Trivela
·17 de agosto de 2022
Trivela
·17 de agosto de 2022
Paco Alcácer possui uma carreira bastante experimentada, às vésperas de completar 29 anos. O centroavante surgiu muito bem no Valencia, não foi tão aproveitado no Barcelona, teve um início fenomenal pelo Borussia Dortmund, chegou como grande negócio ao Villarreal. Porém, depois de duas temporadas e meia com o Submarino Amarelo, o espanhol faz as malas sem entregar tudo o que se pensava. A descendente na carreira do atacante fica mais clara, ao aceitar uma proposta do Sharjah e se mudar para os Emirados Árabes Unidos, em empréstimo firmado por um ano. Durante as últimas semanas, Alcácer sequer treinava com o restante do grupo no Estádio de la Cerámica.
Alcácer chegou como uma contratação estelar ao Villarreal em janeiro de 2020, comprado por €23 milhões. E o centroavante teve um bom desempenho em seu primeiro semestre com o clube, garantindo quatro gols e duas assistências em 13 aparições por La Liga. Contudo, o passar dos meses deixou claro como Alcácer seria ofuscado por Gerard Moreno. O atacante já seria menos preponderante em 2020/21, mesmo marcando seis gols na campanha do título da Liga Europa – cinco deles na fase de grupos. Teve problemas físicos e demorou a entrar em forma na volta. Por fim, em 2021/22, o espanhol seria um mero coadjuvante no elenco de Unai Emery.
Pouco aproveitado, Alcácer marcou apenas cinco gols na temporada inteira, três deles na Copa do Rei. Teve problemas de lesão e na maior parte do tempo esquentou o banco. Mesmo na fantástica caminhada da Champions não ajudaria tanto, no máximo balançando as redes na derrota para o Manchester United na fase de grupos. O centroavante virou um jogador dispensável, ainda mais com um salário alto. Ficava fora dos planos, especialmente com a chegada de José Luis Morales nessa janela de transferências.
A carreira de Alcácer passa longe do atacante promissor que estourou no Valencia. O Barcelona parecia grande demais para ele, mas o Borussia Dortmund revitalizou sua história com um desempenho excelente no primeiro ano de Bundesliga. Não sustentou seus números e depois seria preterido por Erling Braut Haaland. Quando o Villarreal parecia um destino condizente à sua estatura, não vingou. Agora vai ganhar um dinheiro gordo nos Emirados Árabes, mas com pouca relevância no contexto internacional. No Sharjah, será companheiro de uma legião de brasileiros, inclusive de Bernard. A equipe foi vice-campeã na última edição da liga nacional.
O negócio passa longe de compensar o valor desembolsado pelo Villarreal pela contratação. No entanto, parecia bastante difícil que o Submarino Amarelo recuperasse o dinheiro. Desta maneira, alivia o seu caixa ao não precisar pagar os salários e pode lucrar com uma venda futura. O clube também fica livre para adicionar novas aquisições, já que estava no limite do fair play financeiro de La Liga. Acaba sendo a melhor solução a um negócio que não vingou.