
Gazeta Esportiva.com
·10 de abril de 2025
APF cobra punição ao Palmeiras por caso de racismo e CBF promete tomar todas medidas cabíveis

Gazeta Esportiva.com
·10 de abril de 2025
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestou na tarde desta quinta-feira sobre o caso de racismo de um torcedor do Palmeiras em direção à torcida do Cerro Porteño. O Alviverde repudiou o fato e revelou já estar tomando as providências para puni-lo. Mais cedo, a Associação Paraguaia de Futebol enviou uma carta ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, repudiando o caso e pedindo punição ao Palmeiras.
“Por isso, solicitamos que sejam aplicadas as mais severas e exemplares sanções ao Palmeiras por esses atos de racismo que atentam contra os valores do esporte. Como mencionado, esses atos são considerados crimes no Brasil, e esperamos que esse criminoso seja identificado e receba as penas mais severas”, diz parte do comunicado da APF.
Através e nota, a CBF disse que “adotará todas as medidas cabíveis para apurar com rigor a agressão racista” e que terá a mesma postura de denunciar formalmente à Conmebol e à Fifa os clubes envolvidos pelos atos praticados por seus torcedores, como aconteceu em casos anteriores recentemente nos seguintes jogos: Cerro Porteño x Palmeiras pela Libertadores sub-20, Talleres x São Paulo e Sporting Cristal x Palmeiras.
Pela manhã desta quinta-feira, o Palmeiras divulgou nota dizendo estar ciente do ocorrido e que iria abrir um boletim de ocorrência para apurar o caso e ainda prometeu penalizar o torcedor após sua identificação. O vídeo que circula nas redes sociais mostra um torcedor no Gol Sul, virando para a torcida do Cerro Porteño, localizada na parte superior do Allianz Parque, e fazendo gestos racistas em direção aos paraguaios.
Dentro de campo, o Verdão venceu por 1 a 0, com gol de Richard Ríos, e segue com 100% de aproveitamento na Copa Libertadores. O Palmeiras é o líder do grupo G, com seis pontos conquistados.
No comunicado a entidade paraguaia reclama de que a denúncia de Romero, do Corinthians, sobre o Brasil ser um país racista não teve o mesmo nível de repúdio ao caso de Luighi, que foi vítima de racismo durante jogo do sub-20.
“Nossos jogadores já se manifestaram em diversas ocasiões que são alvos de atos racistas no futebol brasileiro, porém, a denúncia do paraguaio Ángel Romero não gerou o mesmo nível de condenação que o ataque reprovável sofrido pelo jogador Luighi”, diz a nota.
“A CBF reafirma seu compromisso de tolerância zero no combate ao racismo e adotará todas as medidas cabíveis para apurar com rigor a agressão racista cometida por um torcedor do Palmeiras em direção aos torcedores do Cerro Porteño na partida da última quarta-feira (9), realizada no Allianz Parque, pela Libertadores.
A postura da CBF será a mesma adotada nos casos anteriores em que denunciou formalmente à Conmebol e à Fifa os clubes envolvidos pelos atos praticados por seus torcedores: Cerro Porteño x Palmeiras pela Libertadores Sub-20, Club Atlético Talleres x São Paulo Futebol Clube e Sporting Cristal x Sociedade Esportiva Palmeiras.
O racismo no esporte, além de ser uma afronta à dignidade humana, compromete os valores de respeito, inclusão e igualdade que devem nortear as competições esportivas. Combater o racismo não é uma opção, mas uma obrigação de todos que acreditam na justiça e na igualdade dentro e fora de campo”
Veja a carta da Associação Paraguaia de Futebol:
“A Associação Paraguaia de Futebol (APF), em conjunto com os clubes paraguaios da Primeira Divisão, condenam veementemente os atos de racismo sofridos por torcedores e jogadores do Club Cerro Porteño durante a partida contra a Sociedade Esportiva Palmeiras, na última quarta-feira, 9 de abril, no Allianz Parque, em São Paulo, às 21h30.
O ocorrido horas antes do encontro, onde houve incitação à violência, nos deixou em alerta e pedimos ajuda ao Consulado Paraguaio naquele país. Como líderes, devemos ser consistentes e pedir aos nossos fãs que não incitem violência, racismo ou discriminação.
Consideramos absolutamente inaceitável que esses eventos continuem ocorrendo no futebol. Por isso, solicitamos que sejam aplicadas as mais severas e exemplares sanções ao Palmeiras por esses atos de racismo que atentam contra os valores do esporte. Como mencionado, esses atos são considerados crimes no Brasil, e esperamos que esse criminoso seja identificado e receba as penas mais severas.
Apoiamos plenamente o trabalho que a Conmebol está realizando por meio da iniciativa de uma equipe dedicada exclusivamente ao desenvolvimento e implementação de estratégias para erradicar o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano, sabendo que esses eventos sociais prejudicam o nosso esporte e que devemos fazer parte da solução.
Os clubes paraguaios reafirmam seu compromisso com a luta contra o racismo, discriminação e violência, promovendo um futebol inclusivo, respeitoso e livre de todas as formas de intolerância. Não aceitaremos nenhum ato discriminatório, seja em campo ou nas arquibancadas.
Nossos jogadores já se manifestaram em diversas ocasiões que são alvos de atos racistas no futebol brasileiro, porém, a denúncia do paraguaio Ángel Romero não gerou o mesmo nível de condenação que o ataque reprovável sofrido pelo jogador Luighi.
Não podemos fechar os olhos para uma situação e reagir com firmeza para outra: o racismo deve ser sempre medido pelos mesmos valores de justiça. Não é uma questão de futebol, mas sim um problema que o afeta profundamente. Presidente Ednaldo, sabemos que o senhor é um lutador ferrenho contra a discriminação, e é por isso que o convido, junto com todo o futebol brasileiro, a trabalharmos juntos para erradicá-la e termos um futebol sul-americano mais unido“