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Zerozero

·06 de março de 2025

As referências do Betis aos olhos de quem as conhece bem: «O Isco brincava com a bola»

Imagem do artigo:As referências do Betis aos olhos de quem as conhece bem: «O Isco brincava com a bola»

O Real Betis, fruto da sua expressividade no futebol internacional, tem o poder de captar protagonistas de relevo, atraindo-os com o projeto desportivo apresentado. O caso mais recente deste ideal passou por garantir o empréstimo de Antony, cedido pelo Manchester United, com o intuito de ressuscitar a sua carreira.

Porém, quando refletimos sobre os cabeças de cartaz dos béticos, dois nomes vêm ao de cima: Isco e Manuel Pellegrini. Como tal, na antecâmara ao encontro frente ao Vitória SC, o zerozero esteve à conversa com Weligton, jogador que conviveu com ambas as figuras no Málaga, de forma a tentar compreender o que os torna tão marcantes.


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Magisco, o companheiro diferenciado

Portugal. Rampa de lançamento europeia para muitos futebolistas brasileiros. Weligton integra o vasto lote de jogadores que se deu a conhecer no território luso, pela porta do FC Penafiel, numa passagem na qual guarda um tremendo carinho.

«Foi um clube muito especial para mim. Abriram-me o caminho para o futebol europeu, que toda a gente sabe que é bastante competitivo. Tenho um respeito muito grande por Portugal», referiu, numa primeira instância, ao zerozero.

Contudo, depois de três épocas ao serviço dos durienses, o central teve uma curta paragem no Grasshoppers, emblema suíço, antes de dar início à sua aventura em Espanha. A verdade é que a respetiva nação conquistou o esquerdino, particularmente uma formação da Andaluzia: o Málaga.

Foram dez as épocas ao serviço dos boquerones, período temporal que o levou a atuar ao lado de grandes figuras da modalidade. No entanto, na hora de escolher o melhor jogador com quem partilhou o balneário, a resposta foi bastante imediata: «O Isco está, certamente, no topo da lista.»

Os dois intervenientes foram colegas entre 2011 e 2013, tempo suficiente para o atual jogador do Cuiabá se apaixonar pela forma como o internacional espanhol perfuma o relvado: «Ele sempre foi muito diferenciado. Quando nós não esperávamos, ele tirava um coelho da cartola. Era, e continua a ser, um autêntico mágico

«É uma pessoa muito simples, muito humilde. Sempre foi um companheiro bastante alegre, que contagiava os colegas que tinha à volta. Esta constante felicidade também era notória dentro de campo. Eu costumo dizer que ele não jogava futebol, apenas brincava com a bola», prosseguiu, mantendo um tom elogioso.

O camisola '22', depois de uma paragem preponderante no Valencia, retornou aos malaguistas com, apenas, 20 anos, após sete encontros realizados na turma principal dos Che. Porém, o talentoso médio conseguiu arranjar rapidamente o seu espaço, num plantel com visível marca lusa - Eliseu, Hélder Rosário e Duda integravam a equipa, em 2011/12 -.

Lançar o Isco na caça ao tubarão europeu

O Magisco acabaria mesmo por explodir na sua segunda campanha pelo respetivo conjunto, tendo anotado uns impressionantes 12 gols e quatro assistências. Este registo individual valeu-lhe o prémio 'Golden Boy', atribuído ao melhor jovem jogador europeu pela revista italiana Tuttosport. Questionado sobre a acrescida evolução repentina do atleta de 32 anos, Weligton enfatizou a mentalidade do ex-companheiro, bem como as influências que teve em seu redor.

«O Isco, desde pequeno, que já mostrava que tinha muita qualidade técnica. Como tal, à medida que foi crescendo, esta magia que sempre o acompanhou tornou-se mais poderosa. Para além disso, acabou por ganhar uma tremenda maturidade. Felizmente, ele teve a oportunidade de conviver com jogadores mais experientes, que o ajudaram a enriquecer o seu talento. Acabou por ser o grande destaque da nossa equipa», realçou.

Na sequência de uma época memorável, onde a joia empurrou os holofotes para si, os grandes colossos, de forma expectável começaram a bater á porta. Seria mesmo um dos tubarões mais graúdos a conseguir garantir os serviços da mediática promessa: o Real Madrid desembolsou 30 milhões de euros por um meio-campista que viria ajudar a pincelar as páginas douradas dos Los Blancos, nos anos subsequentes.

Quatro Ligas dos Campeões, quatro Mundiais de Clubes, três Supertaças Europeias, três campeonatos espanhóis, entre outras distinções coletivas. É factual que o atual futebolista dos verdiblancos é dono de uma carreira de sucesso, todavia, este fenómeno não apanhou Weligton de surpresa. Apesar das distintas trajetórias, a amizade perdurou, não sendo afetada pelos ventos da mudança.

«Continuamos a manter o contacto. Sempre que posso, felicito-o pelas grande atuações que faz ou por outras coisas importantes relacionadas com a sua carreira. Cada pessoa toma um rumo diferente na sua vida. Eu voltei para o Brasil, mas não deixamos de perder a ligação. O Isco integra o grupo de amigos que o futebol me deu de presente», concluiu, antes de comentar acerca de outro protagonista dos heliopolitanos.

«O Pellegrini tratava toda a gente com muito carinho»

As aptidões individuais de Isco foram evidenciadas através da conceção de uma máquina coletiva bastante oleada. O engenheiro responsável pela antiga obra dos blanquiazules chama-se... Manuel Pellegrini. O experiente treinador chileno guiou o Málaga à prestigiante Champions League, em 2011/12, fruto de um surpreendente quarto posto na LaLiga. Na temporada posterior, quando nada faria prever, o emblema andaluz voltou a dar um ar das sua graça. atingindo os quartos-de-final da prova milionária.

O nosso entrevistado não se conteve na hora de mencionar as características que colocam o treinador de 71 anos no lote dos líderes mais respeitados: «Por tudo aquilo que viveu no futebol, o Pellegrini sabe gerir muito bem as suas emoções. É muito sereno, muito tranquilo, e passa esta forma de estar aos seus atletas. Para além disso, consegue prever as incidências antes delas acontecerem. Isso faz toda diferença», mencionou, primeiramente.

«Quando o Pellegrini te repreende, é porque tem a razão do seu lado. Ele nunca implicava com algo sem um propósito forte. Também não gostava de estar focado nos problemas, mas sim em arranjar soluções eficazes em prol da equipa. A proximidade com os jogadores fazia com que tudo se tornasse mais fácil», acrescentou.

Segundo o esquerdino, a relação interpessoal do Tibúron com os seus pupilos é a chave para os resultados positivos: «Ele sempre tratou-me da melhor maneira e, como tal, eu sempre tentei retribuir em campo. Eu sentia que ele tratava toda a gente com muito carinho. A verdade é que ter sido treinado por ele foi uma grande honra. É um treinador de renome no futebol mundial.»

Posto isto, os vitorianos irão necessitar de uma tarde particularmente inspirada para travar os altos índices de brilhantismo dos intérpretes mencionados. No entanto, no outro canto da sala, também existem, certamente, motivos para alarmismos.

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