Calciopédia
·15 de junho de 2024
Calciopédia
·15 de junho de 2024
Atual campeã da Euro, a Itália começou a defender o seu título com uma vitória. Neste sábado, 15 de junho, a seleção azzurra estreou no torneio em Dortmund, na Alemanha, e conseguiu um triunfo num palco que lhe dá excelentes lembranças. A Albânia assustou no início, mas a Nazionale reagiu rápido para reverter o marcador e venceu por 2 a 1, mostrando um ótimo futebol por pelo menos uma hora de partida.
No Signal Iduna Park, mesmo estádio em que ganhou da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo de 2006, a Itália foi a campo num 4-2-3-1, ainda que tenha rendido melhor com uma linha de três zagueiros nos amistosos. Para encaixar melhor uma dupla de zagueiros com qualidade técnica para participar da construção de jogadas, Luciano Spalletti optou por colocar Bastoni na direita, de modo a acomodar Calafiori na escalação. Curiosamente, a retaguarda teria, portanto, três canhotos.
Um desses jogadores hábeis com o pé esquerdo, porém, acabou traindo a seleção com pouquíssimo tempo de jogo – com as mãos. Dimarco cobrou lateral dentro da própria área, buscando Bastoni, mas não teve a atenção necessária para perceber que Bajrami pressionava a saída de bola muito de perto. Assim, o atleta do Sassuolo aproveitou o vacilo para roubar a pelota, encher o pé e abrir o placar com apenas 24 segundos, marcando o gol mais rápido da história da Euro. Aliás, até o foguete do meia da Albânia superar Donnarumma, jamais as redes haviam balançado num primeiro minuto de partida na competição.
A Itália não sentiu o gol, entretanto. Apesar de a defesa ter batido cabeça na fase inicial da peleja, o time de Spalletti logo mostrou sua qualidade para produzir ofensivamente e tentou responder imediatamente, com Pellegrini. O romanista recebeu a bola dentro da área e, bem posicionado, desperdiçou a oportunidade ao finalizar à esquerda da baliza guardada por Strakosha, ex-Lazio.
A Itália não se abalou com a falha inicial e logo buscou a virada em Dortmund, cidade em que segue invicta (AFP/Getty)
A chegada de Pellegrini mostrou que os azzurri tinham urgência em retomar as rédeas da partida e o fato é que a Itália não demorou para empatar. Aos 11 minutos, numa cobrança ensaiada de escanteio, Pellegrini levantou na área e Bastoni no segundo poste, se livrou da marcação para, de cabeça, deixar tudo igual.
A virada foi ainda mais rápida: aos 16, após uma tentativa de troca de passes que encontraria Dimarco, a bola sobrou para Barella na entrada da área. O meio-campista, que, em virtude de uma lesão muscular, passou a semana inteira como dúvida para a estreia contra a Albânia e teve sua escalação cercada de mistério, acertou um balaço de primeira e estufou a rede. Foi a segunda vez na história que dois atletas da Inter anotaram para a Nazionale num mesmo confronto de Euro ou Copa do Mundo – a outra havia sido registrada em 1970, quando Boninsegna e Burgnich ajudaram a seleção a bater a Alemanha Ocidental por 4 a 3 no chamado Jogo do Século, nas semifinais do Mundial de 1970.
Após a virada, a partida ficou à feição para a Itália, que mantinha uma estrutura muito similar à do 3-4-2-1 mesmo com um esquema com quatro defensores. Com Chiesa bem espetado na ponta direita, Di Lorenzo guardava posição mais frequentemente, enquanto Dimarco ficava liberado para subir, empurrando Pellegrini um pouco mais ao centro. Naquele setor, Frattesi encostava em Scamacca e dialogava muito bem com o atacante – com o qual, vale destacar, convive desde os 10 anos, quando iniciaram amizade nas categorias de base da Lazio.
Dúvida para a partida, Barella não marcou apenas o gol da virada: líder do meio-campo, foi protagonista contra a Albânia (AFP/Getty)
Com superioridade no meio-campo, já que a Albânia, comandada pelo brasileiro Sylvinho, recuava bastante suas linhas, a Itália tocava a bola com muita paciência para tentar achar espaços. Aos 32 minutos, Scamacca fez um belo pivô e deixou Frattesi em ótima posição para finalizar. O camisa 7 tentou uma cavadinha e a bola só bateu na trave porque Strakosha deu um tapinha providencial para evitar o gol. O arqueiro voltou a aparecer bem aos 40, quando rebateu um chute cruzado do centroavante azzurro. Nos acréscimos da etapa inicial, Chiesa cruzou para a área e Pellegrini cabeceou para fora.
A Itália voltou do intervalo num ritmo mais tranquilo, administrando o placar com muita paciência na troca de passes e mais cautela. Aos 60 minutos, na melhor chance do tempo complementar, Scamacca tocou para Chiesa na entrada da área, de onde o camisa 14 arriscou de canhota e fez a bola passar muito perto do gol.
Já na casa dos 79, Dimarco chutou de fora da área, mas Strakosha – bem posicionado – defendeu em dois tempos. Nos acréscimos, a segurança promovida pelos azzurri sofreu um leve abalo quando Manaj recebeu lançamento, ganhou de Calafiori e ficou cara a cara com Donnarumma. O atacante tentou a cavadinha e só não marcou porque o capitão da Nazionale saiu muito bem do gol e, com o tórax, desviou a bola para escanteio. O trio de arbitragem comandado pelo alemão Felix Zwayer, entretanto, não notou a intervenção providencial do arqueiro e deu tiro de meta.
Ao apito final, a certeza de que Dortmund continua a ser a segunda casa da Itália na Alemanha – nos três jogos disputados na cidade, os azzurri conquistaram duas vitórias e um empate. Após uma atuação considerada convincente, devido ao grau de domínio que estabeleceu sobre a organizada Albânia de Sylvinho, a seleção de Spalletti volta a campo na próxima quinta, às 16h, pelo horário de Brasília. Vice-líder do Grupo B da Euro, a Nazionale enfrentará a Espanha, que venceu a Croácia por 3 a 0 e, pelo saldo de gols, ocupa a primeira posição da chave.