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·09 de abril de 2025

Apostas esportivas no Brasil movimentam até R$ 30 bilhões por mês

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O mercado de apostas esportivas movimentou, de janeiro a março deste ano, uma quantia que varia entre R$ 20 e R$ 30 bilhões no Brasil. A informação foi levada à CPI das apostas no Senado pelo secretário-executivo do Banco Central, Rogério Lucca, que explicou que a quantia representa o total transferido para as plataformas.

“Esse é o valor que é transferido. Fazendo uma analogia, como se estivéssemos pensando em um cassino, é o montante que a pessoa entrou no cassino. Ela pode ter não apostado, ela pode ter apostado várias vezes ali”, declarou.


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Desde que o setor passou a ser regulamentado, em janeiro, as empresas de apostas passaram a operar com contas bancárias específicas, o que permitiu ao Banco Central ter acesso a dados mais precisos.

O volume das bets também reacendeu o debate sobre o uso de recursos de programas sociais em plataformas de jogos. Informações divulgadas anteriormente pelo governo indicaram que beneficiários do Bolsa Família utilizaram os repasses em apostas, o que levou à ideia de bloqueio do cartão. Apesar da repercussão, a proposta não foi formalizada, e o comportamento de consumo entre esses usuários se manteve semelhante ao dos meses anteriores.

Segundo dados apresentados na audiência, o retorno médio ao apostador é de 85% do valor investido, ou seja, parte significativa do dinheiro volta para os usuários ao longo do tempo. O número, no entanto, ainda não passou por revisão técnica e pode sofrer alterações conforme os estudos sobre o setor avancem.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também participou da audiência e afirmou que a instituição não tem autoridade legal para impedir o uso de recursos de programas sociais em apostas ou para fiscalizar diretamente esse tipo de movimentação, destacando que, uma vez que o dinheiro é depositado na conta do cidadão, o rastreamento de sua aplicação se torna complexo. O tema, segundo ele, está sendo estudado pela equipe técnica do Ministério da Fazenda, que busca entender como identificar e eventualmente restringir esse tipo de uso.

Galípolo também chamou atenção para outro ponto: instituições financeiras têm considerado o comportamento de apostas como um fator de risco para inadimplência. Pessoas que transferem recursos com frequência para essas plataformas acabam enfrentando maior dificuldade para obter crédito, já que bancos percebem um risco mais alto de calote e, por isso, aplicam taxas maiores ou limitam o acesso ao financiamento.

A última estimativa do Banco Central sobre o volume mensal de transferências para sites de apostas havia sido divulgada em agosto de 2024, com valores que oscilavam entre R$ 18 e R$ 21 bilhões. A atualização dos números aconteceu após o início da regulamentação do setor, que passou a exigir, entre outras medidas, que as operadoras utilizassem contas bancárias específicas e se adequassem a uma nova classificação no sistema financeiro nacional.

Apostas esportivas no BrasileirãoTodos os 20 clubes que disputam o Campeonato Brasileiro de 2025 contam com patrocínios de casas de apostas: em 90% dos casos, o espaço máster do uniforme é ocupado por uma marca do setor. Somados, os aportes dessas empresas às camisas das equipes chegam a R$ 1 bilhão nesta temporada, sendo que Flamengo, Corinthians e Palmeiras concentram sozinhos mais de R$ 300 milhões.

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