Calciopédia
·20 de setembro de 2024
Calciopédia
·20 de setembro de 2024
O primeiro jogo da Atalanta na Champions League prometia muito, já que a equipe de Bérgamo tem sido uma sensação tanto na Itália quanto nas competições continentais dos últimos anos, sempre indo longe e produzindo bom futebol. Além disso, conquistou a Liga Europa 2023-24, mesmo sendo considerada zebra contra um embalado e carismático Bayer Leverkusen. Do outro lado, o Arsenal, que vem melhorando a cada temporada e é considerado uma “pedra no sapato” do poderoso Manchester City. No fim das contas, italianos e ingleses não saíram do zero.
Com a empolgação dos nerazzurri, o reformado Gewiss Stadium, com capacidade para 25 mil espectadores, estava lotado nesta noite de Champions League. O pequeno, moderno, charmoso e bonito estádio tinha, em suas arquibancadas, uma faixa sugestiva, com a frase “liberdade para sonhar”. No entanto, é importante destacar que o começo de temporada da Atalanta não é dos mais animadores. Apesar da reação com vitória na última rodada da Serie A, contra a Fiorentina, o time perdeu para Inter e Torino, pondo em dúvida a goleada sobre o Lecce. Já o talentoso Arsenal de Mikel Arteta foi vazado apenas uma vez em 2024-25.
Acostumada a jogar com pressão alta na marcação, a ofensiva Atalanta do longevo Gian Piero Gasperini, maior treinador de sua história, começou a partida a seu estilo, não dando espaços aos Gunners. Após esse início de sufoco, o Arsenal começou a tomar a iniciativa: logo aos 6, Havertz recuperou a bola no campo de ataque e finalizou para fora, à esquerda do goleiro Carnesecchi. O arqueiro voltou a aparecer muito bem com uma grande defesa no canto direito, em cobrança de falta rasante de Saka. O nerazzurro ainda foi muito bem no rebote, crescendo para cima de Partey.
A Atalanta conseguiu impor seu jogo na maior parte do duelo com o Arsenal, do capitão Gabriel Jesus (AFP/Getty)
Depois dos 20 minutos, a equipe de Bérgamo começou a melhorar. A Atalanta passou a buscar mais os contra-ataques, enquanto tentava tirar os espaços do Arsenal. O time inglês, por sua vez, procurava evitar as transições rápidas dos nerazzurri, ciente da força e intensidade da rival nas recuperações pós-perda. O jogo se tornava cada vez mais intenso, com ambas as formações disputando o terreno.
Aos 30 minutos, uma bela jogada da Atalanta foi criada quando Retegui deu um passe de calcanhar para De Ketelaere, que finalizou mal, desajustado. A Dea começava a dominar o jogo, enquanto Arteta, técnico do Arsenal, demonstrava irritação com a postura apática de seu time. A imposição da equipe italiana, a partir de meados da primeira etapa, tirou o espanhol do sério.
O segundo tempo começou agitado. Aos 47 minutos, o volante Partey cometeu pênalti, após jogada de Éderson – que seria eleito o melhor em campo pela Uefa. Mas foi aí que brilhou o goleiro Raya, ao defender a cobrança e o rebote de Retegui de maneira espetacular, salvando em cima da linha. Vivendo grande momento, o espanhol não se intimidou e “hipnotizou” o ítalo-argentino, que é um dos artilheiros da Serie A, com quatro gols.
Dupla defesaça: Raya rebateu o pênalti cobrado por Retegui e voou para espalmar o rebote (Getty)
Aos 60 minutos, Gasperini fez sua primeira alteração: saiu De Ketelaere e entrou Cuadrado, na busca pela exploração do corredor adversário com velocidade. E o colombiano respondeu bem, tornando o jogo nerazzurro mais incisivo, com jogadas mais diretas: aos 68, quando a Atalanta ocupava quase todo o campo do Arsenal, o veterano finalizou com perigo, buscando o ângulo de Raya, mas para fora. Depois, na casa dos 73, o camisa 7 procurou o cantinho da baliza inglesa e, novamente, levou perigo.
A grande e única chance dos Gunners no segundo tempo veio aos 75 minutos, quando Gabriel Martinelli, após passe de Sterling, finalizou mal, por cima do gol. O Arsenal parecia satisfeito com o empate, apesar do claro descontentamento do seu treinador, enquanto a Atalanta, sabendo da importância de vencer em casa, continuava buscando o resultado. Porém, na sua melhor oportunidade dali em diante, aos 85, viu Lookman ser travado antes de conseguir concluir.
No final, mais um 0 a 0 para a conta dos times italianos – foram três na rodada, considerando ainda aqueles entre Bologna e Shakhtar Donetsk e Manchester City e Inter. A propósito, os ucranianos serão os próximos adversários da Dea, que viajará à Alemanha para enfrentá-los em campo neutro, devido à guerra travada no território dos rivais. Resta saber como a equipe de Bérgamo, que tem um futebol ofensivo e dinâmico, lidará com a inconsistência da atual temporada.