando na posição de ídolos. Ao meio, somente haviam todos campistas, Falcão, Prohaska e Ancellotti faziam um trio de tirar o fôlego, haja tanta habilidade e qualidade. A defesa sempre bem postada tinha o valente Di Bartolomei dificultando a vida dos adversários, junto a Maldera e Nela.

Foram apenas três derrotas em 30 jogos, para Sampdoria e Juventus, nos dois turnos. Com 24 gols tomados (média de 0,8) e 47 feitos (1,98), a celebração do scudetto veio após o empate com o Genoa, com duas rodadas de antecedência.  Dessa forma, a equipe giallorossi se livrou do jejum de 40 anos sem vencer o nacional, também consolidou uma geração que ganhou duas Copas Itália e que queria bater os bianconeri e quebrar o tão incomodado tabu.

Há três partidas memoráveis nesse caminho: o 3 x 1 contra a Fiorentina e 2 x 1 contra a Inter foram fundamentais para manter a equipe no primeiro lugar. O primeiro aconteceu na 11ª rodada, na qual um tropeço romano poderia custar a liderança para o HV, mas não rolou. O segundo jogo aconteceu num momento em que a diferença entre os dois times era de um ponto, e os nerrazzuri vinham em crescente, mas esbarram em grande jogo de Falcão e Iorio. O último jogo memorável foi o 5 x 2 no Napoli, em terras napolitanas contra um clube que estava na vice-lanterna, desesperado para os três pontos. Além disso, todo aquele dia ajudou os romanos, pois os concorrentes não venceram.

Foto destacada: coração de roma/Reprodução

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