As minhas opiniões impopulares sobre tudo que Grêmio e Inter estão fazendo neste Gauchão | OneFootball
JB Filho Repórter
·03 de março de 2025
As minhas opiniões impopulares sobre tudo que Grêmio e Inter estão fazendo neste Gauchão
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No Inter, tudo começa quando a direção acha que as redes sociais são o centro do mundo. Bastou dois ou três dirigentes ou até ex-dirigentes cornetarem o uso do VAR nas primeiras rodadas, que parecia que tinha uma grande conspiração contra o Inter. Na real, são só torcedores com um celular na mão dizendo a primeira coisa que um torcedor pensa quando vê o rival se dando bem (neste caso, acertadamente porque todos os lances de intervenção do VAR foram corretos). Mas a direção colorada achou isso um absurdo.
Aliás, até o fato do Maurício Saraiva ter feito uma coluna achando que o pênalti foi injusto virou uma comoção. Gente, a pergunta que eu faço é: e dai? É só a opinião do cara. Ponto. É justo discordar. Aliás, todos os árbitros discordam e dizem que o pênalti tem que ser marcado pelo que tá na regra. Blz. Eu não concordo com o Maurício Saraiva e você também não. Agora, achar que o cara faz parte de um plano mirabolante para tirar um Gauchão do Inter é acreditar em extraterrestres que dominarão o mundo.
O Inter conseguiu reclamar do Gre-Nal, por um cartão amarelo não dado. No final das contas, o único erro do Rafael Klein foi o amarelo não dado para o João Pedro. O cartão pro Vitão é lance temerário e a expulsão do auxiliar não tem como combater. Ele estava reclamando. Pra fechar, ficou claro o lance do pênalti na câmera do VAR e todo mundo consegue ver que o árbitro não ouve o Quinteros o xingando. Ah, antes que falem, o VAR não pode, por protocolo, chamar por leitura labial. Eu não concordo, mas tá na regra, não é o mundo contra um time do Gauchão.
E isso foi suficiente pro Inter pedir a saída do Daniel Bins da lista de árbitros. Ele que é considerado o melhor VAR do estado e uns dos melhores do Brasil. Como justificativa, está um jogo onde ele claramente acertou ao retirar o D’Alessandro. Qualquer pessoa, não tomada pelo espírito torcedor, sabe que o D’Ale que se equivocou naquela vez.
O Inter foi para o microfone com a justificativa de que foi prejudicado pela arbitragem e que isso só aconteceu porque o Grêmio estava pressionando antes do clássico nas redes sociais. Pra ficar pior, porque a dupla adora se alimentar, o Grêmio foi lá e escalonou a conversa com as declarações completamente descabidas do presidente Guerra.
No jogo desse final de semana, eu não consigo brigar com quem entende do assunto. Todos os especialistas de arbitragem ouvidos dizem que o gol deveria ter sido invalidado. Gaciba, Carlos Simon ou PC de Oliveira, todos dizem a mesma coisa, que o Daronco deveria ter anulado. Motivo? Gol de bicicleta só pode valer se não tiver ninguém na disputa da bola. Se tiver alguém perto, que foi impedido de chegar na bola pelo movimento do rival, tem que anular. E foi isso que aconteceu. Não importa se foi o defensor quem foi ao encontro do Gustavo Martins, o risco da jogada impede que ela aconteça.
Só que ninguém do Grêmio teve a grandeza de dizer que, se é verdade que foram prejudicados na Arena, dessa vez foram ajudados. E, sim, todo mundo sabe que tudo que foi feito durante a semana é só pra condicionar a arbitragem. Eu não acredito em árbitro corrupto, ladrão (a menos que se tenha provas disso), mas todos são humanos e sabem que o grito gremista é muito maior do que o grito do Juventude, por exemplo.
O Grêmio foi prejudicado na Arena? Foi. Bastante. Aliás, na Arena e contra o Ypiranga. Só que diante do Ypiranga pouca ou quase nenhuma diferença fez, diga-se. E isso foi suficiente para a direção extrapolar todos os limites aceitáveis, dizendo que foram “literalmente assaltados”, que vão cobrar no CPF e afirmar que não foi coincidência o que aconteceu, indicando que há um grande plano para roubar o campeonato do Grêmio.
E aí, falta lucidez pra todo mundo. Porque o Grêmio não consegue ter grandeza de ir e admitir que, dessa vez, foi ajudado. Os dois dirigentes que falaram no Jaconi foram na linha de que o resultado não passou pela arbitragem.
Depois, ninguém pode ter a grandeza de dizer: olha aqui, o nosso treinador cometeu um erro. Ele não pode agredir um jogador do time rival. Não, todo mundo vê o lance e ignora. O Quinteros chegou a ter a audácia na coletiva de dizer que só queria retirar a mão do jogador do Juventude. Poxa, tem imagem, é nítido. Ele quis dar um soco na cara do cidadão. Ficou óbvio isso. Não há nem o atenuante de estar em uma grande briga, onde todos se batem e virou confusão. Nada disso, foi deliberado. E, mesmo sabendo disso, não teve uma pessoa lúcida pra dizer: erramos.
Como a regra no Gauchão é clara que um não pode ver o rival errado, que quer errar também, o presidente Barcellos foi para o microfone gritar contra o Grêmio, a arbitragem, Federação e até imprensa. Agora, o problema são as manchetes, o analista de arbitragem da RBS ou até o fato de não ir a churrasco com figuras da imprensa (o que até não é verdade, vão, sim, mas é outra história).
Só que já perceberam que ninguém fala sobre futebol? Virou o campeonato do Tarzan. É a disputa de quem grita mais. Ninguém fala de futebol, do jogo, dos jogadores, técnicos e tudo mais. É só o externo. E nem coloco melhorar a arbitragem aqui. Isso, ninguém faz nada pra melhorar. Ninguém pensa em dar treinamentos, cursos, pagar melhor e fazer o cara se sustentar apenas disso. Nada.
Ou seja, nenhum dos lados quer melhorar as coisas. Querem apenas ver quem grita mais e quem consegue prejudicar o outro pelo seu grito. Virou o campeonato do Tarzan.