oGol.com.br
·09 de abril de 2025
Arsenal tem bola parada como arma, mas cobrança direta foi rara e 'rebeldia'

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·09 de abril de 2025
A bola parada era vista como um dos caminhos para o Arsenal conseguir levar a melhor sobre o Real Madrid nas quartas da Liga dos Campeões. Porém, a forma como o 3 a 0 no jogo do Emirates Stadium foi criado acabou por ser surpreendente em diversos aspectos.
Não só pelo fato dos dois primeiros gols terem sido os primeiros em 339 jogos de Declan Rice com as camisas do West Ham e do Arsenal, mas por serem os primeiros gols em cobrança direta na temporada do time que mais marca em jogadas de bola parada no futebol inglês. O último gol deste tipo tinha acontecido em setembro de 2021, com Martin Odegaard.
Desde o começo da temporada passada, o time de Mikel Arteta já contabiliza 52 gols com origem em bolas paradas, sendo apenas 14 deles em cobranças de pênaltis. Na temporada 2024/25, foram 22 destes, sendo sete na Liga dos Campeões, com apenas dois pênaltis.
Um dos fatores usados para explicar o sucesso dos Gunners nessas jogadas foi a chegada de Nicolas Jover, um francês de 43 anos que tem a função de trabalhar jogadas ensaiadas. Jover trabalhou com Arteta na comissão técnica de Pep Guardiola no Manchester City e mudou-se para o time londrino na temporada 2021/22. Com o tempo, as peças começaram a se encaixar.
Para quem não gosta do "escanteio curto", o Arsenal é um prato cheio. Dos 202 escanteios que tiveram na Premier League, 185 (92%) foram cobrados na direção do gol adversário, com os jogadores sempre se posicionando em fila depois da segunda trave e correndo para buscar seus devidos posicionamentos instantes antes da bola ser alçada na área, complicando a vida da marcação.
Tudo muito bem trabalhado, mas com uma dose de "rebeldia" na fantástica última jornada no Emirates. Se as câmeras flagraram Jover gesticular para Rice antes da primeira cobrança, a instrução não era a "profecia" que muitos imaginaram.
"Nós planejávamos cruzar a bola na segunda trave. Ele (Jover) queria que um cruzamento invertido, mas eu estava com o Bukayo (Saka) e disse: 'não parece certo cruzar a bola aqui'", contou Rice depois do jogo.
"Olhei para a barreira e para o Courtois, e vi aquele espaço para o pé direito por fora da barreira. Bukayo falou 'se você está sentindo, vai nessa'. E eu falei 'quer saber, vou arriscar'. Se você não assume riscos, você não marca", completou.
Rice assumiu o risco no primeiro. Ganhou a confiança para o segundo. Como resultado, o Arsenal construiu uma vantagem larga que leva para o segundo jogo, no Santiago Bernabéu.
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